O goleiro Cássio, do Corinthians, revelou que foi infectado - junto com outros familiares - pelo novo coronavírus durante a pausa no futebol durante a pandemia. Apesar do susto, ele garante que está bem e não teve sintomas graves.
"Na verdade, quando aconteceu, eu fiquei um pouco surpreso. Quando descobri que eu estava com o vírus, minha filha e minha esposa já estavam imunes. A babá que cuida da minha filha já estava imune. Eu e uma pessoa que trabalha na minha casa estávamos com vírus. Eu não tive nenhum sintoma. Confesso que fiquei mais surpreso e um pouco chateado, porque gostaria de voltar aos treinos e fiquei uns dias a mais (em casa). Fizemos alguns treinos online para não ficar tão distante. É difícil. Infelizmente, pegamos, mas não tivemos problemas. Outras pessoas pegaram e até faleceram. É difícil descrever. O Mauro não é o primeiro caso que fala que não pegou e os familiares pegaram. Já ouvi histórias de pessoas que estavam na mesma cama e acabaram não pegando", disse, em entrevista coletiva, nesta quinta-feira.
Cássio explicou que sua filha foi infectada e se curou antes dele.
"O que posso falar é que o Corinthians está fazendo o melhor possível para nos deixar seguros, confortáveis para exercer nossa função. Na Europa aconteceu muito, vi casos de jogadores que pegaram, foram afastados e depois que se recuperaram foram reintegrados. É um risco, não adianta. Infelizmente, tem um risco. Até não ser controlado esse vírus, achar uma vacina ou um medicamento, a gente está no risco de pegar e acontecer alguma coisa. Infelizmente, é um risco que a gente vai correr, não sei até quando".
O goleiro acredita que os jogadores não estão servindo de cobaias para a retomada das atividades. No Corinthians, 42 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, sendo 21 jogadores. Todos os atletas já estão recuperados e à disposição do técnico Tiago Nunes
"Não sei te falar exatamente, até porque hoje você já vê vários lugares abertos, uma restrição menor para restaurantes, shopping reabrindo... Se fosse só o futebol, eu diria que sim. Mas várias pessoas estão expostas a isso, de ter que trabalhar e correr o risco. Não vejo como cobaia, porque é nosso trabalho. Aqui no Corinthians eles são muito cautelosos. O doutor é chato, está sempre cobrando, nos falando para manter o protocolo. Falo por mim: me sinto muito seguro aqui. Você mede a sua temperatura, faz tudo programado. Não vejo como cobaia, até porque outras atividades estão voltando", analisou
"Com segurança, pelo que tenho visto no Corinthians, o departamento médico tem nos passado um protocolo que nos dá muita segurança. Uma hora a gente vai ter que começar, não sei falar se é exatamente essa hora, o momento, mas tivemos um tempo bom. Os clubes paulistas se organizaram para voltar todos juntos, ninguém está sendo beneficiado. Pode ser que precisasse de mais algum tempo, mas todos estão no mesmo nível e terão dificuldades, como nós, na volta", explicou.
Atrasos nos salários
O goleiro também confirmou que os jogadores estão com três meses de salários atrasados. Segundo o site "Meu Timão", os vencimentos em CLT e direitos de imagens não foram pagos em maio, junho e julho.
"Olha, limite é difícil. Se for ver, o clube parado há três meses, não entra receita... Não adianta chegarmos aqui e ficar criticando o clube. Vou ser bem honesto: lógico, você quer receber em dia, não só no futebol, em todas as profissões. Estou aqui na minha nona temporada aqui, nunca aconteceu de atrasar um mês. O salário sempre foi certinho. Isso é uma das primeiras coisas que quando um jogador chega a gente conversa. Eles perguntam, e eu falo. Mas infelizmente aconteceu essa situação de estarmos com salários atrasados. Temos conversado com a diretoria, que nos passou algumas situações. Eles estão trabalhando forte para voltar à normalidade e não ter mais atrasos."
De acordo com a reportagem a situação foi bem contornada com os líderes do elenco.
"O pessoal sempre foi certinho com a gente, agora chega num momento que o clube está sofrendo, com alguns problemas, não vou chegar aqui e falar mal. Não é assim. É momento de ajudar, um momento difícil, não sei quando a gente vai poder ter público no estádio. Não está tendo jogo, e o clube depende das receitas. Quanto antes o Corinthians resolver esse problema e normalizar, vai ser legal."
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