Há quatro anos os clássicos do futebol paulista são jogados com torcida única e desde os anos 90 houve muitas proibições nos estádios devido às brigas das torcidas organizadas. Fatos levaram a uma politização do tema, com pessoas se notabilizando no combate à violência no futebol.
No podcast Posse de Bola #35, o jornalista Arnaldo Ribeiro afirma que as proibições só pioraram o futebol e que o combate às torcidas organizadas serviu para eleger políticos que utilizaram o tema como bandeira em campanhas, como o procurador Fernando Capez, que foi deputado estadual em São Paulo pelo PSDB, mas não conseguiu a reeleição em 2018.
"Em São Paulo, particularmente, muita gente se elegeu no combate às torcidas organizadas, deputado, vereador e tudo mais. Em 1995, começaram as proibições, as proibições, a meu ver, desencontradas, que visavam controlar em tese a violência, mas tiraram muito da festa dos estádios, das coisas positivas, da bandeira, das faixas, do batuque, da cerveja...", afirma Arnaldo.
"Em São Paulo é muito latente esse movimento que data da década de 1990 e desde então a relação Polícia Militar e a torcida organizada é a relação que a gente viu na avenida Paulista, é basicamente isso. Quem vai num estádio de futebol sabe, qualquer assoprão de um lado, é porrete", completa o jornalista.
Arnaldo cita até mesmo protestos em relação a críticas políticas feitas pelas torcidas, que tiveram faixas retiradas dentro de estádios.
"Quando a própria Gaviões da Fiel nos estádios, dentro dos estádios, ousava mostrar alguma faixa de protesto, era pau. Então, essa relação conflituosa, que data já desde a década de 90, aqui em São Paulo, ela é nefasta", conclui.
Corinthians, Arnaldo Ribeiro, Opinião, Futebol, Torcidas organizadas