Os jogadores do Corinthians deixaram o gramado do estádio Moisés Lucarelli extasiados com o 3 a 0 aplicado sobre a “perigosa” Ponte Preta, como alertou o técnico Fábio Carille, um “atropelo” nas palavras de quem viveu a euforia do vestiário, em clara referência a um atropelamento. Antes, porém, todos exaltaram a semana de preparação montada pelo treinador e um toque final com a presença do ex-atacante Ronaldo no vestiário.

A ideia, porém, era que o antigo camisa 9 da equipe chegasse um pouco antes do que realmente aconteceu, fazendo um discurso para os atletas. Acostumado a uma época em que os atletas subiam para o gramado apenas cinco minutos antes do apito inicial, porém, Ronaldo só apareceu às 15h45, quando todos já estavam de saída para o campo.

“Ele não falou nada, chegou no vestiário bem na hora que a gente fechou e foi pro túnel. Então ele só cumprimentou, desejou boa sorte”, disse o técnico Fábio Carille, que contava com palavras do jogador para incentivar um grupo composto, majoritariamente, por jogadores formados nas categorias de base do Parque São Jorge.

“Foi muito legal a presença dele aqui. Não só para a torcida, os brasileiros, para nós jogadores. Só a presença dele ali, motiva de uma forma muito legal. Chegou um pouquinho atrasado, dava para chegar um pouquinho antes, vou dar uma cornetada”, relembrou o meia Rodriguinho, um dos maiores fãs de Ronaldo dentre os atletas do Corinthians.

Sem o ícone corintiano, coube a Jô puxar o papo com os jogadores, algo sempre apontado como fundamental pela comissão técnica. Visto como líder tão importante dentro quanto fora de campo, o camisa 7 sucedeu um discurso forte de Carille. De acordo com alguns atletas, as palavras do comandante “foram o que faltava” para o time entrar com tudo na decisão.

Antes, porém, o treinador já havia desenhado todo um plano de jogo para anular a velocidade do trio Clayson, Pottker e Lucca, principal arma do técnico Gilson Kleina. Mostrando vídeos que iam desde as quartas de final contra o Santos até a semi contra o Palmeiras, Carille convenceu os jogadores que era melhor marcar a Macaca no campo de defesa do que apostar em uma pressão, dando campo para os rápidos atacantes adversários.

Agora, na avaliação do técnico, o trabalho será ainda maior para manter a concentração dos jogadores mesmo com a grande vantagem adquirida. A ideia é não mudar a programação de treinos, fazer com que os jogadores trabalhem com seriedade e não dar espaço para “migués” no elenco. Após a folga na segunda-feira, a reapresentação está marcada para a tarde da terça, no CT Joaquim Grava.