20/11/2021 11:18

Em busca de novo título, comissão técnica do Corinthians tem história curiosa

Timão enfrenta neste domingo o Santa Fé, da Colômbia, pela final da Libertadores. É a chance do tricampeonato continental corintiano com os mesmos profissionais

Em busca de novo título, comissão técnica do Corinthians tem história curiosa
A história do Corinthians no futebol feminino se mistura com a própria transformação da modalidade nos últimos anos. O Timão virou um espelho para os demais clubes, com trabalho longínquo, elenco de ponta, recordes e taças empilhadas. Neste domingo, mais um capítulo pode ser escrito.



Arthur Elias, já tricampeão brasileiro, estará à frente do banco de reservas da equipe em busca também do tricampeonato da Libertadores feminina. O jogo contra o Santa Fé, da Colômbia, pela final da competição, será no Parque Central, em Montevidéu, no Uruguai, às 20h (de Brasília).


Símbolo de títulos e recordes, o treinador tem uma comissão técnica forte ao seu lado. São parceiros de trabalho e amigos de longa data. Cinco deles se conheceram na Universidade de São Paulo, durante o curso de educação física, em meados dos anos 2000. São eles:

Arthur Elias - técnico (aluno USP em 2002)
Rodrigo Iglesias - auxiliar-técnico (aluno USP em 2003)
Bruno Faust - analista de desempenho (aluno USP em 2002)
Marcelo Rossetti - preparador físico (aluno USP em 2006)
Ronaldo Kobal - fisiologista (aluno USP em 2002)
*Clicando nos nomes, você pode conhecer mais sobre o trabalho de cada um deles no clube.


Os cinco, somados a outros sete profissionais, integram a comissão da equipe adulta feminina do Corinthians. E com todos há uma história especial.


Bruno, hoje analista, foi preparador de goleiras na primeira comissão no feminino com Arthur. Ficaram juntos na USP e no Nacional de 2006 a 2010. Marcelo e Rodrigo entraram no projeto do técnico em 2010, no Centro Olímpico, e Ronaldo, também, depois de passagem pelo Núcleo de Alto Rendimento, preparando atletas brasileiros olímpícos.


Porém, talvez a mais particular seja a de Rodrigo Iglesias, auxiliar e braço direito de Arthur Elias no clube. Antes de ser referência na América em futebol feminino profissional, o técnico passou pelo universitário, quando foi treinador do hoje assistente na seleção masculina da USP.


"Nos conhecemos no futebol universitário, no dia a dia, começamos a trabalhar assim. Ele (Arthur) me chamou para assumir o time feminino da USP em 2009. Eu disse que precisaria acompanhá-lo antes, então comecei a fazer isso. Desde então, nos separamos, segui na USP e ele acabou indo para o Mackenzie. Então, me chamou para o sub-17 do Centro Olímpico. E em 2012 passei a ser o auxiliar dele", contou Rodrigo Iglesias, ao ge, passados quase dez anos na mesma função.


Juntos, venceram o Brasileirão de 2013 no Centro Olímpico. No Corinthians, além de três edições do torneio nacional (2018, 20 e 21), levantaram a taça da Libertadores duas vezes (2017 e 19), uma Copa do Brasil (2016) e o Paulistão, também duas vezes (2019 e 2020).


"Se eu imaginava tudo isso? Não, era muito difícil... A gente saiu sempre de times com altos e baixos, vivemos momentos ruins também, viu? Fomos galgando as coisas, vendo a transformação do feminino. Um caminho interessante", completa Rodrigo.


Confira uma entrevista exclusiva com Rodrigo Iglesias, auxiliar-técnico de Arthur Elias no time feminino do Corinthians:

Como foi ver tudo isso acontecendo na vida de vocês? Como fazer para não abaixar o "sarrafo" de exigência e seguir vencendo?

Rodrigo Iglesias: – Começamos a nos preocupar com metas e alcançar esses resultados. A gente perdeu muito também. Mas isso mexeu com a gente. Já ficamos frustrados e fomos buscando. Hoje em dia, atingimos um nível de jogo muito legal. Qualquer um que vê o dia a dia sabe que é incrível o quanto a gente não se conforma. Por mais que esteja indo bem, caminho legal, estamos lá todo dia discutindo para melhorar. Dados, material... Essa inquietude é o que mais traz os resultados. Imaginaria que seria tricampeão brasileiro? Não imaginaria. O Paulista na Arena foi especial, o primeiro. As coisas estão indo rápido. Mas tem margem para melhora.


São quase dez anos na mesma função de auxiliar. Dez anos de convivência diária. Não rola quebra-pau, não? (Risos)

"(Risos). Quebra-pau não, mas rola discussão e diferença de opinião direto, e acho isso muito legal. Além de trabalhar juntos há muito tempo, somos amigos. O mais importante é que depois de tudo isso conseguimos nos concentrar. A gente abraça e vai até o final. Sendo a melhor decisão ou não, foi tomada em conjunto. Isso provoca melhoras. Se a gente ficasse no conformismo, os resultados não viriam. Ou talvez não tivéssemos o tri. A gente discorda e concorda. Nunca passamos do ponto. Não é uma comissão que sai na mão".


O quanto sua palavra tem peso nas decisões finais?

"Existe hierarquia. Se tiver decisão final e precisar dividir, vamos respeitar o que o Arthur disser. Mas temos muita liberdade como auxiliar, ter poder de decisão e opinião, sou escutado, isso me prende aqui. Aprendi a virar auxiliar e saber como me colocar e como provocar as coisas para o Arthur. Se estou trazendo ideia, é porque vi algo a melhorar, e isso é respeitado. Sinto-me respaldado para tudo, coloco opinião sobre tudo. Se tiver questão diferente do Arthur, coloco isso e sei que serei respeitado. Nossa relação é muito boa, temos visões parecidas em relação ao futebol. Sei que ele respeita muito o que eu tenho para trazer ao time. Estamos envolvidos. Cubro lados que ele não vê e vice-versa. Vejo que a comissão e as atletas respeitam isso. Tive momentos de dever de substituir o Arthur, não almejava, mas aconteceu algumas vezes. Foi interessante e deu certo. É uma característica da nossa comissão técnica. Trabalho integrado".


E não pensa em largar essa função para virar técnico depois de tantos títulos e aprendizados?

"Não sei dizer ainda. É tentadora essa questão de ser técnico, mas o que a gente construiu hoje de relações, desenvolvimento de trabalho, é algo tão bom para o meu pessoal e dia a dia, de colocar a mão na massa, que eu não sei se troco para ser treinador pelo que vivo hoje. Digo abertamente que tive proposta ao longo do caminho e recusei me baseando nisso. Não sei se vai mudar. O que sei é que estou muito feliz com o meu trabalho, com a possibilidade de atuar, com as possibilidades de dar minha cara, me expor. Para trocar tudo isso, tem que valer muito a pena. Não tive proposta que valesse a pena nesse sentido. Se aparecer, vou ter que pensar muito. Trabalho e moro em São Paulo, isso é um privilégio. Acho importante a presença da família. Não tenho essa resposta pronta, mas me preparo para ela todos os anos. Recentemente, quando tive proposta, nem pensava. Penso mais em crescer nos próximos anos, melhorar o que faço, do que realmente mudar os planos para uma carreira solo".



Se pensarmos no Arthur no futuro na seleção brasileira, você vai com ele ou fica para ser o técnico do Corinthians?

"Não dá para saber, seria uma honra, claro, seguir com o Arthur, ainda mais na seleção brasileira. O foco hoje realmente é no Corinthians. Não sei se seria uma oportunidade, a Cris (Gambaré, diretora de futebol feminino do Corinthians) respeita o trabalho. Enfim, é me preparar para o futuro, saber as consequências. O foco é muito no dia a dia, intenso, em relação ao que eu posso entregar. É uma batalha interna em que eu busco melhorar. Por ora, estou nessa".

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1818 visitas - Fonte: Globoesporte.com

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Jorge Luiz     

Esses caras tem que servir de inspiração pro Sylvinho ou qualquer outro treinador que assumir o masculino.

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