Fábio Carille precisa de um elenco com mais opções para suportar o Brasileirão (Foto: Marcos Ribolli)

Não foi a estreia dos sonhos para o Corinthians. Muito longe disso. Após a conquista do título estadual, o Timão iniciou o Brasileirão, neste sábado, com um frustrante empate por 1 a 1 com a Chapecoense, na arena de Itaquera.

Depois de um bom primeiro tempo, quando saiu na frente com Jô, mostrando aquele futebol inteligente e de poucos erros que foi bem-sucedido no Paulistão, o Timão caiu demais no segundo tempo e levou um gol de Wellington Paulista.

A Chapecoense começou o jogo usando a mesma estratégia do Corinthians em jogos fora de casa – aplicação na marcação, menor posse de bola e saída em velocidade no contra-ataque. Quase conseguiu marcar logo aos 5 minutos, com Rossi, que mandou a bola na trave. Foi apenas um lampejo dos vistantes.

Logo o Timão tomou o controle do jogo, trocando passes, esperando um espaço para penetrar na defesa adversária. Para quebrar um sistema defensivo tão compacto, o drible é a melhor alternativa. Bom no fundamento, Fagner recorreu a ele para conseguir quebrar a marcação do rival e fazer a bola chegar em melhor condição a Rodriguinho. Livre, ele encontrou Jô, que finalizou e abriu o placar. Triangulação treinada à exaustão por Carille durante a semana.

Parecia tudo em ordem. O Timão dava a impressão de que seguiria no ritmo do Paulistão, quando foi um time sólido, que dá poucas chances aos adversários e constrói muito bem suas jogadas mesmo diante de adversários fechados. O gol é uma demonstração dessa qualidade.

Só que a Chapecoense complicou muito o jogo corintiano no segundo tempo, mostrando uma aplicação na marcação que vemos muito no... Corinthians. Pois é. O Timão provou do seu próprio veneno e ficou enroscado da malha verde de jogadores do time catarinense. No primeiro tempo, Rodriguinho comandou o meio-campo. No segundo, ele foi implacavelmente vigiado e chegou a sumir em determinados momentos.

Fagner, que conseguiu abrir espaços com fintas na etapa inicial, também desapareceu na etapa final. Jadson, que seria outra alternativa de escape, não viveu uma grande noite: errou muitos passes e não conseguiu se movimentar bem.

Após a partida, Rodriguinho reclamou que o Timão sentiu a maratona de jogos decisivos por Paulistão (domingo passado) e Copa Sul-Americana (quarta-feira, no Chile). A Chape também vem na correria. Decidiu o Campeonato Catarinense no último domingo, contra o Avaí, e teve de viajar para a Colômbia para decidir Recopa Sul-Americana na quarta, contra o Atlético Nacional.

A diferença é que o Timão correu mais, tomou a iniciativa e se desgastou. Já a Chape esperou. Deixou a bola com adversário e ficou aguardando o erro. Uma aposta arriscada, sem dúvida, mas que deu certo. Com mais fôlego no segundo tempo, adiantou sua marcação, foi para cima e apertou até conseguir o empate numa jogada pelo alto.

Aí entra um detalhe importante: ainda no primeiro tempo, aos 42 minutos, Pablo sentiu uma fisgada na coxa e teve de ser substituído por Pedro Henrique.

A mudança provocou uma pane na defesa alvinegra. Pablo é o zagueiro que costuma limpar a área pelo alto. Justamente o que faltou na jogada que culminou no gol de Wellington Paulista.

Com o empate, o Timão perdeu um pouco rumo. Com seus armadores bloqueados, apelou para chutões em direção à área. O técnico Fabio Carille até tentou povoar mais o ataque, sacando o volante Gabriel e colocando o atacante Kazim. A mudança não surtiu efeito e serviu apenas para embolar ainda mais a equipe.

Foi só o começo. O time tem qualidade, tem alguns bons jogadores, mas precisa de reforços. Carille olha para o banco e não vê grandes opções. No Brasileirão, isso pode ser fatal.