25/11/2020 08:10

Fábio Santos explica retorno ao Corinthians: "Não teve um dia na vida que não pensei em voltar"

Lateral analisa fase atual e diz que Timão faz o "campeonato da entrega"

Fábio Santos explica retorno ao Corinthians:
Fábio Santos completou no fim de semana um mês de seu retorno ao Corinthians e, nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), contra o Coritiba, no Couto Pereira, pela 23ª rodada, faz seu quinto jogo pelo Timão no Campeonato Brasileiro.

Aos 35 anos, largou a condição de reserva do Atlético-MG, hoje líder do campeonato e um dos principais postulantes ao título, para viver mais uma vez as emoções no time em que venceu Libertadores e Mundial como titular em 2012.

Oito anos depois, a briga é para se afastar do Z-4.

– As pessoas mais próximas sabem que por mim eu não tinha nem saído em 2015 (para o Cruz Azul). Não teve um dia da minha vida desde que fui para o México, e mesmo no Atlético-MG, que eu não pensei em retornar para o Corinthians. É onde me sinto bem e sou grato. Mesmo tendo sido criado num dos maiores rivais (São Paulo), é onde fui mais feliz profissionalmente.


– Quando teve o convite, me disseram: "Você é maluco? A gente está brigando pelo título, você vai para lá, onde estão brigando contra o rebaixamento?" É difícil explicar para quem nunca viveu o que é Corinthians. Eu estava conversando com outras equipes para um tempo maior de contrato, quando me falaram do convite disseram que ia ter dificuldade, que não estavam pagando, mas eu disse: "Não estou pedindo dinheiro, só me coloca lá dentro e depois a gente vê lá na frente". Estou muito feliz mesmo, minha família inteira está muito feliz por eu ter retornado. Quero aproveitar – acrescentou.

Ao todo, Fábio Santos acumula 218 partidas pelo Timão, com 15 gols marcados. Um deles nesta passagem, no empate por 1 a 1 contra o Atlético-GO. Além de Libertadores e Mundial, ele tem também os títulos do Brasileirão (2011 e alguns jogos no de 2015), Paulistão (2013) e Recopa (2013).

Abaixo, você confere um papo completo com o lateral-esquerdo:

ge: Como tem sido a emoção de viver o Corinthians pela segunda vez?

Fábio Santos: Tudo muito diferente. Falo sempre com minha esposa (Fernanda) que meus filhos eram muito pequenos e não chegaram a ver o momento bacana que vivi aqui, agora estão podendo viver isso. Está sendo muito legal, estou curtindo cada momento, várias vezes passam lembranças quando estou no refeitório, hotel, vestiário e no estádio. A maioria é de lembranças boas e está sendo muito maneiro viver isso novamente, vivo cada momento como se fosse o último.

Que lembranças seus filhos tinham de Corinthians?

– Meu filho (Leonardo, 9 anos) muito pouco. Ele fala que lembra de jogar bola com os guris no estacionamento da Arena. Minha mais velha tem 12 anos (Eduarda) e pegou um pouco mais de Pacaembu, lembra um pouco mais das conquistas. Meu filho nasceu em 23 de novembro de 2011, na semana do título brasileiro, em 2012 era de colo, mas minha filha já era um pouco maior em 2015. Nunca deixaram de torcer pelo Corinthians, estão curtindo e não veem a hora de ir para o estádio.

Apesar de ser um mês de clube, foram só quatro jogos, já que você não podia jogar a Copa do Brasil nem enfrentar o Atlético-MG. Esse tempo de descanso te ajudou a ter um início melhor?

– É relativo, mas é o fator que a gente briga há tantos anos. Para ter um nível de atuação, ter uma semana para trabalhar vale mais a pena. Pode ter sido um fator importante para acelerar o processo de treinamento, viver mais com os companheiros. Ter jogos espaçados um do outro pode ter me ajudado para ter um rendimento melhor.


O Corinthians era um time que, até pouco tempo atrás, você olhava e não via perspectiva de melhora. Hoje, mesmo vindo de uma derrota para o Atlético-MG e empate com o Grêmio, você consegue enxergar sinais de evolução. Que Corinthians você encontrou?

– Cheguei aqui numa segunda-feira em que tinham perdido de 5 a 1 para o Flamengo, o cenário era o pior possível, jogadores com cabeça baixa, confiança lá embaixo. A vitória contra o Vasco foi importante para a gente sair de uma zona incômoda na classificação, isso influencia no dia a dia olhar para a tabela e ver sua colocação. Trabalhamos essa parte psicológica para o time tentar fazer as jogadas sem receio e tem muito dedo do Mancini, que soube entender o momento da equipe de dar um passo atrás, reconstruir a defesa e aos poucos vai colocando coisas do meio para frente.

– A gente fez bons jogos contra Atlético-MG, Grêmio e Internacional, jogamos de igual para igual, mas estamos num momento em que precisamos vencer para subir na tabela. Temos conversado para seguir com bons jogos, mas confirmá-los com vitórias, que é o que a gente mais precisa no momento.

Imagino que seja incômodo trabalhar com o time sempre perto do Z-4...

– Óbvio que a gente tem que ver a tabela por completo também, está tudo muito embolado, se ganhar um ou dois jogos você já está brigando lá em cima também. Mas é importante ter consciência do que está disputando dentro do campeonato, não adianta achar que só ser Corinthians vai resolver. Tem que trabalhar e se conscientizar, estamos brigando na parte de baixo, mas sem deixar de olhar para cima. Queremos ganhar jogos para subir na tabela e ver onde podemos chegar na competição.

Você aparece no vídeo dos bastidores após o empate contra o Grêmio dizendo que "esse aí vai ser o nosso campeonato". Qual é o campeonato do Corinthians?

– O campeonato de entrega. A gente sabe que não tem nenhum craque, nenhum jogador que vai resolver a qualquer momento, mas é coletivo, tem que se entregar todo jogo, nada virá de bandeja, temos melhorado nossa competitividade, vi isso nos últimos jogos. É deixar tudo dentro de campo, temos jogadores qualificados para vencer os jogos, mostramos isso contra Atlético-MG, Grêmio e Inter. Nosso campeonato é de competição e entrega, tentando sair da segunda parte da tabela.

Na sua história de Corinthians, você certamente viu jogadores vivendo exatamente o que o Luan vive: expectativa, desconfianças, críticas. Danilo foi um caso. Você conversa com ele sobre isso?

– Ele é um jogador experiente também, já não é um menino, passou por coisas importantes. É um jogador referência que tem que se acostumar com esse tipo de cobrança, ainda mais no Corinthians. E nós temos de saber entender a maneira como ele joga. Não é um cara que vai dar 600 carrinhos por jogo, foge da característica, vai ajudar mais na parte técnica. E temos de entender, ele gosta mais de jogo apoiado, e muitas vezes a equipe não dá isso a ele. Contra o Atlético-GO, a gente não jogou o primeiro tempo, e Luan foi criticado. Ele precisa de jogo. Se você não der o jogo, ele será criticado em todos os jogos. Temos que ajudá-lo e entender como ele joga.

– Carregar o piano, entender como joga e passar confiança. No Grêmio ele tinha jogadores qualificados ao lado dando confiança. E estamos acrescentando ao jogo dele essa competitividade, ele já mostrou isso nos últimos jogos. Depois que a gente conseguir armar o time, vai entrar numa mecânica legal. Estávamos muito distantes como time. Hoje já se consegue enxergar uma coisa diferente, mesmo ainda não transformando em resultado. Então acredito que Luan vá crescer neste momento, a qualidade dele vai sobressair, é um cara realmente diferente de todos os outros.

Vagner Mancini parece ser um cara muito transparente nas entrevistas coletivas: elogia quando vai bem e critica quando vai mal, sem muita maquiagem. Essa transparência é positiva no dia a dia?

– Sou de uma geração em que a gente trabalhava assim. Hoje em dia tem de ter cuidado sobre como você conversa com os mais jovens. Sou de uma geração que os técnicos xingavam e a gente entendia, sendo certo ou errado. Mancini deixa o ambiente tranquilo, é um cara leve de trabalhar, mas que cobra bastante, fala o que tem que falar, se for ficar chateado, fique. Mas a gente sabe que é para o bem, tudo o que tem cobrado é para o bem do grupo e todo mundo será valorizado no final.

Como tem sido sua influência com Lucas Piton? É na base da conversa?

– Fizeram isso comigo (quando era jovem), acredito que seja importante em questões de posicionamento, isso influencia. Ele tem uma qualidade muito grande, principalmente do meio-campo para frente, se puder evoluir na parte defensiva, é jovem, tem margem para crescer, é um cara que quer evoluir, tenho conversado bastante com ele. Futebol é muito treino, mas 80% é cabeça, tem de estar focado, não se abater. Ele sentiu muito o pênalti contra o América-MG, mas é um momento que tem de mostrar personalidade, não esquecer, tem que sentir a derrota, óbvio, mas esquecer. Quem sobrevive no futebol é quem tem a mente mais forte e que as coisas sirvam de lição.


E você? Joga até os 40?

– Todos os planos que fiz deram o contrário, deixa acontecer, tenho contrato até o final do ano que vem, vamos ver o que acontece. Mas uma coisa é certa: até os 40 eu não vou, não (risos).





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3009 visitas - Fonte: Globo Esporte

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Edynaldo Leite     

Ele pensava tanto em voltar que quando fazia gol de pênalti contra o Corinthians, comemorava feito louco é so dar uma olhada no YouTube kkkkkkkkkkkkkkkkk

Hiro Yamaguchi     

Fabio mesmo com seus 35 anos de vida, é mil vezes melhor que aquele lateral da bunda grande. Gastaram uma fortuna pra contratar aquilo e tínhamos o Carlos Augusto e o Lucas Piton. Quanto foi a comissão pro Thiago Nunes??

Hiro Yamaguchi     

Esse edynaldo chupa leite é bambi e cria do neto... kkkkkkkkk kkkkkkkkk

Claudio Augusto     

Pra levantar a moral de alguém chama o Edynaldo,vai trabalhar com o Neto

Edynaldo Leite     

Jogador de futebol é td cheio de historinhas pra boi dormir

Edynaldo Leite     

Mentiroso , só voltou por que foi mandado embora pelo Sampaoli

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