O Corinthians ainda não bateu o martelo, mas é grande a chance de o clube acabar com a categoria sub-23 em 2022.
O Timão disputou 14 jogos oficiais no ano, com cinco vitórias, seis empates e três derrotas. Na segunda fase do Brasileirão de Aspirantes, ficou em terceiro e não conseguiu vaga na semifinal. Eliminados no dia 23 de setembro, os jogadores do Timão estão sem calendário desde então. Nem amistosos estão fazendo.
Há cerca de um mês, o diretor Roberto de Andrade e o gerente Alessandro Nunes já deram alguns sinais de que a categoria estava sob análise.
Gerente geral das categorias de base do Timão, Carlos Brazil diz que é contra a manutenção. Embora a categoria não esteja embaixo do guarda-chuva do executivo da base, já que é conduzida pelo departamento profissional, ele entende que a sub-23 eleva gastos e dá poucos resultados.
"Há mais de dez anos, fiz um trabalho de conclusão de curso sobre sub-23. Na época, eu entendia que era um investimento necessário para a maturação dos jogadores. Tem jogador que chega com 17 anos no profissional e vai jogar, mas outros precisam de mais tempo para maturar. Só que o tempo foi me demonstrando que a experiência dos clubes não foi positiva. Havia um investimento muito grande para manter a categoria. Tem salários de elenco, de comissão, logística, e não havia um calendário adequado. É um investimento que não dá resultado positivo", disse.
"Conversei com vários profissionais que tinham sub-23, fui estudando e acho que precisa ser mudado pela CBF. Não é uma competição obrigatória, e o calendário é muito curto. A manutenção é muito cara. As principais competições estão no sub-20. Tem clube-empresa que joga o sub-23 com jogadores que não passam de 21 anos, já que eles entendem que depois não vale mais a pena", completou.
Embora existam jogadores que saem do sub-20 sem estarem prontos para o profissional, o dirigente diz acreditar que empréstimos ou treinos no CT do time principal tendem a dar melhor resultado:
"Estatisticamente, você começa a ver que é muito pouco o que chega ao profissional diante do custo que isso representa. “Mas existe o risco de perder um menino que matura depois”. Sim, mas aí você tem que trabalhar esse menino ou dentro do profissional ou emprestá-lo sem abandoná-lo, entendendo que ele vai para um mercado para jogar, para aparecer, e que você o observe para que ele volte mais maturado. No Corinthians, não sei como vai ficar, com sinceridade. O 23 não é com a base, é uma questão decidida pelo presidente e pelo departamento profissional", destacou.
Presidente do Movimento de Clubes Formadores do Futebol Brasileiro, Carlos Brazil tem debatido a questão com outros clubes e já ouviu que a própria CBF tem se questionado sobre a competição:
"Existem comentários de que possivelmente a CBF vai encerrar essa competição. Eu sou muito a favor de que usemos no Brasil sub-19 e sub-21, como é em alguns países da Europa. Você ganharia um ano na formação e teria sub-15, sub-17, sub-19 e sub-21. Acho que você teria uma probabilidade de formar muito mais jogadores do que forma hoje, fazendo uma transição melhor para o profissional. É uma opinião apenas. Conversamos, mas a CBF não apoia neste momento", declarou.
No fim deste ano, vários jogadores do sub-23 ficam sem contrato e não serão aproveitados. Dos atletas que jogaram o Aspirantes em 2021, apenas o volante Du Queiroz, de 21 anos, foi aproveitado.
#corinthians #timao #alvinegro #sub23 #diretoria