3/8/2020 09:55

Corinthians só pode ser tetracampeão paulista jogando com DNA pragmático?

Corinthians só pode ser tetracampeão paulista jogando com DNA pragmático?
Tricampeão paulista e campeão brasileiro como técnico do Corinthians, Fábio Carille foi demitido no final do ano passado por resultados, mas também pelo que a diretoria via um esgotamento da forma pragmática de jogar, pautada pela solidez defensiva que acompanhava o clube há anos e moldada por trabalhos do próprio Carille, de Mano Menezes e de Tite. A escolha de substituto refletiu o sentimento: Tiago Nunes chegou credenciado pelo futebol mais ofensivo e de volume do time que montou no Athletico Paranense, com a missão de transformar a cultura instalada no alvinegro paulista.



Pouco menos de nove meses depois, o Corinthians garantiu pelo quarto ano consecutivo a classificação à final do Campeonato Paulista com a vitória de ontem por 1 a 0 sobre o Mirassol, na Arena Corinthians. A classificação, entretanto, traz consigo as marcas daquele mesmo DNA corintiano -vitorioso, é verdade, porém pragmático— da última década, e coloca em questão a necessidade ou mesmo possibilidade de uma mudança de cultura.

Gols UOL Esporte O primeiro semestre do alvinegro foi tumultuado, cheio de altos e baixos e marcado por dificuldades na busca pelo ideal, seja para o time ou a forma de jogar. Tiago Nunes sofreu pressão de torcida e da própria diretoria, sua equipe chegou a flertar com o risco de rebaixamento e chegou à suspensão das atividades por conta da pandemia do novo coronavírus sob ameaça real de não se classificar à fase mata-mata do campeonato estadual.

Desde o retorno aos gramados, o cenário mudou. O Corinthians que se classificou ontem (2) para a final acumula quatro jogos consecutivos sem sofrer gols —e quatro vitórias. Mesmo com os resultados positivos e a solidez defensiva, vieram críticas pelo futebol apresentado, tanto da imprensa como de torcedores. Segurança defensiva, oportunismo, resultando em vitórias consideradas sem brilho.

São críticas que acompanharam as trajetórias de antecessores vitoriosos como Carille e Mano Menezes, ou mesmo de Tite, um dos maiores ídolos da história do clube que, embora campeão mundial, não escapou de conviver em alguns momentos com o apelido "empatite".

Até o jogador que se tornou destaque da classificação corintiana traz consigo um resgate da essência do que foi o Corinthians da última década. O volante Ederson marcou três gols nas últimas três partidas, inclusive o solitário na vitória de ontem do Mirassol, ganhou projeção e virou a cara da retomada alvinegra, sendo chamado de "novo Paulinho".

Diz o clichê que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, nas, no CT Joaquim Grava, ele não parece ser verdadeiro. É difícil atribuir ao acaso o papel fundamental de meio-campistas que atuam de área a área e aparecem com competência no ataque, em quase todos os times do Corinthians que chegaram a decisões nos últimos anos. De Elias a Paulinho, passando por Edenilson, sem esquecer de Bruno Henrique, Jucilei, Maycon.

A amostra de Ederson com a camisa do Corinthians ainda é, evidentemente, muito pequena, e impossibilita qualquer conclusão, mas é díifícil ler as primeiras páginas, assistir às primeiras cenas de sua trajetória com a camisa alvinegra e não sentir familiaridade com a história que se desenvolve.

Ao longo da trajetória corintiana em 2020, a pressão sobre Tiago Nunes se transformou: da expectativa de uma revolução no estilo de jogar, para a necessidade de resultados. Assim como no caso de Ederson, ainda é cedo para avaliar o trabalho do comandante no Corinthians. É possível que o tempo e o trabalho resultem em um time ofensivo, envolvente.

O quatro jogos que levaram o Corinthians de carta quase fora do baralho a finalista do Paulistão trazem, entretanto, várias marcas da filosofia corintiana da última década. Na defesa que dificilmente tem sofrido gols, no "novo Paulinho", no futebol que, por vezes, pode provocar sono em um torcedor depois de um almoço de domingo, nos gols marcados que parecem fortuitos, frutos de falhas de adversários, mas se repetem jogo após jogo. Talvez não seja o que o próprio Corinthians pretendia, em janeiro, ou o que a torcida sonhava, mas, se terminar no quarto título paulista consecutivo, poucos alvinegros se importarão.



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