Escalado com reservas, o Corinthians teria Juan Cazares como titular diante da Ferroviária, na última terça-feira, pelo Paulistão, e Luan mais uma vez no banco mesmo com formação alternativa. Na véspera da partida, o equatoriano tinha sido o meia de criação escolhido por Vagner Mancini para treinar entre os 11 titulares no CT.



Pouco depois da atividade, com o acordo de seu empresário com o Fluminense, o equatoriano foi liberado para quebrar o seu contrato e nem viajou para Araraquara. Era o fim da passagem de Cazares pelo Timão.


No intervalo entre o fim do treino na tarde de segunda e a viagem de ônibus para Araraquara, Luan desabafou. Deu entrevista para o jornalista Benjamin Back, do SBT, foi perguntado sobre seu péssimo momento e atribuiu a falta de sequência a Vagner Mancini. O papo foi ao ar na madrugada.


Luan conversou também com o jornalista Paulo Vinícius Coelho, da Globo. O papo foi ao ar na tarde de quarta-feira, horas depois do jogo em Araraquara. O tom foi o mesmo:


"Não entendi por que não tive mais frequência de jogos antes. Perguntei ao treinador por qual razão. Entendo que todos tiveram sequências maiores, e eu tive apenas duas partidas seguidas", disse Luan no papo com PVC.


Até ali, Luan não jogava havia quatro partidas e, contra o Guarani, viu o jovem Vitinho, de 21 anos, ganhar chance na equipe e deixá-lo para trás. Chateado com seu rumo incerto dentro do CT Joaquim Grava, conversou com seu estafe e concedeu a entrevista sem comunicar a diretoria.


Segundo pessoas próximas, já existiam conversas com Luan no sentido de que ele precisava se impor e mostrar seu interesse em dar a volta por cima, mas que, para isso, precisava jogar mais.


Há duas semanas, ele tinha falado com o ge, mas sem questionar a falta de sequência. Bastante fechado, ele era relutante em se expor, mas mudou de ideia após a formação do time B na segunda.


Técnico do Corinthians, Vagner Mancini só ficou sabendo da entrevista durante a terça-feira, horas antes do jogo na Arena Fonte Luminosa. Em coletiva após o jogo, negou que as palavras tenham tido qualquer relação com a sua escolha na escalação.


"Não teve nenhuma influência, óbvio que não. Eu e Luan sempre temos conversas. Acho ótimo que o atleta queira jogar. Soube da entrevista só hoje pouco antes do jogo", disse o treinador, que lembrou que deu, sim, uma sequência de cinco jogos a Luan no Brasileirão de 2020, no fim de novembro.


Com relação transparente com o elenco, os homens do departamento de futebol conversaram com Luan antes do jogo, após a grande repercussão da entrevista. Escolhido para jogar, o camisa 7 chamou a responsabilidade e teria a oportunidade que tanto buscava. A diretoria tem dado apoio irrestrito ao meia, principal investimento do clube no início da temporada passada.


Presidente do Timão, Duílio Monteiro Alves viu as entrevistas de uma forma positiva. Levou em conta que a iniciativa ocorreu em razão da vontade de Luan em reagir, algo que pode dar resultados.


Um dia depois do jogo, foi unânime dentro do Corinthians o sentimento de satisfação pelos sinais passados pelo atleta no primeiro tempo. A resposta foi considerada boa.


Em 45 minutos, buscou jogo, finalizou, errou poucos passes e deu assistência para Camacho. Na etapa final, cansou e diminuiu o ritmo na derrota por 2 a 1.


"Agora é hora de falarmos sobre a boa atuação dele", disse uma pessoa da diretoria, já a fim de mudar a página.



Nesta sexta-feira, o Corinthians já volta a campo diante do São Bento, às 20h (de Brasília), na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista.

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