Renato Augusto vai recomeçar a sua história no Corinthians neste domingo, diante do Ceará, às 16h (de Brasília), na Neo Química Arena. Aos 33 anos, o meia deve iniciar no banco, mas será uma opção para o técnico Sylvinho na etapa final de jogo.



O retorno de Renato foi muito celebrado pelo torcedor. Afinal, o jogador teve no Timão o seu ápice na carreira, quando foi eleito o melhor jogador na conquista do Brasileirão de 2015.

Contratado em 2013, venceu três títulos e acumulou 127 jogos, 15 gols e 29 assistências. Despediu-se ao término de 2015, no jogo do título contra o Vasco, em São Januário. Dias depois, seria vendido ao Beijing Gouan, da China, por 8 milhões de euros (R$ 34,6 milhões, na época). O Timão levou 50%.


Cinco anos e meio depois, ele está de volta. Abaixo, relembre fatos marcantes da primeira passagem:

A camisa

Renato nasceu no dia 8 de fevereiro de 1988. Isso explica a adoração pelo número 8, que será usado novamente por ele em sua segunda passagem. Em 2013, porém, ele não começou com a numeração.

Como Paulinho era o camisa 8 da equipe, Renato iniciou a sua história no Timão com a 25. Foi com ela que ele foi campeão paulista em 2013. Só na Recopa, já com Paulinho vendido, que ele herdou a numeração clássica, que já foi usada por ídolos como Luizinho, Basílio, Sócrates e Rincón.

Primeiro jogo

Renato Augusto mostrou o seu cartão de visitas logo na primeira partida pelo Timão, no Paulistão de 2013. Escalado por Tite diante do Mirassol, o meia deu assistência para o gol de Romarinho, em vitória do Timão por 1 a 0 em São José do Rio Preto.

Golaços

Renato levou 11 jogos para marcar o seu primeiro gol pelo Corinthians. Era para ter saído na rodada anterior, contra o Tijuana-MEX, quando ele acertou o travessão e viu Pato marcar no rebote. Mas o fato é que os três gols de Renato Augusto em 2013 foram lindos.


O primeiro saiu na vitória por 3 a 0 contra a União Barbarense. Renato recebeu na área e encobriu o goleiro Walter, que pouco depois seria negociado com o próprio Timão. O segundo foi uma pintura. Já com a camisa 8, fez de cobertura em Rogério Ceni no primeiro jogo da Recopa, na vitória por 2 a 1.

– Me marcou o gol contra o São Paulo na Recopa, por ser clássico, por valer título. Não preciso nem dizer o quão grande foi aquela disputa – lembrou, em sua apresentação.

O terceiro gol saiu numa vitória por 2 a 0 contra o Criciúma, num lindo chute de longa distância (veja no vídeo acima). Foram mais cinco gols em 2014 e sete em 2015, em seu melhor ano de bolas nas redes.


A máscara

No futebol, ser mascarado não costuma ser algo positivo. Mas Renato foi mascarado por algumas rodadas logo em seu primeiro ano de Timão. Tudo por conta de uma fratura no arco zigomático (um dos ossos da face) sofrida por ele em duelo contra o Bahia, pelo Brasileirão.

Renato jogou assim dez dias depois na fratura, na decisão contra o São Paulo, na Recopa Sul-Americana de 2013. E repetiu a situação contra o Athletico-PR. Depois, porém, assumiu os riscos e pediu para parar de usar o adorno, já que a máscara atrapalhava a sua visão periférica.

Neo Química Arena

Inaugurado na metade de 2014, o estádio do Timão foi o palco de Renato Augusto em uma temporada e meia. Foram 43 jogos disputados em Itaquera, com seis gols. O primeiro marcado por ele foi de pênalti, na vitória por 3 a 0 contra o Bahia, pela Copa do Brasil de 2014.

Lesões

Em três anos de Corinthians, Renato teve uma evolução gradativa em número de jogos. Na sua primeira temporada, teve poucos momentos de brilho – a maioria deles durante a Libertadores. Foram apenas 31 jogos e pelo menos três lesões sérias em 2013: uma no joelho direito, que obrigou a realização de uma cirurgia, um estiramento na coxa direita e a do rosto, fraturado após uma pancada.


Em 2014, Renato Augusto teve pré-temporada mais longa do que os demais jogadores para tentar encerrar a série de lesões. O foco foi minimizar uma diferença muscular que tinha entre as duas pernas. Foram 44 jogos em 2014 e, em 2015, em seu melhor ano, fez 52. Não à toa, foi novamente lembrado por Dunga para convocações da seleção brasileira na reta final daquele ano.



Assistências

Renato Augusto deu cinco assistências em 2013, sob o comando de Tite. Em 2014 e 2015, porém, esses números subiram bastante. Foram mais 12 passes para gol em cada ano, totalizando 29.

Muitas deles saíram em cobranças de escanteio que acharam os companheiros livres na área, mas houve também passes magistrais, como um de calcanhar para gol de Fagner contra o Once Caldas.


Renadson

Jadson talvez tenha sido o grande parceiro de Renato Augusto na primeira passagem. Juntos, comandaram o meio-campo corintiano no ano de 2015 e disputaram juntos o prêmio de craque do Brasileirão, que acabou ficando com Renato. A torcida considerava a dupla um jogador só: Renadson.

Curiosamente, a parceria demorou a engrenar. Em 2014, o técnico Mano Menezes muitas vezes escolheu um ou outro para começar jogando. Em 2015, Tite apostaria na dupla formada por Renato e Lodeiro, mas a venda do uruguaio abriu espaço novamente para Jadson. E tudo ficou perfeito.


Pé quente

Os 15 gols de Renato Augusto no Corinthians saíram em 14 partidas diferentes – contra o Athlético-PR, na vitória por 4 a 1 em 2015, ele marcou duas vezes. Um dado curioso é que o Timão nunca perdeu num jogo com gol do meia. Foram 13 vitórias e apenas um empate, contra o Grêmio, em 2015.



Canetas

Além do domínio, da visão de jogo, da capacidade de dar passes e finalizar, Renato Augusto tem uma outra característica que fazia a Fiel viver em euforia: a mania de aplicar canetas em rivais. Em três anos de Corinthians, fez isso muitas vezes. Numa delas, em 2015, contra o Inter, deu o rolinho no zagueiro, chutou na trave e só não marcou no rebote pois Vagner Love chegou um segundo antes para marcar.

Corinthians, Renato Augusto