Corintiano, pense rápido: quem é o destaque do time no Brasileirão? Cássio? Jadson? Rodriguinho? Jô? Difícil apontar um só, não é mesmo? Talvez, a sua dúvida se deva ao fato de a equipe dirigida por Fabio Carille ter justamente no jogo coletivo uma das características mais marcantes. Até mesmo na hora de definir as jogadas, o líder do campeonato é solidário. Levantamento feito pelo GloboEsporte.com mostra que o Timão é o primeiro colocado no ranking de assistências.



Passadas dez rodadas, os corintianos somam 15 passes para gol. O Grêmio, vice-líder, é também o segundo nesse quesito, com 13. Curioso é que o Timão nem sequer possui o ataque mais positivo da competição, o que só reforça a tese da coletividade. Foram 18 gols marcados, contra 23 dos gremistas, os mais letais do campeonato. Ou seja, as individualidades ficam de lado na hora de o Corinthians decidir o jogo. Os "garçons" vão procurar quem estiver em melhor posição para a finalização.

– Você poder contribuir para sua equipe, favorecer um companheiro para fazer o gol... Me deixa muito feliz, podemos ajudar a equipe de alguma maneira. Às vezes, uma assistência equivale a um gol – afirmou o lateral-direito Fagner, que tem uma assistência no campeonato.

E, quando se fala em garçom no Corinthians, o serviço não se restringe a Jadson, líder do quesito, por exemplo, na campanha do hexa em 2015 – deu 14 assistências ao longo daquela edição. Pelo contrário. O camisa 10 ainda se mostra tímido no Brasileiro-2017, com apenas uma. Quem deixou os companheiros mais vezes em condições de balançar as redes foi Marquinhos Gabriel, que tem aproveitado as chances quando sai do banco: foram três passes para gol. O líder no fundamento na competição é o gremista Luan, com seis assistências em nove partidas disputadas.


A solidariedade do líder e a ausência de vaidade no grupo se refletem também na divisão dos 18 gols anotados no torneio. Nove jogadores já deixaram sua marca pelo Corinthians no campeonato, sendo Jô o artilheiro, com cinco. Henrique Dourado, do Fluminense, é o goleador máximo da competição (nove).

– O espírito tem de ser esse. Independentemente de quem faça o gol, todos vão estar ganhando se a equipe ganhar. Não temos essa vaidade de quem faz o gol ou dá o passe, é bacana de ver. Nosso grupo criou essa identidade de servir o companheiro melhor colocado, de torcer para que o companheiro jogue bem. Isso faz com que tenhamos essa artilharia dividida, o número de assistências. Legal fazer parte de um time assim – comemorou Fagner.

O Corinthians volta a campo neste domingo, contra o Botafogo, às 16h (horário de Brasília), em Itaquera. São 26 pontos somados em dez rodadas do Brasileiro.