Kazim foi contratado neste ano pelo Corinthians
Colim Kazim-Richards está em evidência no futebol brasileiro. Depois de uma passagem com certo destaque no Coritiba, o atacante chegou ao Corinthians e conquistou parte dos torcedores em pouco tempo com seu carisma e seu esforço para falar um português que impressiona para alguém que está há menos de um ano no Brasil.

Nesta quinta-feira, porém, o atleta de 30 anos também ganhou destaque na Inglaterra, sua terra natal, onde o jornal Guardian publicou uma longa entrevista com ele. Um dos tópicos foi a rejeição que sofreu do Arsenal, clube o qual se juntou na base e deixou aos 15 anos, antes de se transferir ao Bury, pelo qual viraria profissional.

"Eu sou de Londres e fui para Bury - foi a mudança mais dura, culturalmente. Não há negros lá, e a comida era difícil para mim. Tudo isso veio à tona. E então você vai ao treino, e as pessoas acham que é engraçado colocar banana nas suas coisas, e e então as pessoas acham que é engraçado rasgar seus sapatos, mas o que as pessoas não percebem é que meu pai não tem dinheiro", disse. "Eles não entendem o quão duro meu pai trabalha".

Em menos de 15 anos como profissional, Kazim já passou por 13 clubes diferentes, de Brasil, Inglaterra, Turquia, Escócia, França, Holanda e Grécia. O atacante rodou o mundo, mas nunca sofreu tanto racismo como em sua terra natal. E não apenas pelo fato de ser negro, mas principalmente por ter naturalizado turco - ele defendeu a seleção 37 vezes e marcou dois gols, tendo alcançando a semifinal da Eurocopa de 2008.

Por conta de um episódio de racismo, ele foi o tribunal por ter realizado um gesto "homofóbico" em direção a torcedores do Brighton em 2013 - naquele momento, defendia o Blackburn Rovers.

Eu sofri mais racismo na Inglaterra por ser turco do que por ser negro. Aquela coisa toda de ‘homofobia' começou por pessoas me chamando de kebab turco (que é um prato típico local). ‘Vá de volta para a Turquia, seu kebab turco de m...'. Pessoas citavam que eu fui punido por homofobia, mas eu não fui, eu fui por desordem pública."

Sobre a parada atual de Kazim, o Guardian lembrou que os torcedores do Corinthians foram ao delírio com o chapéu do atleta sobre Felipe Melo no clássico contra o Palmeiras e ainda apontou que muitas vezes os fãs do clube alvinegro valorizam mais a determinação do que a técnica.


Muitos times ficam cansado disso, e eu posso ver que o Corinthians não vai. Eles gostam disso, então é como se eu tivesse achado minha casa".

Kazim cai cada vez mais nas graças da Fiel.