O Corinthians segue com dificuldades para tirar do papel um sonho antigo do clube: o centro de treinamento das categorias de base, no Parque Ecológico do Tietê. A obra está parada e membros da diretoria acreditam que não será possível concluí-la antes de fevereiro de 2018, quando acaba o mandato do presidente Roberto de Andrade.

O principal obstáculo no momento é financeiro. Sem conseguir os recursos necessários por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (leia mais abaixo), o Timão adotou outra estratégia e agora busca apoio de parcerias com a iniciativa privada.

Por meio do departamento de marketing, o clube tenta encontrar empresas dispostas a investir na obra, tendo como contrapartida espaços para publicidade ou outros benefícios.



– Essa é uma bandeira desde que o Roberto entrou na presidência, mas o rumo da economia do mundo inteiro mudou. Para ter um investidor, está mais difícil. Os valores do CT são relativamente altos, mas temos negociações em andamento. Em todas as conversas do departamento de marketing, esse assunto é envolvido. Infelizmente, a saúde financeira dos clubes do Brasil não está lá grandes coisas, então, acredito que é preciso um suporte financeiro. As contrapartidas oferecidas pelo clube favorecem que alguma grande empresa venha investir nesse setor – disse Carlos Nujud, diretor do departamento de formação de atletas do Corinthians, ao Globoesporte.com.

Desde o fim do ano passado, os campos do CT recebem times de base do Corinthians para treinamentos. Porém, ainda não há vestiários, alojamento, refeitório, academia e toda a estrutura que está planejada.
– Atualmente, todo o departamento amador está concentrado no Parque São Jorge. Lá, temos apenas os campos para treinamento. Os atletas são levados de ônibus ao CT e voltam. Hoje, temos um alojamento oferecendo refeições a todos os atletas, com acompanhamento de nutricionistas, mas não no centro de treinamento. Nossa grande preocupação é revelar o jogador e levá-lo ao time de cima com a preparação nos mesmos moldes do profissional, com preparação física adequada, preparação de goleiro unificada. Assim, quando o atleta sair do amador, ele vai sentir o mínimo de dificuldade possível. O novo centro de treinamentos será fundamental neste processo – completou Nujud.

Localizado ao lado do CT Joaquim Grava, destinado à equipe profissional, a nova casa da base corintiana terá três campos nos mesmos padrões dos utilizados pela equipe de cima e mais um com gramado sintético. Ainda haverá uma espécie de miniestádio, que abrigará jogos das equipes de garotos.

A diretoria alvinegra acreditava que o espaço para formação de atletas ficaria pronto entre o fim de 2014 e o início de 2015. Agora, porém, os cartolas evitam falar sobre prazos. O CT ocupará 59 mil m², sendo 9 mil m² de área construída.

Fracasso na captação de recursos
Em 2013, o Corinthians apresentou três projetos ao Ministério do Esporte para captar recursos e completar a construção do CT da base.

No total, o governo federal aprovou R$ 41.160.922,90, valor dividido em três fases. O prazo de captação era 31 de dezembro de 2015, mas o clube só arrecadou cerca de R$ 3,1 milhões, referentes à primeira fase. Esse montante, porém, não entrou na conta do clube porque era preciso "comprovar regularidade fiscal nas esferas municipal, estadual e federal, além de emitir certidões negativas de INSS e FGTS", entre outras exigências. As certidões não foram apresentadas no prazo.

Por isso, foi criado um outro projeto, de apenas R$ 6 milhões, para 2016, depois que o clube se adequou às normas. Então, conseguiu captar os R$ 3,1 milhões e mais nada.

Para 2017, foi apresentado um novo projeto, de cerca de R$ 12 milhões, mas este acabou reprovado.