Imagem: Fabio Braga/Folhapress
A carreira vitoriosa como goleiro do Palmeiras significa apenas uma parte do legado deixado por Valdir Joaquim de Moraes no futebol paulista. O ex-jogador, que morreu anteontem (11) em Porto Alegre, aos 88 anos, transformou o treinamento dos atletas da posição que o consagrou e ampliou a própria história, alcançando reconhecimento até nos arquirrivais Corinthians e São Paulo. Valdir era unanimidade no "trio de ferro."
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A aposentadoria dos campos ocorreu em 1969. Dois anos depois, Valdir começava a trabalhar na comissão técnica de Oswaldo Brandão e sugeriu que se dedicasse a preparar os goleiros do time. A presença de um especialista deu certo e se espalhou por outros clubes; inclusive com o próprio Valdir, que obteve resultados nos dois rivais palmeirenses na capital.
No Corinthians, Valdir Joaquim de Moraes foi preparador de goleiros da Democracia Corintiana, conquistando o bicampeonato paulista em 1982 e 1983. Como supervisor técnico, levantou os troféus do Campeonato Brasileiro (1998 e 1999) e do Mundial de Clubes de 2000. Também fez parte dos títulos do Paulistão (2001), do Torneio Rio-São Paulo e Copa do Brasil (2002). Já pelo São Paulo, Valdir Joaquim de Moraes exercia a preparação dos goleiros na denominada "Era de Ouro" de Telê Santana no início dos anos 1990. O profissional como são-paulino foi campeão Paulista (1991 e 1992), Brasileiro (1991), Libertadores (1992 e 1993), Mundial (1992 e 1993), Recopa (1993 e 1994) e Supercopa (1993).
O reconhecimento vem de gerações. Cesar Maluco, ao site do Palmeiras, classificou Valdir como "um dos melhores goleiros que viu jogar". Como preparador, o elogio recai sobre o pioneirismo. "Como o primeiro na carreira de preparador de goleiros, ele foi muito importante para o Palmeiras e para o futebol brasileiro. Ele passou esta escola para as demais equipes e, por isso, está marcado na história. Hoje, essa é uma profissão", destacou o ex-centroavante.
"Sem contar a 'Academia de Goleiros' que se iniciou no Verdão. A maioria aprendeu coisas sobre colocação, reflexo e outras habilidades com ele", destacou César Maluco. Pelo Palmeiras como membro de comissão técnica, fez história na Era Parmalat e somou duas passagens até deixar o clube em 2011. Na "Academia de Goleiros alviverde", criou nomes como Velloso, Sérgio e Marcos.