O Corinthians chegou à final do Campeonato Brasileiro de 1990! Depois de vencer o primeiro jogo da semifinal contra o Bahia por 2 a 1 no Pacaembu, o Timão foi até o estádio Fonte Nova e segurou um empate por zero a zero e, com resultados semelhantes aos da fase quartas de final, garantiu uma vaga na decisão do torneio nacional.



A conquista levava a equipe alvinegra ao seu melhor momento na temporada! Para uma equipe que iniciou o campeonato com apenas um ponto e três partidas, recuperou-se com uma sequência de vitórias e depois voltou a viver uma fase ruim, com cinco jogos sem vitória, era a afirmação de um time que só era desacreditado para a imprensa, mas formado por um grupo que, se não sabia onde poderia chegar, acreditava muito em si mesmo.

Classificado em sétimo colocado na tabela final do Brasileiro (empatado com o oitavo em pontos), o Timão derrotou o Atlético-MG nas quartas e o Bahia na semifinal com grandes partidas de Neto e Ronaldo Giovanelli. E no dia 13 de dezembro daquele ano, ia ao Morumbi para enfrentar o São Paulo.

O técnico Nelsinho Baptista mudou mais uma vez a equipe titular que levaria a campo. O coringa Wilson Mano, que já havia jogado de zagueiro e lateral-esquerdo, vinha em ótima fase individual e não poderia sair do time. Assim, voltou para o meio-campo, seu local de origem. E vestiu a camisa 8 que consagrou tantos ídolos alvinegros.

Com um time formado por Ronaldo; Giba, Marcelo Djian, Guinei e Jacenir; Marcio Bittencourt, Wilson Mano e Neto; Mauro, Tupãzinho e Fabinho, o Coringão entrava altivo no Morumbi para uma decisão onde não era tido como favorito pela crítica da época. Mas com o onze inicial escalado, e a mística do polivalente volante iria aparecer, e bem rápido.

Logo aos três minutos, Marcio roubou uma bola no centro do campo pela esquerda e avançou, mas sofreu falta. Era de muito longe, então Neto decidiu não cobrar direto, mas sim cruzar na área. E já no quarto minuto, o fez. Em bola com curva, Wilson Mano estava ligado e correu para completar, esticando a perna e batendo com o joelho na bola na linha da pequena área para abrir o placar do jogo a favor do Timão.

Tido como o azarão pela imprensa antes do jogo, o Corinthians precisou de apenas quatro minutos para mudar o status daquela final. O 1 a 0 no placar colocava o Time do Povo em vantagem. Poucos minutos depois, Mauro cruzou na área para Jacenir, que ajeitou para Tupãzinho. O meia-atacante chegou correndo e chutou sem dominar, mas a bola passou ao lado da trave direita.

Fabinho também teve uma ótima chance ainda no primeiro tempo. Ele puxou contra-ataque ainda da área de defesa, avançou mais rápido que todo mundo pela direita até chegar à entrada da área adversária, cortou para o centro e chutou de perna esquerda, mas o goleiro defendeu o difícil chute do camisa 7 do Timão.

No segundo tempo, foi o setor defensivo alvinegro quem precisou trabalhar. As três primeiras chances de gol foram da equipe da casa, mas em uma delas a zaga interceptou um cruzamento; na outra, Ronaldo foi mais rápido que o atacante rival; e na terceira, a linha de impedimento funcionou perfeitamente e o lance foi paralisado. As presenças de Ezequiel (no lugar de Marcio) e Marcos Roberto (na vaga de Fabinho) ajudaram o time a correr mais.

O Timão também contou com a sorte nos minutos finais da partida. Em cruzamento na área vindo da direita, Mario Tilico cabeceou livre, mas mandou a bola sobre o gol. Era aquela a última chance do jogo. Um Corinthians muito seguro defensivamente jogou por uma bola, a conseguiu com Wilson Mano, e ia em ótima condição para o jogo de volta, marcado para três dias depois no mesmo estádio.



Corinthians, Timão, 1990, Brasileirão, Wilson Mano , SCCP