O oitavo mês de 2020 já se aproxima, e o Corinthians sequer votou as contas do ano passado. Alheio à maioria dos torcedores, o assunto é tratado com importância nos bastidores do clube, em especial pelo presidente Andrés Sanchez.
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A preocupação não é à toa. Caso o balanço financeiro de 2019 seja reprovado, o presidente não só teria uma mancha em seu último ano de mandato, mas também passaria a correr o risco de impeachment. Além disso, poderia influenciar a eleição do clube, prevista para novembro.
O estatuto do Corinthians determina que as contas sejam analisadas e votadas pelo Conselho Deliberativo até o fim de abril. Porém, com a pandemia do novo coronavírus e as medidas de distanciamento social, o clube adiou a reunião por tempo indeterminado.
No fim do mês passado, o Conselho alvinegro pediu autorização do Governo do Estado para fazer a reunião no ginásio do Parque São Jorge, mas ainda não teve aval. Realizar a votação por meio de videoconferência está descartado, visto que o órgão possui mais de 300 membros.
Em meio a esta indefinição, o presidente Andrés Sanchez se articula para reverter os pareceres do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação, que recomendaram a reprovação do balanço.
Como a diretoria do clube admite que houve erros na primeira versão do documento e prometeu apresentar um balanço corrigido, Andrés entende ser justo que os dois órgãos façam novas análises. Neste cenário, seria possível uma reviravolta, com a emissão de pareceres recomendando a aprovação das contas.
– Temos confiança de que o CORI vai rever sua posição do balanço corrigido de 2019 na nova votação, antes de ir para o (Conselho) Deliberativo – escreveu o cartola em uma rede social, na última quinta-feira.
Vale ressaltar que os pareceres dos Conselhos Fiscal e de Orientação não têm efeito prático imediato, mas servem para embasar a votação no Conselho Deliberativo.
Em 2019, o Corinthians apresentou déficit de R$ 177 milhões. Segundo o Conselho Fiscal do clube, o valor foi ainda maior: R$ 195,4 milhões. O órgão alega que houve omissão de cobranças judiciais nas quais não cabem mais recursos.
Na última quinta, o Corinthians apresentou as contas do primeiro semestre deste ano. Até junho, o Timão teve superávit de R$ 4,39 milhões. Desde o fim de 2019, a dívida cresceu 35% e chegou a R$ 902 milhões.
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