Imagem: Pedro Martins/Mowa Press
Caro amigo do papo semanal neste portentoso portal, hoje é dia de ver torcedor bravo, soltando fogo pelas ventas. Sabe por quê? Porque tem convocação da seleção.
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Sim, senhor, o técnico Tite nesta sexta divulga a lista dos escolhidos para enfrentar Bolívia (dia 27) e Peru (31), na abertura das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2022. Como sempre ocorre, haverá mescla entre atletas que atuam no País e aqueles espalhados pelo mundo. A turma se reúne uns dias antes para treinos e, em seguida, vai à luta.
Tudo normal? Não como em princípio aparenta.
Chamada para defender as cores do País, por tradição, sempre foi momento solene, motivo de orgulho para atletas, clubes e fãs. As coisas mudaram por aqui, pelo menos para uma das partes - e é para a turma que curte futebol nas arquibancadas, pelas ondas do rádio ou pela telinha.
Se, antes, o fanático ficava feliz da vida por ver muitos jogadores de seu time na relação dos melhores, agora lhe vem sentimento de raiva. E com razão, pois há tempos seleção virou sinônimo de estorvo, de atraso de vida. O calendário do scratch inchou, há jogos e competições supérfluos e isso atravanca a rotina dos clubes.
Amigos, time é mais importante do que seleção. As cores da agremiação que curtimos desde a infância são sagradas, representam a nossa "nação". Para torcedor raiz jamais haverá dúvida, se for preciso escolher: entre clube do coração e seleção, prevalecerá a primeira opção.
Por isso, a expectativa em dias de convocação se inverteu. Em outras épocas, havia adrenalina, apostas e provocações entre os torcedores. O sujeito grudava o ouvido no radinho para anotar os nomes dos chamados. Se tivesse mais gente do seu time, estufava o peito e botava banca, pois era sinal de superioridade. "Meu time é o maior!"
Agora, o cara que é fissurado em futebol pega o terço (espero que ainda exista quem reze o terço), acende uma vela, faz promessa pra santo para que o treinador não leve nenhum de seus ídolos para a amarelinha. Esperam que os adversários se desfalquem... Espírito de porco? Não, espírito de preservação.
Com os calendários malucos, com torneios que se sobrepõem, é imenso o risco de times serem enfraquecidos pela seleção. Tem sido assim nos últimos anos. Cansamos de ver o Brasil jogando por aí, enquanto as equipes se viram para compensar a ausência de titulares, muitas vezes em confrontos decisivos. Aconteceu no ano passado mesmo.
Acha que exagero? Nada. Dê uma passeada por blogs, sites, fóruns de debates de torcedores rubro-negros, por exemplo, e confira a apreensão deles. Muita gente teme, e com razão, que Tite cisme de convocar vários jogadores do campeão da América. O medo está no desgaste a que os moços serão submetidos e, sobretudo, no risco de contusão.
Nos casos específicos das partidas contra bolivianos e peruanos, há uma atenuante, rara: os torneios estaduais estarão suspensos, bem como a Libertadores. Menos mal, e esse seria o procedimento corriqueiro. Mas, no meio do ano, tem outra malfadada Copa América e a CBF já avisou que, àquela altura, não vai parar o Brasileirão. Ou seja, tem clube que pode ficar sem atletas de ponta por seis ou mais rodadas. Um absurdo!
Na momento em que você estiver lendo este artigo (obrigado pela atenção!), provavelmente a lista já tenha saído. Se eu fosse flamenguista, teria feito campanha para vender ao Tite a ideia de que nenhum dos moços que trabalham com Jorge Jesus tem condições de ir pra seleção. Tudo perna de pau e cabeça de bagre. Melhor chamar só as estrelas internacionais, que jogam o fino...
Ironia à parte: se eu fosse o Tite chamava todo o time do Flamengo, exceto o Arrascaeta (convocado pelo Uruguai), enxertava um ou outro de fora, trocava o rubro-negro pelo verde e amarelo, e mandava o pessoal para o campo. Garanto que bateria Bolívia e Peru com folgas.
O Flamengo hoje é sinônimo de seleção, como uma vez já foram Santos, Botafogo, Cruzeiro, São Paulo, Palmeiras - este, literalmente, vestiu a camisa amarela, na inauguração do Mineirão, em 1966, e ganhou do Uruguai por 3 a 0.
Claro que tal alternativa é inviável, por razões técnicas, financeiras, esportivas, diplomáticas. Infelizmente.
Não sou contra a seleção, porém sou totalmente a favor dos clubes. Por isso, não arredo pé de colocá-la em segundo plano, enquanto a cartolagem não encontrar uma forma de evitar que interfira na vida das agremiações.
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Lamentável ver o comportamento desse senhor acho muito ao contrário a seleção é nossa pátria disputando com outros paises e em jogo a força e dedicação de um país e ai da acho mais a convocação deveria ser de jogadores que atuam aqui em solo brasileiro no máximo 3 de fora pois os estrangeiros vem e nao jog nada.