O Corinthians não aceitou vender recentemente duas de suas promessas do elenco profissional: o lateral-esquerdo Lucas Piton, de 20 anos, e o zagueiro Raul Gustavo, de 22, continuam à disposição do técnico Sylvinho. Mesmo assim, o Timão precisa arrecadar R$ 95 milhões em vendas, de acordo com o balanço financeiro do clube.



A aposta é na valorização de seus jogadores com a chegada dos reforços "galácticos".


No entendimento da diretoria, os jovens com qualidade vão ter o futebol potencializado pelas contratações de Roger Guedes, Willian, Renato Augusto e Giuliano. Todos chegam com status para ocupar posições entre os titulares.


Consequentemente, a expectativa é de que o Corinthians passe a jogar melhor e se firme na parte alta da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro. Com o time bem, os jogadores ganham também mais visibilidade. Além de Piton e Raul, outro nome que surge com força no mercado é o do zagueiro João Victor, titular absoluto.


Porém, a falta de vendas até o momento preocupa a diretoria financeira. No primeiro semestre, foram apenas R$ 14 milhões em negociações de jogadores, bem distantes dos R$ 95 milhões propostos para a temporada. Ao ge, o diretor Wesley Melo falou sobre o tema.


"É algo que nos preocupa, sim, é uma receita importante. Terminamos uma revisão do orçamento e estamos falando em R$ 95 milhões em vendas. Mas estamos confiantes. Duilio (Monteiro Alves, presidente) vem falando que conseguiremos atingir o valor. E, se não der, vamos compensar com novas receitas do mundo digital. O Corinthians não é diferente dos demais. Dependemos de vendas para a conta fechar, e não é uma expectativa sem base. São ativos que têm mercado", disse.


"Nós não vamos vender ninguém a preço de banana", completou.


Juntas, as ofertas do Bordeaux, da França, por Raul, e a do Olympiacos, da Grécia, por Lucas Piton chegariam a 3,5 milhões de euros (R$ 21 milhões na cotação atual). Ambas foram recusadas pelo Corinthians, que entendeu a necessidade de pedir mais dinheiro para abrir mão dos atletas.

Piton é o reserva imediato de Fábio Santos para a lateral esquerda, e Raul o reserva imediato para a zaga, tanto no lado de Gil quanto no de João Victor. No caso do zagueiro, o clube francês também se complicou com questões do fair play financeiro da Fifa, algo que ajudou a "melar" o negócio.


"Não vender é algo que dificulta, sim, o fluxo de caixa. Estamos falando em R$ 95 milhões e só vendemos R$ 14. Vai fazer falta, mas faz parte. Não dá para vender ativo importante por preço que não consideramos justo. Não é por uma dificuldade de caixa que vamos vender por valor que não vale. Seria uma faca no nosso pescoço. Melhor vender lá na frente. Se não vender, usa no plantel", completou Wesley Melo.


Em contrapartida, dois jogadores que perderam espaço foram negociados em formato de empréstimo. Mateus Vital foi para o Panathinaikos, da Grécia, cuja diretoria arcará com 100% de seus salários. Se quiser ficar com o jogador, o clube grego precisará pagar 4 milhões de euros (R$ 24,5 milhões).


Já Léo Natel foi emprestado ao Apoel, do Chipre, também com o clube estrangeiro pagando 100% de seus salários. Caso queira ficar com o jogador, o Apoel precisará desembolsar 2,5 milhões de euros (R$ 15,3 milhões). Esse modelo de negócio de empréstimo, embora não dê lucro imediato para o Corinthians, é visto como positivo pela diretoria para aliviar a folha salarial do elenco profissional.



A janela de transferências do Brasil fechou na última segunda-feira, algumas da Europa fecham nesta terça, como na França e na Grécia, e outras seguirão abertas.

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