Titular na posição em que o Corinthians possui mais opções já testadas, o volante Fellipe Bastos ainda não encontrou seu melhor futebol neste início de passagem pelo Alvinegro, mas já recebeu diversas indicações de que terá o tempo necessário para isso. Promovido à primeira equipe após apenas 45 minutos disputados na Copa Flórida, contra o São Paulo, quando até desperdiçou um pênalti, o meio-campista ganhou tanto a preferência do técnico do Fábio Carille que provocou uma mudança no esquema tático na vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino.

Após definir o 4-1-4-1 como seu esquema de trabalho, Carille percebeu que Bastos não conseguia fazer a função de elemento surpresa no ataque por começar a jogada muito recuado, já que atuava como primeiro volante quando defendia o Al-Ain-EAU. Dessa forma, mudou a formação para 4-2-3-1, com ele e Gabriel à frente da zaga e um trio de meias formado por Romero, Rodriguinho e Marlone.

“O Fellipe ficou dois anos jogando no futebol árabe”, começou o comandante corintiano, repetindo uma frase utilizada desde que o jogador era pretendido pelo clube, na pré-temporada, ao rebater uma pergunta sobre o excesso de jogadores para a posição. Além de Camacho, que foi titular no final do ano passado e no primeiro jogo na Flórida, os garotos Maycon e Marciel também fazem a função.

“Lá no futebol árabe é menos treino, só treina à noite e é uma intensidade muito baixa também nos jogos. Esses jogadores, como foi com o Vágner Love aqui, precisam de um tempo. E, na nossa avaliação, esse tempo que ele precisa ele só vai conseguir jogando”, explicou Carille, esperando um atleta “mais participativo, roubando mais bola e melhor posicionado” no futuro.

A falta de ritmo apontada pelo técnico corintiano foi reconhecida pelo próprio atleta, que ainda não conseguiu completar 90 minutos seguidos dentro de campo. Desde a estreia no Paulista, contra o São Bento, ele saiu para a entrada de Camacho em todas as partidas do Alvinegro.

O meio-campista, no entanto, demonstra estar bastante satisfeito com o que parece ser uma preferência de Carille pelo seu futebol. “Dono” das bolas paradas, ele promete trabalhar dobrado nos treinamentos para justificar o posicionamento de Carille.

“Sempre importante ter moral com seu chefe, né? Sei também que preciso trabalhar mais pelo campeonato que eu estava, era menos competitivo, mais lento. Tenho sentido bastante a falta de ritmo, mas tenho certeza que vai dar para melhorar”, concluiu o atleta.