Principal líder do elenco do Corinthians, Cássio foi o personagem escolhido pelo clube para a coletiva de imprensa virtual desta quinta-feira. O goleiro revelou que foi um dos atletas contaminados com a Covid-19 – ele já está recuperado.



– Eu peguei o corona, minha esposa, minha filha, pessoas da minha casa. Nenhuma teve sintomas, todas se recuperaram. O clube tem tomado precauções de treino, em orientar jogadores fora do CT. Creio que aqui estamos seguros nessa situação de infecção ou de passar para outras pessoas – disse Cássio.

O goleiro comentou como foi sua reação ao descobrir a doença.

– Quando aconteceu, fiquei um pouco surpreso. Quando descobri, minha filha e minha esposa já estavam imunes. A babá que cuida da minha filha já estava imune. Eu e uma pessoa que trabalha na minha casa estávamos com o vírus. Eu não tive nenhum sintoma. Confesso que fiquei mais surpreso e um pouco chateado, porque gostaria de voltar aos treinos e fiquei uns dias a mais (em casa). É difícil. Infelizmente, pegamos, mas não tivemos problemas. Outras pessoas pegaram e até faleceram. É difícil descrever.

– Hoje, não tem 100% de certeza o que pode acontecer. Na minha casa, minha filha pegou antes de mim e se curou antes de mim. O que posso falar é que o Corinthians está fazendo o melhor possível para nos deixar seguros, confortáveis para exercer nossa função. É um risco, não adianta. Até não ser controlado esse vírus, achar uma vacina ou um medicamento, a gente está no risco de pegar e acontecer alguma coisa.

Salários atrasados

Cássio também comentou sobre o atraso salarial no clube, que chegou a três meses nesta semana.

– Olha, impor limite (para receber) é difícil. Se for ver, o clube está parado há três meses, não entra receita... Não adianta chegarmos aqui e ficar criticando o clube. Vou ser bem honesto: lógico, você quer receber em dia, não só no futebol, em todas as profissões. Estou aqui na minha nona temporada aqui, nunca aconteceu de atrasar um mês.

– O salário sempre foi certinho. Isso é uma das primeiras coisas que quando um jogador chega a gente conversa. Eles perguntam, e eu falo. Mas infelizmente aconteceu essa situação de estarmos com salários atrasados. Temos conversado com a diretoria, que nos passou algumas situações. Eles estão trabalhando forte para voltar à normalidade e não ter mais atrasos.

Confira outros pontos da entrevista coletiva do goleiro Cássio:

Como é voltar com um Dérbi?

"Honestamente? Depois de mais de 100 dias parados, o que vier vamos nos abraçar e vamos juntos. Não tem muito o que escolher. É a situação que estamos vivendo, não tem que escolher, clássico ou não. É um adversário difícil, temos que nos dedicar para fazer um grande jogo. É clássico, um jogo diferente, vamos estar bem preparados e concentrados porque é importante para a gente dar sequência."

*Nota da redação: O Corinthians volta a campo em 22 de julho para enfrentar o Palmeiras, na Arena, em jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Paulista.

Sobre jogos sem torcida:

"Para nós, afeta bastante, sendo bem honesto. Temos a torcida mais fanática, uma das mais fanáticas do mundo. Não contar com a força da Arena... Torcida do Corinthians não importa o campeonato, ela vai, empurra, ajuda. Jogamos partidas em que a outra equipe estava melhor e, com a força da torcida, conseguimos reverter. A torcida é o maior patrimônio do Corinthians, sabemos que vai fazer muita falta, o quanto eles são importantes, mas que possam seguir torcendo de suas casas, seguros. E torço pra que a gente ache uma vacina e eles possam voltar para o estádio. Espero que de casa eles possam nos apoiar, mandar pensamentos positivos, para que a gente possa honrá-los e fazer nossa parte dentro de campo."


Times de outros estados podem sair em vantagem por terem tido mais tempo de treinamento?

"Podem estar sim. Há quanto tempo o Flamengo está treinando? Ou o Grêmio. Times mineiros, como Atlético... Pode ser que no começo do campeonato eles tenham uma vantagem, mas depois tudo vai se nivelar. Mas temos que passar por cima disso, focar primeiro no Paulista, ir em busca de duas vitórias e ver o que é possível. Temos que focar nessas duas partidas, fazer jogos de alto nível, ir passo a passo, focando em cada jogo. Depois, no Brasileiro, quando você está vencendo vai ganhando confiança e evoluindo. Até o Brasileiro acho que vamos estar numa evolução boa."

O que achou de o Brasileirão acabar só em 2021?

"Isso não é uma coisa que a gente... como posso falar? As pessoas não perguntam disso para a gente, os jogadores ficam um pouco a parte. Lógico que eu gostaria de acabar o Brasileiro no mesmo ano que começou. Sabemos que a situação é difícil, os clubes dependem de receitas. Não sei se os clubes conseguem sobreviver só com patrocínio, sem as receitas de TV. É um ano que está sendo bem difícil, diferente de outros anos. Tivemos férias antes por conta da parada. Agora o momento é jogar, muitas pessoas têm passado dificuldade, agora é tentar passar alegria pro torcedor corintiano. O que tem para hoje é isso, tentar fazer o melhor, ser positivo, para a gente terminar o campeonato."



Jô e Boselli titulares juntos?

"Você quer me complicar com o treinador já. Isso é com o professor Tiago. Creio que sim, são dois jogadores com uma vivência no futebol, experientes. É algo que o professor Tiago pode responder melhor, mas quanto mais alternativas e situações positivas tivermos, temos que explorar. São dois jogadores de qualidade, por onde passaram foram goleadores. O Jô foi artilheiro aqui, Boselli vinha num momento bom. Mas essa pergunta o professor Tiago pode te responder melhor."

Corinthians, timão, Cássio