Rodrigo Varanda tem 18 anos e passou a maior parte da vida como jogador do Corinthians. Ele chegou ao clube com apenas seis e fez trajetória pelo futsal e todas as categorias de base do clube até estrear como profissional na noite do último domingo, quando foi titular no empate em 0 a 0 com o Bragantino.
Mas, mesmo que tivesse pouco tempo de casa, Rodrigo Varanda não teria dificuldade para entender o que representa vestir a camisa preta e branca. Ele é filho de um torcedor fanático pelo Corinthians e foi criado na favela do Pau Queimado, no Parque São Jorge, berço do Timão na Zona Leste de São Paulo.
Hoje, graças ao que recebeu na ainda breve trajetória no futebol, Rodrigo vive com a família num apartamento mais confortável, bem em frente à sede social do clube.
A chegada ao time principal do Corinthians é a realização do sonho que Rodrigo compartilhou com todo o Brasil ainda muito jovem, em quadro do Caldeirão do Huck, exibido há sete anos.
O sonho não era só de Rodrigo, mas também de seu pai, Rogério. Aos 13, ele participou de uma peneira no Timão por seis meses, mas não teve o mesmo sucesso do filho. Tempos depois, teve de abrir mão do desejo de ser jogador para trabalhar.
Até pouco tempo atrás, Rogério ganhava a vida como vendedor ambulante em semáforos, vendendo alimentos, bebidas e outros produtos, como carregadores e acessórios de smartphone. As coisas melhoraram nos últimos anos, quando conseguiu abrir uma barbearia, onde ele mesmo corta cabelos.
Sem sucesso com a bola nos pés, Rogério decidiu apostar na carreira do filho. Desde muito garoto ele dava mostras de que tinha talento:
– O Rodrigo jogava na rua com os meninos mais velhos e já era desenrolado. Na época, a gente morava no bairro Cidade Soberana, lá no fundão de Guarulhos. Um dia, levei ele para uma avaliação com mais 100 garotos no Corinthians e só sete jogadores ficaram. O Rodrigo foi um deles – conta o pai do jogador, que também comenta a sua paixão pelo Timão:
– Eu ainda torço muito, mas já fui mais fanático. Ia em muitos jogos, já peguei até caravana de torcida organizada para o Rio de Janeiro.
Tudo isso ajuda a explicar a reação de Rogério e outros familiares de Rodrigo Varanda quando ele chegou em casa após a partida do último domingo. O momento foi registrado pela irmã do jogador nas redes sociais:
Mais precoce e surpreendente do que a estreia de Rodrigo Varanda como profissional foi a primeira experiência dele como pai. O garoto ainda não tinha chegado aos 15 anos quando Manuela veio ao mundo.
– Na época, foi um baque. Ficamos muito preocupados, inclusive com a carreira dele. Acho que até hoje não caiu a ficha do Rodrigo – conta o pai do jogador.
Tão novo e já com tanta responsabilidade sob os ombros, Rodrigo Varanda se destaca pelo controle da
bola e facilidade para driblar. Versátil, pode jogar como meia e também como atacante.
Treinando com os profissionais do Timão desde o fim do ano passado, ele vem agradando ao técnico Vagner Mancini, que elogiou o seu desempenho diante do Bragantino.
– Analisamos muito o último mês de treinamento. Ele vinha se destacando na base. Fizemos com que fizesse parte dos treinos, e foi evoluindo muito bem. Não foi usado no Brasileiro porque não estava inscrito. Senão, seria um atleta já mais adaptado. Fez apenas um treino com os demais jogadores. Fez um bom jogo, entendeu, teve leitura bacana na partida. Óbvio que cansou, porque é outro ritmo. Tenho certeza de que vai dar uma ótima ajuda a todo nosso elenco na temporada – disse o treinador.
Nesta quarta-feira, Varanda pode viver mais um dia histórico. O Corinthians enfrenta o Palmeiras, às 19h, no Allianz Parque, em clássico válido pela segunda rodada do Paulistão.
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Parabéns Rodrigo ! Bem vindo ao profissionais xo
Boa sorte menino, você merece ter saído da favela e estar morando bem dando mais conforto para seus pais, seu filho e sua esposa, seja feliz menino, você merece, tem muito jogador no time que devia ter passado o quê você e sua família passaram, assim dariam mais valor à tudo e ao Clube, Deus te abençoe sempre!