13/2/2021 13:52

Às vésperas de ser pai, Avelar fala de tratamento e vira comentarista do Corinthians: "Pela TV é fácil"

Valentin, seu primeiro filho, nasce neste domingo; zagueiro está há quatro meses afastado

Às vésperas de ser pai, Avelar fala de tratamento e vira comentarista do Corinthians:
Afastado do Corinthians por lesão desde o começo de outubro do ano passado, o zagueiro Danilo Avelar viverá neste domingo uma das maiores emoções de sua vida: vai acompanhar o nascimento de seu primeiro filho, Valentin, fruto do casamento com a arquiteta Natalia Borba.

Enquanto trata diariamente (incluindo três vezes por semana em dois períodos) o joelho direito, região operada por um rompimento do ligamento cruzado, o zagueiro pôde vivenciar uma rotina diferente ao lado da esposa.

Além de curtir os dias de papai de primeira viagem e se aprofundar no mundo dos jogos eletrônicos investindo em uma equipe de games, o zagueiro também virou comentarista dos jogos do Corinthians nas redes sociais. Será, então, que em poucos anos teremos Danilo Avelar comentando jogos no SporTV? Se depender dele...

– Olha o convite, hein? Quem sabe? Gosto de falar, de analisar. Talvez fosse uma análise diferente, como já tem comentaristas. Sem desmerecer os jornalistas. Uma coisa é estudar, e outra praticar. Acho que é interessante essa junção. Uma fusão importante. Passa uma dinâmica diferente para o telespectador – disse Avelar, em entrevista exclusiva ao ge.

– (...) De fora, temos uma visão totalmente diferente. A análise do jogo é totalmente diferente. Por conta disso, na televisão parece fácil. Eu acabo querendo entrar na TV e jogar.

Avelar está exatamente na metade do tratamento. O prazo para o retorno do zagueiro aos gramados é de oito meses. Ele espera estar apto a jogar antes disso, mas sabe que na vida "há males que vêm para o bem". A rotina mudou bastante nos últimos tempos.

– Tempo para ficar em casa, curtir a família, meu filho que está vindo. A gente fica muito tempo fora, mais fora do que em casa. Muita viagem, hotel, concentração. Você não curte a casa de fato. As pequenas coisas, aguar planta, trocar luz... Não tem tempo para isso. Acho que esse fato talvez tenha acontecido por um bem maior. Dar apoio para minha esposa, acompanhar o nascimento do meu filho. Tantos jogadores não conseguem estar nessa data especial. Estou sendo privilegiado por viver esse momento. O mal, que é a lesão, veio por um bem maior – ponderou o jogador.

– Quatro meses de bastante paciência, acho que essa é a palavra. Estou na terceira lesão grave de joelho, paciência é o ingrediente principal. Ninguém gosta de ficar tanto tempo longe do trabalho. E principalmente nestes primeiros quatro meses, quando você menos tem contato com a bola, mais algo lento, muita maca, fisioterapia, dentro e não tanto externo. Mas, graças a Deus, estamos chegando bem, no prazo certo, com resultados ótimos, isso é o mais importante de tudo. Estou bem confiante – completou.

Confira a entrevista completa:


Sente que está na metade do tratamento de fato?

Danilo Avelar: – Não é legal trabalhar com tempo, com datas, porque o corpo humano de cada um é diferente, cada um reage de um jeito. Como minha cirurgia teve uma gravidade um pouco acima do normal, ligamento cruzado, então ela vai exigir um tempo um pouco maior. Nada que assuste. A ideia é de seis a oito meses, que é o padrão. Lá pelo sétimo mês devo estar bem. E aí uma coisa é treinar e outra é voltar a jogar. Gerar confiança, readaptação. Às vezes, faz algo bacana, antes do que falaram, mas, na verdade, não precisa acelerar. Eu estou bem tranquilo com relação ao tempo.

Como é sua rotina no CT? Tratamento quantas vezes por semana?

– Todos os dias. Às vezes, no domingo não. No CT, um período por dia e três vezes por semana tenho ido na clínica do Joaquim Grava fazer um complemento com equipamentos dele. Faço lá na parte da manhã e à tarde no Corinthians. Agora, cargas passam a ficar mais intensas. Treino também aumenta. Basicamente, é ficar no CT o dia todo tratando.

O que é o mais difícil?

– Seja no futebol ou qualquer emprego, quando fica afastado um período e vê seus companheiros fazendo, te gera uma sensação complicada. Quer estar ali, mas não pode. Quero vivenciar a rotina, ir para os jogos, concentração. Ver de fora não é legal, é uma raiva atrás da outra, nervosismo. A gente que vive o dia a dia de jogo, treino e resenha, altos e baixos, a gente sente muita falta. Ficar fora, de longe, é o mais dolorido.

O que faz mais falta?

– No dia a dia, vejo os jogadores. Mas dia de jogo, quando vou ao estádio ou estou em casa e você vê como um torcedor. Tem uma visão totalmente diferente. A análise do jogo é totalmente diferente. Por conta disso, na televisão parece fácil. Eu acabo querendo entrar na TV e jogar. Estou vendo algo que dentro de campo não se vê. Eu sei que na prática não é fácil. Enxergar o jogo de outra maneira e não estar lá para fazer aquilo, é muito ruim.

E nesse período virou um comentarista de Twitter...

– Foi uma coisa diferente. Acho que é um pouco curioso. Gosto de redes sociais, nunca me omiti mesmo em crise, sempre ali pronto para falar, escutar. Acho legal ter essa análise de fora. Uma coisa é jornalistas, torcedores, que gostem do futebol, mas que nunca colocaram a chuteira e entraram em campo. Acho que minha análise pode ser diferente. Como torcedor, eu gostaria de ouvir o que pensa um jogador. Conceitos técnicos e teóricos.

Por que parece fácil?

– O campo de visão. De cima, na TV, enxergamos todos os espaços, movimentos. Você consegue ver os espaços no ataque mesmo da zaga. É difícil ter essa visão ampla no campo, não tem tempo para enxergar os espaços. Quando Gil pega na bola, consigo ver onde é o ideal para fazer o passe, mas nem sempre dá. A dinâmica de treino é diferente. Gera agonia. Mas eu entendo, porque dentro de campo não temos essa visão. Os gênios têm.

Qual a análise do comentarista Avelar sobre o Corinthians?

– Um comparativo: foi muito positivo do começo para o final. Estamos longe do que o Corinthians merece, que é brigar por títulos. Mas, de uma situação que todo mundo falava que iríamos rebaixar, o time humildemente e silenciosamente evoluiu. Houve mudanças positivas, e ninguém mais fala o que se falava antes. Sempre acreditamos que poderíamos colocar o clube em um patamar melhor. A vaga na Libertadores é o mínimo que o Corinthians merece. Provamos para todos e nós mesmos a capacidade de estar em um lugar melhor.

Como está a ansiedade pelo nascimento do Valentin?

– Enorme. Uma novidade. Dá aquele receio, medo, milhões de perguntas na cabeça. Temos um suporte bacana e sabemos que vai dar tudo certo. Vivemos todo o período pré-nascimento, minha esposa muito mais, acabei aprendendo muita coisa que nem imaginei. Só vivenciando. Descobri que são caras as coisas, muita fralda, bastante surpresa.

Nesse período, você virou sócio de um time de games. Inclusive levou seus jogadores para conhecerem a Neo Química Arena. Fale um pouquinho sobre isso.

– Gosto muito, meu lazer sempre foi um pouco games. Desafogar essa tensão, fugir do futebol. Tenho um lado empreendedor, sempre gostei. Coincidiu com esse período longo fora dos gramados por lesão. Agora, é o tempo que tenho para fazer isso. Estudar, aprender outra coisa. Games é algo que acredito demais, ascensão absurda. Tecnologia veio para matar algumas coisas da nossa essência, tipo jogar bola na rua, mas é nossa era, não tem como fugir. Montei essa equipe de CSGo, mas expandindo para outras modalidades. Experiência competitiva. Caminhada árdua para chegar no sucesso. Chegar e ganhar título, é sucesso. Saber a conviver, absorver elogios, proporcionar coisas bacanas. Levei eles ao estádio, é algo que acredito muito. Buscando mais informações sobre esse cenário. É aqui que está o foco, respostas, novos seguidores, assinantes. Estou surfando, já mirando um pouco meu pós carreira.

É investimento ainda, né? Sem retorno financeiro.

– Investimento a longo prazo. Com tempo para me dedicar agora, consigo analisar o cenário. Quando voltarem os jogos e treinos, tudo muda. Meus sócios estão cientes disso. Meu foco 100% sempre vai ser o futebol, mas tenho que pensar fora. Carreira de jogador é muito curta. Não quero esperar encerrar minha carreira para pensar o que fazer. Tenho que absorver novas coisas.

O que tem observado do trabalho do Vagner Mancini?

– Óbvio que os resultados falam por si só. Vendo de fora, não estou tão diariamente nos campos, fico mais na parte interna do CT, mas vejo que é um cara tranquilo, escuta, passa confiança para os jogadores. Sabe a hora de falar, de cobrar, isso é bom para o jogador se sentir acolhido, confiante e nem sempre explosivo. Nem sempre explosão é bom. Ele consegue captar pessoas que talvez estivessem em momento complicado. Observa, conversa, tira o melhor de cada jogador.





Corinthians, Entrevista, Danilo Avelar


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