Fabricio Oya durante treino do Corinthians
(Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)


Nomes consagrados na galeria de ídolos do Corinthians, Neto e Marcelinho Carioca foram grandes batedores de falta. Especialista nesse fundamento na equipe que inicia briga pelo título da Copa São Paulo nesta quarta-feira, contra o Pinheiro, do Maranhão, às 18h45 (de Brasília), em Taubaté, Fabrício Oya não viu a dupla em ação. Por isso, aos 17 anos, tem outras referências.
– Nasci em 1999, não consegui ver o Marcelinho. Vi alguns vídeos, o que ele fazia era brincadeira. Gosto do Pirlo (meia italiano, hoje no New York City), o cara batendo na bola é diferenciado. Vejo vídeos dele, do Juninho Pernambucano, do próprio Neto. Meu pai falou que, para o Zico, quando saía falta, era gol... Procuro ser assim.

O auge de Marcelinho no Corinthians aconteceu no fim dos anos 90. A última passagem dele pelo clube foi em 2006, quando Oya tinha 7 anos de idade. Autor de quatro gols em cobranças de falta em 2016, o garoto tem lapidado o talento junto do auxiliar Dyego Coelho, ex-lateral-direito do Timão, que marcou alguns gols assim na carreira.

Natural de Campinas e filho de um empresário dono de quatro filiais da escolinha de futebol Chute Inicial, ligada ao clube, o garoto está no Parque São Jorge desde os 12 anos, somando 11 títulos nas categorias de base. Em 2016, participou de um jogo no vice da Copinha, foi campeão da Copa do Brasil Sub-17 e ficou novamente com o vice-campeonato do Brasileiro Sub-20.

Assim como outros garotos da base, Oya conta com apoio psicológico no clube para não se perder. Tratado como uma joia, tem contrato profissional até 9 de setembro de 2018 e uma multa milionária, próxima dos R$ 180 milhões. O que ele garante, porém, que não assusta.

– É o que falam de pressão...Mas eu não sinto essa pressão. Tento levar como um incentivo para jogar mais e melhor. Em campo, só penso mesmo em me divertir e ser feliz. Deixo de lado essa coisa de multa, de ser promessa, de ser procurado (por outros clubes). Sou tranquilo.


Tranquilidade e disciplina que chegam como herança da família. Bisneto de um japonês nascido na província de Okinawa, o garoto chama a atenção também pelos olhos puxados.

– É diferente, né? – comentou, entre risos, sem modéstia para definir seu futebol:

– Sou aquele meia que eles chamam de clássico (risos). Gosto de estar com a bola no pé, botar o companheiro na cara do gol e de chegar na área para marcar. E tenho essa qualidade na bola parada, que é uma coisa que gosto desde criança. Um dom que venho aprimorando.

Na transição entre os times sub-17 e sub-20, o meia tem oscilado nos últimos meses. Na avaliação do técnico Osmar Loss, tem pecado um pouco pela ansiedade natural da mudança e pelas diferenças físicas de uma categoria para outra. Franzino, tem apenas 1,72m de altura.

– Fabrício está dentro do rol de jogadores com entendimento do jogo acima da grande maioria. Ele tem apenas 17 anos e está jogando no time sub-20 desde o meio do ano. Existem limitações de estatura e força. Também é importante a gente controlar a ansiedade. Às vezes, ele comete erros que não cometia no sub-17. Isso é fruto de mudança de jogo. Então, vamos acalmando o atleta, para que não ande muito à frente – disse Loss.

No Grupo 17 e jogando em Taubaté, o Corinthians estreia contra o Pinheiro nesta quarta e depois enfrenta Operário-MS, no dia 6, e Taubaté, no dia 8, sempre atuando no Joaquinzão – passam de fase os dois times mais bem colocados de cada grupo. Com nove títulos, o Timão é o maior ganhador da competição.