Foto: Bruno Cassucci
A dívida da Arena Corinthians e a venda dos naming rights foram alguns dois assuntos da entrevista coletiva da diretoria do Timão, nesta quinta-feira à tarde, no CT Joaquim Grava. O diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg disse que o estádio alvinegro é o único em dia com os pagamentos do financiamento e prometeu uma guerra com a Odebrecht, responsável pelas obras. Hoje, a dívida da casa alvinegra é de R$ 1,280 bilhão, segundo os dirigentes.
– Existe uma arena que está absolutamente em dia com seus pagamentos: a Arena Corinthians. A única que o BNDES não financiou por achar de alto risco é a única que está honrando os compromissos. Aí vamos partir para a outra, que é enfrentar a Odebrecht. Estamos resolvendo primeiro o problema com a Caixa e depois vamos para eles. O que é dívida com BNDES e Caixa e outra com a Odebrecht. Uma é com o Governo e outra com o setor privado. Quando você quer saber quanto custa o investimento, você paga o valor à vista dele, senão vira uma zorra.
Depois de nove meses de carência, o Corinthians voltou a pagar em abril deste ano os R$ 5,960 milhões referentes às parcelas do financiamento do BNDES. A dívida do clube com o banco é de cerca de R$ 470 milhões. O Timão, porém, bate o pé e quer desembolsar R$ 400 milhões.
O clube avançou nas negociações com a Caixa para rediscutir o financiamento da obra. A diretoria alvinegra concordou em criar um fundo de reservas para caso não consiga arcar com os pagamentos das parcelas. Ele é composto principalmente pelos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) do estádio. Se o Corinthians aplicar um calote nas prestações e também zerar a conta reserva, o programa Fiel Torcedor entra como garantia de pagamento.
Mas há o outro lado do problema. A Odebrecht colocou aproximadamente R$ 400 milhões para que as obras avançassem enquanto o clube não conseguia o empréstimo, obtido posteriormente via Caixa. É exatamente aí que Rosenberg promete dificultar, principalmente pelo Corinthians considerar que a construtora deixou para trás cerca de R$ 200 milhões em obras não realizadas no estádio.
– O que ela quer receber e o que eu não quero pagar. E vou pagar o mínimo possível. Vai correr sangue. Só isso – disse Rosenberg.
A venda do nome do estádio aliviaria as contas, mas, até o momento, isso não aconteceu. O presidente Andrés Sanchez acredita que a crise econômica que o país tem atravessado e a incompetência da diretoria dificultaram o acerto com as empresas interessadas. Segundo Rosenberg, seis grupos conversam hoje com o Timão sobre os naming rights.
– Primeiro, por incompetência nossa. Segundo, quando fizemos a Arena, era um país. Quando começamos a vender, era outro país. É incompetência. Estamos trabalhando arduamente e, talvez, o mais próximo possível vamos vender o nome do estádio. É a cultura brasileira. Um monte de razões que levam a isso – explicou Sanchez.
– O (motivo) mais grave de todos foi a queda da atividade (econômica) no Brasil. Isso é mortal. A segunda, houve uma deteriorzação da imagem do futebol como depositário das maiores verbas de publicidade. Copa do mundo é um negócio que suga recursos. Então, ficou mais complicado – emendou Rosenberg.