9/9/2020 10:18

Como venda do nome do estádio do Corinthians afeta tempo para pagar dívida

Como venda do nome do estádio do Corinthians afeta tempo para pagar dívida
O Corinthians anunciou no início do mês a venda do nome de seus estádio para a Hypermarca: foi escolhido o nome de Neo Química. O valor foi de R$ 300 milhões, pagos em parcelas de R$ 15 milhões por ano. E esse dinheiro é suficiente para cobrir o pagamento da dívida do financiamento da Caixa Econômica/BNDES? Quanto tempo vai levar para pagar o montante? Há alguma perspectiva de sobrar dinheiro para o clube no futuro?



Primeiro precisamos entender a situação atual da dívida: está suspensa judicialmente enquanto a Caixa e o Corinthians negociam um acordo. O banco estatal foi à Justiça em setembro de 2019 para cobrar porque o clube parou de pagar. O clube alegava renda insuficiente para quitar parcelas e pedia redução do valor.

Na ação judicial, a Caixa cobrou do Corinthians R$ 536 milhões que é o montante a ser pago, mais juros de um ano. Pelo contrato inicial, o clube teria de pagar entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões por mês para o banco estatal a partir de 2017, valor que se mostrou incapaz de quitar.

Pois bem, em 2019, o Corinthians repassou R$ 39 milhões em bilheteria ao Arena Fundo que administra as contas do estádio. No ano anterior, 2018, foram repassados R$ 41 milhões. Ou seja, sem pandemia, o dinheiro líquido que sobra da bilheteria gira em torno desse valor.

Por contrato, o valor do namings rights é uma receita do Arena Fundo e é repassado a este enquanto houver dívida. Assim, teríamos na soma em torno de R$ 55 milhões em receitas. O valor é ainda inferior ao total entre R$ 60 e 70 millhões de pagamentos anuais a serem feitos à Caixa pelo acordo original.

Mas esse era o montante inicial que está sendo renegociado. Por isso o clube está otimista. Para o diretor financeiro, Matías Ávila, a venda do naming rights vai equilibrar o pagamento da dívida. "Sim. Sem dúvida, muda de patamar." O novo valor da parcela ainda não está definido, como ele reconhece.

Há fatores contra e a favor do Corinthians na definição desse valor e se o dinheiro será suficiente para quitar. Como benefício, o estádio passará a receber shows o que deve incrementar as receitas além do naming rights. Além disso, os juros são calculados pela TJLP, regulada pela Selic, que está bem mais baixa do que no início do financiamento. Ou seja, a dívida cresce menos.

Em compensação, o clube teve receita quase nula de bilheteria em 2020 por conta da epidemia do coronavírus. E outro fator é que o período de suspensão da dívida acumulou parcelas que terão de ser somadas à dívida e seu pagamento terá de ser incluído na negociação.

Em meio a isso, há uma disputa entre o Corinthians e o fundo em relação ao valor dos repasses das rendas de jogos. No balanço do fundo Arena, há um registro de uma dívida de R$ 51 milhões do clube por dinheiro não repassado de rendas de jogos. A diretoria corintiana só reconhece uma débito de R$ 10 milhões neste item.

A controvérsia é relacionada às despesas de jogos. "A diferença é porque eles consideram um valor fixo e não o valor real (dos custos).

Vai ser arrumado. No balanço deles!", disse o diretor do clube, Matías Ávila. Segundo ele, o Corinthians repassa todas as receitas menos as despesas reais.

A renda bruta de bilheteria em 2019 foi de R$ 62,4 milhões, isto é, cerca de R$ 23 milhões foram gastos com os custos de operações de jogos.

Como conclusão, é cedo para dizer que o Corinthians equacionou sua dívida do estádio com a venda dos namings rights. Mas é certo que a negociação deixou o clube em uma situação bem mais confortável para voltar a pagar as parcelas do empréstimos feitos junto à Caixa Econômica e ao BNDES.

Se contabilizarmos os R$ 55 milhões de receitas anuais do estádio, bilheteria mais naming rights, o Corinthians levaria em torno de dez anos para quitar o valor devido pelo empréstimos. Isso sem considerar os juros. Ou seja, ainda vai levar bastante tempo para o clube ter renda de fato com seu estádio.



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