A torcida alvinegra vai matar as saudades de ver um jogo do Corinthians novamente nesta quarta-feira (22), quando a equipe enfrenta o Palmeiras, na Arena, após pouco mais de quatro meses de paralisação do Campeonato Paulista. E a retomada deve ser do jeito que os corintianos estão acostumados. Ou seja, com sofrimento.



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A duas rodadas de concluir a fase de classificação, a equipe tem tanto chance de avançar às quartas como de cair.

O Corinthians tem três pontos a mais do que o Botafogo-SP (11 a 8), o penúltimo na classificação geral e já na zona de rebaixamento, e cinco a menos do que o Guarani (16), por enquanto dono da última vaga para as quartas de final no Grupo D.

Uma derrota para o Palmeiras terá consequências trágicas. A começar com a eliminação precoce no torneio, tirando o Corinthians da luta pelo tetracampeonato do torneio. Somente o Paulistano conseguiu quatro títulos consecutivos.

Mas pode ser ainda pior para os torcedores se, além do revés, o Botafogo-SP vencer o Guarani (resultado que interessa aos corintianos), pois o time alvinegro terá de se preocupar com a zona de rebaixamento.

Ainda não tem chance de aparecer nela porque Água Santa (10), Ituano (10), Oeste (10), Inter de Limeira (11) e Ferroviária (11) estão abaixo da equipe paulistana e igualmente ameaçados. Além disso, a 11ª rodada reservou alguns confrontos diretos.

O Ituano encara a Ferroviária, no Canindé, também nesta quarta, enquanto a Inter de Limeira jogará contra o Oeste, em Itaquera, na quinta (23). A Ponte, lanterna com 7, pega o Novorizontino. Ou seja, mesmo que o Corinthians perca e os dois times da zona de rebaixamento vençam, não tem como ser ultrapassado por Ponte, Ituano ou Ferroviária e Inter de Limeira ou Oeste.

Condição rara
Dos clubes do Estado, o Corinthians é ao lado do Santos o time que disputa há mais tempo o Paulistão, mesmo estando fora das edições de 1915 (não conseguiu inscrever-se nas ligas existentes) e 2002 (ano do “super” Torneio Rio-São Paulo).

Ostenta o recorde de títulos com 30 taças, além de 22 vices. Ao longo da história, foi muito mais comum ver a equipe atrás do título do que ameaçada pela queda. Algo que perigou apenas três vezes em mais de cem participações.

A primeira foi em 1987, quando o time chegou a ficar na lanterna durante algumas rodadas do primeiro turno e terminou a primeira parte da competição na 17ª colocação entre 20 times, tendo apenas quatro triunfos. Uma vergonha para os jogadores.

“Pela fase que estamos em campo, [a diretoria] pode colocar quem for em campo, até o Pelé naquela fase dele, que vai ser difícil”, disse Biro-Biro, em entrevista para a TV Globo na época.

Na época, estava previsto que os quatro piores clubes na soma dos dois turnos seriam rebaixados, mas durante a disputa a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou que apenas os dois últimos seriam rebaixados.

Não foi preciso "tapetão". O time teve uma retomada no segundo turno e conseguiu se classificar para as finais. Eliminou o Santos na semifinal (com direito a goleada por 5 a 1) e perdeu a taça para o São Paulo dos Menudos do Morumbi.

Título e dívida
As outras duas vezes em que correu risco de queda foram mais recentes e terminaram com histórias bem diferentes.

Em 2001, o Corinthians chegou a ser o penúltimo colocado no início do Estadual, o que levou à demissão do técnico Darío Pereyra e a contratação de Vanderlei Luxemburgo, então afastado do futebol. A equipe teve uma virada fulminante, com sete triunfos seguidos.

Embalou e avançou ao mata-mata terminando com o título. A campanha ficou marcada pela eliminação do Santos na semifinal, com um gol de Ricardinho praticamente nos segundos finais, selando a vitória por 2 a 1, e a final contra o Botafogo-SP.

Já em 2004 a lembrança é traumática até hoje para os corintianos. Em um torneio com menor duração, menor até do que a atual, o time conseguiu apenas duas vitórias em nove jogos, com outros dois empates e cinco derrotas.

Chegou na última rodada precisando derrotar a Portuguesa Santista, no Pacaembu, para se salvar, mas perdeu por 2 a 1…

O rebaixamento só não ocorreu porque no mesmo dia o São Paulo derrotou o Juventus por 2 a 1, em São Caetano do Sul, e rebaixou o clube da Mooca. Detalhe: os são-paulinos jogaram com muitos reservas e Grafite, autor dos dois gols, foi alvo de vaias.


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