Enquanto quase todos os jogadores do Corinthians não disputam uma partida oficial desde março, o atacante Jô vive uma ausência ainda maior de jogos, já que não entra em campo desde o fim de 2019, ainda pelo Nagoya Grampus, do Japão.
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Por conta disso, tem recebido cuidados especiais.
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É um jogador que desde o fechamento da negociação já teve acompanhamento da preparação física, da nutrição e da parte técnica. Ele faz um trabalho especial para entrar na melhor forma, para enfrentar essa carga de treinos que a gente tem. Como ele estava fora, precisa receber essa carga mais dentro do contexto do futebol brasileiro. Estamos tento todos os cuidados com ele – afirmou o preparador físico do Corinthians, Michel Huff.
Os jogadores iniciaram a fase de avaliação no CT no dia 23 de junho. Foram quatro dias de testes na semana passada e mais dois nesta semana. Na quarta, 1º de julho, iniciaram os treinos com bola.
Um dos que tem chamado atenção de imprensa e torcida por sua boa condição física em fotos e vídeos é o lateral-esquerdo Sidcley. Segundo Michel Huff, ele merece esse reconhecimento.
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Um jogador que fez um bom trabalho nesta quarentena, a gente sempre manteve contato. Ele fez de tudo, contratou personal, a gente manteve contato, ele respeitou as orientações, e agora vem com outro tipo de performance – destacou o preparador físico do Timão.
A comissão técnica acredita que o atacante Everaldo também passe a ser uma opção útil na retomada dos jogos. Depois de vários problemas em 2019, incluindo uma cirurgia no púbis, ele teve uma pausa em sua evolução causada pela pandemia da Covid-19. Agora, porém, tende a crescer.
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O Everaldo se apresentou bem, teve essa situação toda de 2019, da lesão, cirurgia, realmente não teve início de temporada fácil, mas treinou, fez todos os trabalhos, apesar das dificuldades de infraestrutura que sofreu. Ele se apresentou bem, fez trabalho com bola hoje, ontem foi mais trabalho de adaptação com ele, mas vai desenvolver um bom trabalho, acreditamos que não será problema.
Veja mais trechos da entrevista do preparador físico:
Clubes cariocas x clubes paulistas
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A gente tem se preocupado primeiro em colocar os jogadores nas melhores condições para iniciarmos os trabalhos. Não temos preocupação do que está acontecendo nos outros campeonato, temos muita demanda no clube, é pensar internamente, ter cuidado com os nossos jogadores, e deixar esses assuntos com a direção e órgãos governamentais. Claro que pode ter diferença técnica e física, vai ter com certeza, mas é uma situação nova para todo mundo. O que a gente pode controlar é nosso trabalho, nosso treino, respeitar a individualidade de cada um e deixar os jogadores prontos.
Prevenção de lesões
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O tempo de parada foi muito grande, nossos atletas nunca passaram por isso antes. Por mais que eles estavam treinando, não é o mesmo condicionamento e estímulo físico que recebiam pelo programa de treinamento em residência. Então a gente precisa ter esse cuidado, estamos tentando fazer a progressividade da melhor maneira, e acredito que já se passou uma semana de avaliações, iniciamos os trabalhos com bola e a ênfase é na prevenção e em se evitar lesões, aumentando carga de treino e respeitando as limitações. Vamos passar por esse período da melhor maneira.
Tempo de preparação
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A gente tem trabalhado de 25 a 30 dias, é o que a gente pensa ser ideal para reinício de jogos. Quando a gente tem uma pré-temporada, costuma fazer amistosos. Em janeiro fizemos os jogos da Flórida Cup. E neste momento o futebol brasileiro não vai ter essa possibilidade pelas medidas e protocolos. Difícil, não podemos criar polêmica, e sim achar um denominador comum para todos.
– Sobre os amistosos, a gente subiu jogadores da base (Gabriel Pereira, Ruan Oliveira e Roni), que ainda não retornou às atividades.Então a ideia é fazer jogo-treino dentro do próprio grupo. Teremos 29 jogadores de linha, a ideia é estimular o jogo com esses jogadores.
Treinos em casa ajudaram?
– As maiores diferenças que vejo são sobre estímulos espaço-temporais. O jogador dentro de casa não consegue atingir a velocidade de um jogo ou treino com bola num campo do CT. Não tiveram essa oportunidade em casa. Outro detalhe, o jogador está adaptado a trabalhar em coletivo, não é atleta atleta de desporto individual. Isso é dificuldade, a questão mental, treinar sozinho e em outro ambiente. E questões musculares, estimulação de frequência cardíaca, carga de treino, a gente tentou adaptar. Mas nada se compara ao que fazemos no CT.
Calendário apertado
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É um calendário anormal. No mês de janeiro, na nossa primeira pré-temporada, tivemos 7 ou 8 dias para nos preparar para o primeiro amistoso. E 15 dias, duas semanas, para iniciar o Paulista. E cinco semanas jogando quarta e domingo, e foi algo desgastante e inexplicável. A gente já tem uma ideia do que vai vir pela frente, serão seis meses com jogo quarta e domingo, mas se for para o bem do futebol, estamos preparados para qualquer tipo de cenário.
O Flamengo largou na frente?
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Tem ele e mais 18 na Série A (risos). Flamengo iniciou antes pela liberação da Prefeitura do Rio. Vi o jogo ontem, o Flamengo tem mantido, até por já ter o treinador há mais de um ano. Quando estive na Ucrânia, o treinador estava há oito anos, tu já tem uma ideia, tudo fica mais fácil. O Flamengo tem suas vantagens, mas temos muita coisa para se preocupar aqui internamente, sobre nossa ideia de jogo, nossos jogadores. É uma situação difícil, todas as pessoas sofrem com tudo o que está acontecendo. Vamos tentar fazer o melhor. Grêmio e Inter começaram antes, o Atlético-MG...Flamengo já fez dois jogos, mas vamos fazer o nosso melhor trabalho dentro do tempo que temos disponível.
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