Mural de Arena rendeu dor de cabeça jurídica ao Corinthians
De acordo com o grafiteiro Vandré Luis de Oliveira, responsável pelo mural do estacionamento da Arena Corinthians, o clube pagou R$ 120 mil a um torcedor organizado conhecido como "Magrão" para que o mesmo "andasse de carro e tomasse cerveja" nas dependências do estádio.
O depoimento foi dado à Justiça no dia 10 de agosto, após Vandré ser inquirido por um juiz de direito, em processo movido pelo próprio grafiteiro contra o clube e a Arena, em busca de receber seu pagamento pela produção do mural.
Magrão", no caso, é um dos torcedores organizados que participaram da morte do boliviano Kevin Espada, em 2013, e de acordo com a Gaviões da Fiel, foi o responsável por entregar a mala contendo o sinalizador ao menor que fez o disparo fatal na ocasião. Apesar disso, ele não foi um dos 12 que passaram meses presos na Bolívia.
Nesta quinta, a Coluna de Primeira, do UOL, adiantou que a Omni - parceira do Corinthians - pagou R$ 120 mil a "Magrão" - por meio de oito depósitos de R$ 15 mil - como forma de pagamento por um grafite feito na Arena Corinthians.
O ESPN.com.br, agora, mostra que os pagamentos podem não ter sido necessariamente para a produção do mural, apesar de essa ser a alegação do clube.
Ocorre que Vandré Luis de Oliveira, conhecido no mundo artístico como Dom Paçoca, diz que ele foi o responsável pela obra e que o Corinthians não pagou R$ 138 mil por conta da pintura do painel de 8.500 metros quadrados na Arena Itaquera. A briga foi antecipada pela ESPN em junho do ano passado.
O processo rendeu uma audiência de conciliação em agosto passado. E, nela, conforme consta em termo de depoimento pessoal de Oliveira obtido pela reportagem junto aos autos da ação que corre na 1ª Vara Cível do Foro do Tatuapé, os advogados da Arena Itaquera perguntaram e ouviram como resposta do artista o seguinte:
"Magrão, por vezes, comparecia no local onde eram executados os trabalhos. Ficava andando de carro e tomando cerveja. Magrão não tinha ingerência sobre seu trabalho; não o supervisionava".
E continuou.
"Depois de cinco meses de trabalho, Vandré soube que R$ 120 mil tinham sido pagos ao Magrão. Foi quando suspendeu a execução dos trabalhos. Retomou-os porque foi procurado pela Omni, que argumentou que iria pagar pelos seus trabalhos. Retomou os trabalhos depois do pagamento de R$ 7 mil. A Omni é administradora da Arena Itaquera".
Na mesma audiência, advogados do Corinthians disseram que "Magrão foi contratado para desenvolver e executar a arte do painel por R$ 120 mil. Magrão se comprometeu a contratar os profissionais necessários à execução dos trabalhos. O pagamento desses profissionais era incumbência do Magrão".
Vandré diz ter sido procurado inicialmente por Magrão, ao qual não conhecia, e recebeu pedidos em nome de Andrés Sanchez, Roberto de Andrade e Lúcio Blanco - gerente de operações da Arena - para desenvolver um projeto de arte em grafite que se destinava a contar a história centenária do Corinthians.
Ele aponta que acordou com Andrés, Andrade e Blanco o pagamento de R$ 150 mil pela grafitagem - divididos em R$ 75 mil no começo da obra e R$ 75 mil ao final -, além de R$ 5 mil pelo desenvolvimento do projeto. No entanto, o artista diz que executou o trabalho sem que o contrato de prestação de serviço por escrito tenha sido formalizado.
Vandré afirma que o pagamento feito foi totalmente distinto ao acordado. Ele alega ter recebido, em dinheiro, R$ 10 mil, divididos em três parcelas: uma de R$ 3 mil, outra de R$ 4 mil e mais uma de R$ 3 mil, pagas em períodos quinzenais durante março e abril de 2015.
Após este pagamento inicial, o artista alega que não recebeu mais nada, apesar de cobrar o restante do pagamento. Só veio a receber nova quantia em outubro, quando a Omni efetuou um depósito de R$ 7 mil. O último. Enquanto isso, descobriu que Magrão levou R$ 120 mil pela obra.
Após a audiência, o juiz deu sentença desfavorável a Vandré, indeferindo seu pedido de condenar o clube a pagar R$ 155 mil. Para o magistrado, o compromisso assumido pelo Corinthians foi com Magrão, que por sua vez foi quem procurou o grafiteiro em questão.
A reportagem tentou contato com Magrão ou advogados das partes, mas não conseguiu até a publicação.
vdd tem que investigar a Omni e pq eles não ajudam a pagar a arena já que desfrutam dela para ganhar dinheiro.
A final de contas de que é está Omni. Tá na hora desta empresa ser investigado. Ela leva 50% de tudo o que o Corinthians ganha até do sócio torcedor. Uma vergonha há está na hora desses bandidos irem para cadeia.