O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, celebrou na última terça-feira (1º), aniversário de 110 anos do clube, o acordo de naming rights da Neo Química Arena por R$ 300 milhões, pagos em 20 anos. No entanto, o valor é menor que o dobro do que ele exigia há nove anos para fazer enegócio.
Em um primeiro momento, a conta pode parecer estranha. Afinal, em outubro de 2011, quando Andrés, então presidente em fim de mandato, falou de valores pela primeira vez, ele dizia não negociar por menos de R$ 400 milhões. Mas existe a inflação.
Assim, atualizando o valor pedido pelo IGP-M, ele corresponderia hoje a mais do que o dobro do obtido com o grupo Hypera Pharma. Seria R$ 691,1 milhões. Quantia improvável de ser alcançada hoje pela retração da economia.
Na entrevista coletiva para tratar da negociação, tanto Andrés como Caio Campos, superintendente de marketing do Corinthians, explicaram que o valor que eles tinham como referência há quase dez anos estava baseado na dívida do clube com a Caixa.
“Realmente, na época da construção, falei em R$ 400 milhões porque era a dívida com a Caixa. Agora, pegamos a Ibope Repucom, vimos as propriedades da Arena, eles fizeram um estudo e vimos coisas acima no mercado”, disse Andrés, na terça.
Até mesmo o diretor-executivo do Ibope Repucom, que fez o estudo de valores a pedido do Corinthians para que o acordo com a Hypera Pharma fosse fechado, explicou como eles chegaram ao cálculo atual que definiu a negociação.
“Fizemos um estudo muito detalhado e completo do valor de mercado, e o que projetamos era um pouquinho abaixo do que foi vendido. Tenho dados, informações e análise, posso afirmar que o valor está correto. Como disse o presidente, foi falado lá atrás R$ 400 milhões porque era o valor da dívida com a Caixa. Não foi uma análise científica ou baseada em dados”, disse.
Os R$ 300 milhões acertados com a Hypera Pharma serão pagos em 20 anos, o que significa parcelas anuais de R$ 15 milhões, corrigidas pelo IGP-M ano a ano. É o mesmo valor pelo mesmo prazo que o Palmerias conseguiu com a Allianz Seguros em 2013.
A dívida do Corinthians com a Caixa é ainda uma incerteza. O clube acredita que deve R$ 450 milhões, enquanto a instituição financeira cobra dívida de R$ 550 milhões. Uma nova reunião entre as partes deve colocar um ponto final nessa dúvida.
De qualquer forma, todo o valor arrecadado com o naming rights vai diretamente para o pagamento da dívida com a Caixa, segundo Andrés disse e repetiu mais de uma vez na entrevista de terça.
O Corinthians ainda prevê receber mais R$ 30 milhões por um acordo de três anos para a exposição das marcas do grupo farmacêutico no uniforme de jogo. Em um primeiro momento, o espaço destinado será a barra da camisa, abaixo do número.
“Demorou, negociação complexa, coisa nova no Brasil, mas me sinto tranquilo, era um papel que vínhamos trabalhando para fechar essa equação, voltei para resolver o problema da Arena, nunca perdi um dia de sono. Fique tranquilo que até o final do ano vamos resolver tudo para vocês me esquecerem e não falarem mais nada comigo depois de dezembro", disse Andrés.
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