O Corinthians foi à Arena Pernambuco, na tarde de hoje (9), e perdeu por 1 a 0 para o Sport, sendo derrotado pela primeira vez após uma sequência de 10 partidas. Além disso, o Timão desperdiçou a chance de retornar ao G4 do Campeonato Brasileiro. O Leão, por outro lado, chegou à 16ª posição, saindo da zona de rebaixamento.



Na Live do Corinthians UOL, que acontece após os jogos do time do Parque São Jorge, os jornalistas Vitor Guedes e Ricardo Perrone analisaram a atuação da equipe e o resultado negativo fora de casa. Para eles, o técnico Sylvinho errou na escalação inicial ao escolher Jô para a vaga de Willian, e o sistema defensivo mostrou falhas.


"Jogo muito difícil, as duas defesas muito bem armadas. O Corinthians não teve espaço. Acho que essa foi a tônica do jogo, um Corinthians sem espaço. E esse problema na marcação também, que é a hora que tem o gol [do Sport]. Nessa hora que vê que faz falta um volante mais marcador", disse Ricardo Perrone.


"Um volante, realmente, faz falta. Quando dá certo, é uma maravilha, o torcedor fica empolgado, mas, realmente, precisa de volante. É só pegar o papel e olhar se precisa alguém para marcar bem, um volantão mesmo. Isso precisa ter. [O time] Está conseguindo os resultados sem [volante], o Cantillo evoluiu muito, mas hoje fez falta. Ele [Sylvinho] começou a pisar na bola na escalação. O Jô, para jogar ali, tem de ter o cruzamento e o Corinthias teve pouco cruzamento. Hoje, a mágica desse time é a velocidade, a troca de passes, a triangulação, porque tem caras de qualidade, que sabem se movimentar", completou.


Vitor Guedes também questionou a escolha inicial do treinador do Timão, lembrando que as características de Jô não se encaixavam com a dos companheiros de setor ofensivo.


"Queria cornetar, primeiramente, a escalação do Sylvinho. Não vou cornetar a saída do Willian porque foi questão física. Certamente não jogou porque não tinha condição. Nem sequer viajou para Recife, mas as opções óbvias são Adson, Mosquito, Jô ou Gabriel, se fosse jogar com um volante. Para espelhar o que aconteceu no outro [jogo], manteria o Roger [Guedes] de falso 9, colaria o Adson no lado esquerdo, sem mexer no Gabriel Pereira, ou colocaria o Mosquito, passando o Gabriel Pereira para a esquerda. Ele optou pelo Jô, que é um jogador de área, mas para ter jogador de área, tem de chegar à linha de fundo. O Gabriel é canhoto e corta para a direita, e o Roger Guedes faz o mesmo no lado esquerdo. Não tem um cruzamento porque o Fagner e Fábio Santos não passaram do meio de campo. Teve muita posse de bola, mas dane-se a posse de bola. Não chutou uma bola no gol. Ficou com a bola fazendo nada", apontou.


Perrone, por sua vez, acredita que o Sylvinho demorou a fazer alterações para tentar mudar o cenário do jogo:


"[O gol do Sport] Foi mais uma falha do sistema defensivo. Acho que ele escalou mal, demora a mexer no time e, quando mexe, deixa o time mais exposto ainda do meio de campo para trás. O Sylvinho foi mal em todos os sentidos hoje. Não dá para esse time abrir mão da velocidade, da triangulação, da qualidade ali na frente. Não dá para jogar com um cara fixo. Em minha opinião, tinha de ter começado com o Mosquito".


Para Vitor, o Corinthians foi apático e achou que poderia ganhar do Sport a qualquer momento.



"Do primeiro minuto ao último, todos sabiam onde estavam os jogadores do Corinthians. O Sport pôde se posicionar do jeito que quis. Não teve nenhuma troca, alteração. Foi absolutamente tudo óbvio do começo ao fim. O Renato Augusto, que não estava em uma boa partida, ainda tentou fazer alguma coisa diferente. A minha sensação foi a seguinte: virou sobre o Bahia, ganhou do bem do Palmeiras, olhou a tabela e achou que o gol ia sair uma hora, precisaria nem forçar, como se a vitória fosse cair do céu. O Sport vinha de duas vitórias e, claramente, jogou a vida. A torcida no estádio deu uma atmosfera diferente. O Sport não se entregou e o Corinthians foi muito apático. Sensação que tenho.

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