Foto: Newton Menezes/Futura Press/Folhapress
A Federação Paulista de Futebol divulgou nota na noite deste domingo elogiando a decisão do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, que, no segundo tempo da final entre Palmeiras e Corinthians, voltou atrás na marcação de um pênalti a favor do time alviverde. Por conta da polêmica, a equipe de arbitragem saiu da Arena Palmeiras às 21h35 (mais de três horás após o fim do jogo) com escolta.
Em entrevista e na súmula (veja abaixo), Souza relata ter recebido instrução do quarto árbitro, Adriano Miranda, de que não houve pênalti de Ralf em Dudu. Foram cerca de oito minutos de indecisão até que o Souza cancelasse a primeira marcação.
Souza disse que Miranda tinha uma visão melhor do lance do que ele. Veja abaixo a posição do juiz (à esquerda, no primeiro círculo vermelho) e do quarto árbitro (mais centralizado).
Lance em que Ralf desarma Dudu (Foto:Reprodução/TV Globo)
O episódio gerou forte reação do presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, que afirmou que houve interferência externa na decisão do juiz e que o campeonato tinha sido "jogado no lixo". Por causa dessas declarações, o dirigente deve ser convidado a se explicar no TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) de São Paulo.
Veja a nota da Federação Paulista:
O departamento de arbitragem da FPF trabalha diariamente pela excelência. O intuito sempre foi de que a arbitragem não interfira nos resultados das competições. E esse objetivo foi alcançado.
A decisão da arbitragem, de anular o pênalti que havia sido marcado equivocadamente, foi correta.
- O árbitro Marcelo Aparecido de Souza marcou a penalidade pela visão que tinha no momento do lance. Neste momento, o quarto árbitro Adriano Miranda o chama pelo rádio.
- Por conta do tumulto criado após a marcação, há uma demora na correção da decisão.
- Assim que os árbitros se reúnem, Miranda reafirma que o jogador Ralf tocou a bola antes.
- A decisão é corrigida e marca-se escanteio.
Por fim, a diretriz da arbitragem prevê que o árbitro, em todo lance com alta dificuldade, consulte toda sua equipe para, em conjunto, tomar as decisões corretas.
Árbitro se defende
O árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza só deixou a Arena Palmeiras às 21h35. Por cerca de três horas, ele ficou reunido no vestiário com a equipe de arbitragem e integrantes da FPF.
Na saída, não quis dar entrevista, mas disse que “o importante foi ter tomado a decisão certa”. E afirmou que quem o avisou de que não havia sido pênalti foi o quarto árbitro Adriano de Assis Miranda.
– Estávamos reunidos redigindo a súmula. Prefiro não falar com vocês, seria injusto com os outros companheiros de vocês da imprensa. Fui avisado pelo quarto árbitro e decidi – afirmou Marcelo Ribeiro.
Já dentro do carro, ele deu uma última declaração:
"O importante foi ter tomado a decisão certa".
A equipe de arbitragem demorou tanto para sair que o chefe do policiamento foi ao vestiário por volta das 21h. O árbitro pediu mais 20 minutos. O PM saiu do vestiário e avisou os demais policiais que, se ele não saísse em 20 minutos, iria embora do estádio sem escolta. Marcelo Ribeiro e a equipe de arbitragem saíram às 21h35 com escolta.
O que diz a súmula
Na súmula, Souza afirma que recebeu instrução do quarto árbitro de que não houve falta no lance. Ele relata o diálogo:
"Marcelo, para mim ele toca na bola. Mas a decisão é sua".
Souza aponta que acatou a observação do quarto árbitro por ele ter um ângulo de visão melhor da jogada.
Além disso, o árbitro ainda relata na súmula que depois do jogo foram atirados objetos no gramado na direção dos jogadores do Corinthians.
Foto: Reprodução
A arbitragem está de parabéns principalmente o 4 árbitro mostra muito profissionalismo