Após confirmar uma dívida que beira R$ 1 bilhão, o Corinthians anunciou que atuará em 2021 para começar uma reforma administrativa para tentar sanar nos próximos anos os problemas financeiros. Isso passa, neste momento, pela redução dos gastos com a folha salarial no futebol, além da contenção no investimento em reforços.



Mesmo com a nova postura, Duílio Monteiro Alves rebateu as comparações sobre ter atualmente a terceira maior folha salarial do futebol brasileiro.

Em entrevista ao SBT, o presidente corintiano afirmou que os gastos no clube estão distantes daqueles praticados por Flamengo e Palmeiras, donos de dois dos elencos mais caros do Brasil na atualidade.

“Essa é uma desinformação prestada ao torcedor, não é real. Se olhar os balanços publicados pelos clubes você vai ver o Flamengo com um gasto anual com o futebol na casa dos R$ 300 milhões. O Corinthians tem uma folha salarial que ano passado era de R$ 12 milhões e hoje está em aproximadamente R$ 10 milhões”.

“O Flamengo tem três vezes mais gastos no futebol do que o Corinthians. O Palmeiras o dobro da nossa folha salarial”, disse o dirigente.

“Quando se faz essa comparação, não são números reais. Se o Corinthians tivesse hoje a mesma folha de pagamento do Flamengo e Palmeiras como é colocado, e que muitos colocam como maior do que a do Palmeiras, realmente todos teriam razão de criticar muito. Seria um trabalho muito mal feito. Termos o time que temos com uma folha igual à do Palmeiras ou Flamengo. Olhando os balanços vocês vão ver que isso não existe”.

Com uma realidade financeira diferente dos rivais históricos, a diretoria prevê para a temporada 2021 um ano de poucos investimentos.

Com isso, grandes contratações estão longe do horizonte alvinegro, e até mesmo de nomes que estão no elenco atual como o zagueiro Jemerson e o meia Otero, que vivem os últimos meses de contrato, e não devem permanecer.

“A gente tem falado isso há muito tempo. O Corinthians precisa neste momento se transformar administrativamente, mexer nessa parte financeira para que a gente organize a casa. Para isso a gente tem que segurar um pouco os investimentos. O país vive um momento difícil. Os clubes já vinham com dificuldade, e o Corinthians não é diferente. Com a pandemia isso se agravou muito”, afirmou Duílio.

“É importante também deixar claro que o Corinthians vem há quase sete anos sem a bilheteria do estádio, e isso prejudica bastante as finanças. Hoje o momento é de investir mais na parte administrativa, organizar a casa. Eu sei que o torcedor quer ver o time com craques, mas não significa que não vá brigar por títulos. O Corinthians é um time luta, com raça, que tem sua forma de jogar. Todos já viram o Corinthians ser campeão com times com investimento baixo. Logico que o caminho é mais difícil, mas o Corinthians sempre veio da dificuldade e se superou. Esse é o momento de a torcida estar unida, entender que é um momento de restruturação e apoiar”.

“É importante que não muito tempo. A gente imagina que nesse primeiro ano da gestão a gente tenha uma despesa muito menor, até por conta da pandemia. A gente não sabe se o futebol vai parar outra vez. A situação é muito grave. Então não é o momento de investimento. A gente fez uma redução grande na folha de pagamento do futebol nesses primeiros meses de mandato de mais de R$ 2 milhões por mês. E a gente tem bons meninos na base, temos boas promessas. É o momento de olhar para eles e colocar para jogar. Muito se cobrou isso no Corinthians, e hoje chegou a hora de a gente trabalhar um pouco diferente e segurar as contratações, pelo menos nesse início de ano”, concluiu.



O Corinthians inicia nesta quarta-feira (21) um dos principais objetivos da temporada 2021: a disputa da Copa Sul-Americana. O clube paulista abre sua campanha contra o River Plate (PAR), em Assunção.

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