Dudu era o nome da vez no mercado da bola de 2015. E um embate intenso entre Corinthians e São Paulo pelo meia-atacante chegou ao fim de maneira abrupta, sem que nenhuma dessas torcidas comemorasse. O final foi feliz para o Palmeiras, que surpreendentemente acertou com o atleta numa contratação que ficou conhecida pelo chapéu dado nos rivais.
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Hoje (22), Corinthians e Palmeiras se enfrentam em Itaquera pela 11ª rodada do Campeonato Paulista, a partir das 21h30. Pela primeira vez em cinco temporadas e meia, o time alviverde não terá Dudu em seu elenco. O jogador deixou o clube no começo desta semana rumo ao Al-Duhail, do Qatar, por empréstimo de uma temporada, com opção de compra.
Do começo de 2015 a 2020, Dudu se tornou a maior referência técnica da equipe palmeirense e símbolo da retomada do time. Logo em seu primeiro ano, meses depois do chapéu, o camisa 7 fez dois gols na final da Copa do Brasil, diante do Santos, em um dos seus três títulos pelo Palmeiras — em 2016 e 2018, a equipe conquistou o Brasileirão, novamente com o jogador como protagonista.
A busca do Palmeiras por Dudu começou com negociações em andamento por parte dos rivais, no começo de janeiro de 2015. Em entrevista ao UOL Esporte, o ex-diretor de futebol do Palmeiras, Alexandre Mattos, contou como conseguiu colocar o chapéu em curso, mesmo diante das negociações avançadas do jogador com Corinthians e São Paulo.
"Se você pegar o momento, pergunto pra vocês: alguém imaginava o Palmeiras tentando o Dudu? Não é nem imaginar o Dudu no Palmeiras, mas o Palmeiras tentar o Dudu. Por incrível que pareça, eu consegui ser tão rápido e tão intenso que tanto o Dudu quanto o empresário dele não conseguiam nem pensar em falar não", contou o hoje dirigente do Atlético-MG.
"A decisão ocorreu na manhã de uma sexta-feira. A caminho do CT, escutei a Jovem Pan, que debatia se seria: São Paulo ou Corinthians. O funcionário do clube que me levava falou: 'Será que um dia o Palmeiras vai, ao menos, disputar? Ali bateu no coração. Liguei pro empresário dele e dei sorte que ele estava com uma dificuldade. Uma dificuldade no Corinthians, outra no São Paulo. O Dudu tomou um susto, e eu fui falando, falando, falando, falando, falando. Eu fui pra Academia de Futebol, chamei o Paulo Nobre na minha sala, disse pra ele: 'Eu tenho aqui um presente para nós'", completou Mattos.
De acordo com o próprio Dudu, o Corinthians estava mais perto de contratá-lo naquele momento. "O Corinthians tinha até tirado o meu visto para ir para os Estados Unidos. Acabou que, na época, eles não tinham dinheiro para me comprar do Dínamo [de Kiev]. O São Paulo estava nesta mesma coisa, mas queria pagar em muitas vezes, e o Dínamo queria à vista", frisou o jogador em entrevista ao Jogo Aberto, da Band, em maio passado.
"Aí, o Alexandre [Mattos] me ligou numa sexta-feira a noite. Eu ia no outro dia para o São Paulo conversar com o clube. Aí, meu empresário me pediu para ir ao escritório deles porque tinha uma pessoa querendo conversar comigo, e o Alexandre estava lá. Eu falei: 'claro que eu quero jogar no Palmeiras'", recordou o atacante.
No time alviverde, Dudu marcou 70 gols em 305 jogos e se tornou o maior artilheiro do clube no século. O meia-atacante era um dos jogadores mais antigos do elenco. Apenas o goleiro Jailson chegou ao Palestra Itália antes.
O Al-Duhail deve pagar 7 milhões de euros (R$ 43,1 milhões na cotação de hoje) pelo empréstimo do meia-atacante até 30 de junho de 2021. Depois, pode exercer a compra do atacante por mais 6 milhões de euros (R$ 37 milhões).
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