Há exatamente dois anos, o Corinthians anunciava a contratação de Ángelo Araos, um meia chileno até então desconhecido no Brasil, mas que chegava ao clube cercado de expectativas.



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Não era para menos. Araos, que na época tinha apenas 21 anos, desembarcou no Corinthians dias depois da saída de Rodriguinho, o destaque do time, e não foi barato. Segundo o balanço do Timão, o chileno custou R$ 23,9 milhões, o que o torna o reforço mais caro do atual elenco – o valor da transferência de Luan não foi divulgado, mas gira em torno de R$ 22 milhões.

Porém, após tanto tempo no clube, o jogador ainda não conseguiu se firmar na equipe. Sob o comando de quatro diferentes treinadores, Osmar Loss, Jair Ventura, Fábio Carille e Tiago Nunes, Araos disputou apenas 22 jogos e não fez nenhum gol.

Araos, de novo, não será titular nesta quinta-feira, contra o Bragantino, às 19h (de Brasília), pelas quartas de final do Campeonato Paulista – o Premiere transmite a partida para todo o Brasil. Ele está à disposição de Tiago Nunes, mas não saiu do banco de reservas nos dois jogos do Corinthians após a pausa, contra Palmeiras e Oeste.

No princípio, o principal argumento para a pouca utilização do meia era a necessidade de ele se adaptar ao futebol brasileiro e ao Timão. A timidez do jogador, que pouco falava com os companheiros em vestiários, concentrações e viagens, era um empecilho a mais.

Porém, com o tempo foram surgindo outras justificativas para ele não jogar. Carille, ao voltar para o Corinthians, disse não saber em qual posição Araos poderia render melhor. Ele atuou pelo lado esquerdo do meio de campo e também centralizado, mas não convenceu.

O jovem, então, foi emprestado para a Ponte Preta, em outubro do ano passado. Ele disputou nove jogos e não brilhou, mas mesmo assim conseguiu ser convocado para o Pré-Olímpico, no começo desta temporada.

Ao lado de atletas de sua idade, Araos teve bons momentos no torneio na Colômbia, mas não conseguiu classificar sua seleção para a fase final.

De volta ao Corinthians, o meia foi escalado nas duas últimas partidas antes da paralisação do futebol. Foram 37 minutos em campo no total: 13 contra o Novorizontino e 24 diante do Ituano.

Atualmente, Araos enfrenta forte concorrência. Pelo lado esquerdo, disputa posição com atacantes mais agudos, como Janderson e Everaldo e até com Sidcley, lateral que atuou na linha de meio-campo no segundo tempo do clássico contra o Palmeiras. Já por dentro, Camacho, Cantillo e Ederson têm prioridade para desempenharem a função de articulador entre defesa e ataque. Mais à frente, na armação, a vaga é de Luan.

Além de questões técnicas, táticas e comportamentais, o aspecto físico também atrapalha Araos. Na visão de membros da comissão técnica, o jogador ainda precisa "encorpar".

– Araos tem na formação a seleção de base e também convocações para a seleção principal do Chile, é um jogador de movimento, tem que evoluir o aspecto físico, mas tem muita qualidade, briga com posição com os demais meias, jogadores de movimento, está inserido no contexto e a qualquer momento pode aparecer na equipe – disse o técnico Tiago Nunes, em entrevista coletiva na última quarta-feira.



Desejando jogar mais, Araos cogitou voltar ao Chile no passado, mas o fato de ter trocado de empresários acabou dificultando a transferência. O meia tem contrato como Timão até julho de 2023.


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