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Revelado na Lusa e com boa passagem pelo Corinthians, o volante Guilherme vive o melhor momento de sua carreira no Olympiacos. Titular absoluto do time grego e autor de dois gols na fase preliminar da Liga dos Campeões da Europa, ele conseguiu chamar atenção de alguns clubes brasileiros, conforme revela nesta entrevista exclusiva, direto de Atenas.
BLOG: Gol de cabeça, na Liga dos Campeões, de fora da área... É sua fase mais artilheira da carreira?
GUILHERME: É sim. Felizmente, a bola resolveu entrar desde que cheguei aqui na Grécia. Tenho feito muito gol de cabeça, de bola parada. O curioso é que, no Brasil, quase nunca me deixavam entrar na área... eu ficava mais para o rebote, que quase nunca aparecia.
Os dois gols na Liga dos Campeões tiveram um gosto diferente?
Com certeza. Mesmo não sendo da fase de grupos, mas na eliminatória, já foi muito legal e teve um peso diferente. Marquei duas vezes na nossa vitória contra o Vitoria Plzen. A gente ainda passou pelo Istambul e pelo Krasondar até chegar à fase de grupos.
Mas você tem jogado de primeiro ou segundo volante?
De primeiro. Desde que vim para a Europa, tanto na Udinese, quanto no Deportivo La Coruña e aqui, sempre fazendo a primeira função. Aqui na Europa se valoriza demais o primeiro volante que tenha boa capacidade de passe, consiga virar o jogo, tenha a bola longa... Não tem muito daquela história do primeiro volante pitbull.
Como é a vida na Grécia?
Estou gostando muito. A língua é muito complicada e nem me arrisco a falar, mas arranho no inglês e tenho me virado bem. Atenas é bem bonita, assim como outras cidades próximas. Eu, minha esposa Letícia e meu filho Davi (de dois anos e sete meses) estamos curtindo bastante.
Mas e quando você sai e encontra alguém que não fala inglês?
Aí recorro ao Google Tradutor. Para tudo se dá um jeito (risos).
Você tem contrato com o Olympiacos até 2021. O que imagina para seu futuro?
Falar sobre o futuro é sempre complicado, mas o importante é que estou feliz aqui, fazendo grandes jogos, me sentindo útil. Não estou muito preocupado com o que vai acontecer.
Mas pensa em voltar ao Brasil?
Um dia, penso sim! Quero terminar uma coisa que comecei com o Corinthians. Sinto que não terminei meu legado aí. Não era para ter saído.
Mas então por que saiu?
Eu não queria sair e deixei bem claro para a diretoria, mas ela optou por me vender. A verdade é que chegou outro treinador, com novas preferências.
Era o Mano, né?
Sim. Ele deixou claro que me deixaria no banco e foi quando surgiu a proposta da Udinese. Como eu tinha passaporte italiano, acabou facilitando a negociação.
Então dá pra dizer que o Corinthians terá prioridade no dia em que você voltar?
Não sei se dá para dizer isso, embora eu tenha amigos e muita gente corintiana na família. Não penso em voltar com foco exclusivo no Corinthians.
Desde que foi para a Europa, já teve outras propostas do Brasil?
Teve sondagens, perguntas. Do tipo: como faz para o Guilherme sair? Com o São Paulo, até avançou um pouco mais do que o normal, mas não fechou. Já Grêmio e Inter sondaram, mas falando por terceiros.
Para fechar, queria que você falasse sobre os torcedores gregos. Eles são realmente fanáticos, como falam?
Muito. Fanáticos de verdade. Eu joguei no Corinthians e posso dizer que aqui é igual, se não for uma loucura ainda maior. Até porque aqui pode levar bandeira, sinalizadores, então a festa fica mais impressionante dentro do estádio.
Corinthians, Guilherme, Timão, Europa