Foto: Ale Frata/Codigo19
Um dos maiores dirigentes da história do Atlético-PR e atualmente presidente do Conselho Deliberativo do Furacão, Mario Celso Petraglia é um dos principais cartolas do futebol brasileiro. Sempre sincero e sem papas na língua, costuma falar o que pensa. Há anos, batalha para deixar o meio mais igualitário, em especial na divisão de cotas de TV, que, segundo ele, causa um desequilíbrio profundo no cenário esportivo do país.
Em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br Petraglia disparou críticas à forma de pagamento nos contratos de televisão, seja aberta ou fechada. Para o dirigente, a atual conjuntura de escolha de detentora dos direitos e a falta de união dos clubes para discutir melhorias para o futebol prejudicam bastante na busca por uma evolução. Além disso, citou um local que deveria ser usado como espelho:
"Deveria ser que nem na Premier League, uma divisão mais igual. Infelizmente, pela cultura do Brasil, não há união entre os clubes. Na Argentina, criaram a Liga principal deles. No Brasil, união de clubes é heresia, pecado. Não temos uma mesa, um local para trocar ideias, nada. É cada um por si, e o diabo pelos outros", afirmou Petraglia.
Em 2001, o Atlético-PR sagrou-se campeão brasileiro e de lá para cá continua a ser o único clube fora dos quatro principais centros a conquistar a principal competição do país no século XXI. Mesmo com uma estrutura sólida de trabalho, salários em dia e estádio próprio, o Furacão não consegue competir financeiramente de igual para igual com os considerados 12 maiores times do Brasil. Segundo o cartola, da divisão das cotas prejudica as outras oito equipes que entram na elite do Brasileirão:
"O Brasileirão tem uma injustiça há décadas, por conta do monopólio da televisão. Eles priorizam os clubes pela mídia. Está se caminhando no Brasileirão para um Campeonato Espanhol, com Corinthians e Flamengo caminhando no trilho de Real e Barcelona", explicou Petraglia, que ainda destacou a inflação exagerada do mercado por contra dessa falta de igualdade financeira:
"Houve uma inflação muito grande no futebol brasileiro polarizada por Palmeiras e Flamengo, por exemplo. É ruim. Hoje, o Corinthians atravessa crise, então não está nessa loucura. Mas essa polarização de receita leva isso. Poucos clubes pagam grandes salários, e o investimento não acontece no todo, ele é particular. Muito direcionado para dois, três ou quatro clubes".