Parece uma peça de teatro mal ensaiada. A diretoria do Corinthians conseguiu a proeza de passar vergonha em três tentativas de contratação nestes primeiros meses de 2017. Por motivos distintos, fracassou nas abordagens e frustrou os milhões de torcedores que cobram a formação de um time mais qualificado para a temporada.

Comecemos com Drogba. Uma situação que beirou ao inacreditável por simplesmente ter sido criada por várias pessoas sem cargo efeito dentro do clube – de Vampeta a Andrés Sanchez. Quando o presidente enfim resolver fazer a oferta, teve o documento com a proposta vazado e tudo terminou com uma nota agradecendo (?) Drogba por ouvir o clube. E ainda tentou emplacar “mais um para o bando de louco”, forçando uma identificação que jamais chegou perto de existir.

Aí surgiu a investida por Pottker, um dos artilheiros do último Campeonato Brasileiro e da atual edição do Campeonato Paulista. Acertou salários e contrato com o jogador, mas só se esqueceu de enviar uma proposta formal à Ponte Preta, dona do jogador. Confiou no “acordo verbal”, enquanto a Ponte não quis arriscar e escalou o jogador para a disputa da Copa do Brasil. Pior: viu o Internacional fechar na sequência com o jogador para a disputa da Série B.

No último final de semana, a bomba: estaria quase tudo certo para uma troca entre Corinthians e o Inter, fazendo Giovanni Augusto e Valdivia mudarem de casa. Depois que a informação chegou aos veículos de comunicação e foi confirmada pelos próprios clubes, o Corinthians se lembrou de perguntar a Giovanni se concordava co o negócio. O meia bateu o pé, alegou questões familiares e disse que cumpriria seu contrato normalmente. Não restou outro alternativa ao time a não ser soltar mais uma nota oficial. E no meio deste rolo, atiçou o Palmeiras a ir também atrás do jogador, oferecendo maior salário e mais moedas de troca dentro do elenco.

Sem dinheiro para contratações de impacto, o Corinthians não pode atuar de forma tão amadora no mercado. Torna cada negociação um objeto público de debate e, depois, chacota dos torcedores rivais. Nos episódios com a Ponte Preta e Inter, ainda foi rebatido pelos dirigentes destes times, que cobraram posturas mais profissionais e desmentiram informações divulgadas pelo clube paulista.

Melhor seria neste momento continuar o processo de utilização de jovens das categorias de base no time titular e só voltar ao mercado quando tiver grana e convicção suficientes para levar quem quiser, e não permitir que dirigentes, capitaneados por Roberto de Andrade, prejudiquem a credibilidade e a imagem do próprio clube.

É hora de o Corinthians contratar um diretor de futebol que entenda do riscado e saiba falar a língua dos jogadores. Enquanto tratar o mercado da bola com a simplicidade de um Elifoot, estará garantida a alegria de empresários e rivais.