Técnico do Corinthians, Fábio Carille citou o autor deste Blog em sua entrevista coletiva desta sexta-feira, assegurando que não precisa se oferecer para arranjar trabalho em lugar nenhum do mundo. Apesar da declaração, reafirmo o que publiquei no dia 14 de junho e aquilo que disse na Espn Brasil, de que ele foi oferecido ao Al Hilal. A diretoria do Corinthians, inclusive, me confirmou tal informação.

Mas o “x” da questão vem agora: eu nunca disse que o Carille se ofereceu ao clube saudita. Nem que a sugestão partiu de seu empresário, Paulo Pitombeira. O técnico foi oferecido por um empresário brasileiro influente na Arábia Saudita. Para ser mais preciso, pelo empresário mais influente naquele mercado: Eduardo Maluf.

E é aí que entra a figura do “intermediário”, que certamente é conhecida por Carille, mas que nem todos os torcedores sabem da existência. Esses empresários muitas vezes não têm clientes (jogadores ou técnicos), mas se antecipam ao mercado e fazem sugestões de olho na possibilidade de fechar negócio - e ficar com uma comissão.

O intermediário influente na Arábia Saudita sabia há semanas que o Al Hilal estava à procura de um treinador. Péricles Chamusca, que assumiu o time interinamente, no lugar de Jorge Jesus, não conseguiu ser campeão nacional - o time ficou com o vice-campeonato, apesar de ter feito o maior investimento da liga saudita.

Ciente de que Carille chegou a ser cogitado pelo mesmo Al Hilal há um ano e que o corintiano já tem experiência no país - graças à passagem de sete meses pelo pequenino Al Wehda -, Eduardo Maluf colocou o nome de Carille na mesa da família que dirige o Al Hilal. É bom destacar que o clube passa por um momento de sucessão presidencial.

Carille afirmou na coletiva desta sexta-feira que não há proposta. Até por isso não há o que se discutir. E não há proposta mesmo, até porque seu nome não foi, pelo menos até este momento, aprovado pelo Al Hilal.

Tal situação derruba de vez uma série de especulações de que o Al Hilal havia o escolhido para dirigir o time, conforme noticiou-se no Brasil assim que surgiram as primeiras notícias de Carille e Al Hilal.

Se o treinador tivesse sido procurado, ao longo das duas últimas semanas, haveria tempo de sobra para uma resposta: sim ou não para os sauditas.