Quando a CBF oficializou, em outubro, que o Brasileirão deixaria de ter um G-4 para ter um G-6, o torcedor do Corinthians se encheu de esperança. Afinal, a mudança aumentava a chance de vaga na Taça Libertadores da América. Era, portanto, a única oportunidade de um time tão irregular ter um objetivo mais palpável...

Com a derrota por 3 a 2 para o Cruzeiro, 2016 acaba com o Corinthians na sétima colocação, uma posição abaixo da meta estabelecida e, portanto, fora da competição sul-americana. O que é justo diante de tantas falhas do time, das comissões técnicas e da diretoria.

Terceiro colocado na virada do turno com 34 pontos, chegando até a liderar o Brasileirão por duas rodadas, o Corinthians fez péssimo returno, com os mesmos 21 pontos do rebaixado Internacional e do Grêmio, campeão da Copa do Brasil. Sendo superior só a Figueirense (16 pontos), América-MG (15) e Santa Cruz (13), três times rebaixados para a Série B.

Campeão brasileiro há um ano, o Timão se desmanchou na virada do ano. O que, obviamente, teve duras consequências dentro de campo. Renato Augusto, Jadson, Gil, Ralf, Malcom, Love, destaques em 2015, foram embora na virada do ano, além do experiente reserva Edu Dracena, que foi ser campeão no Palmeiras. Pouco criativo nas reposições, a equipe se enfraqueceu.

Tite, então, remontou o time aos trancos e barrancos. Mas a equipe foi eliminada precocemente no Paulistão e na Libertadores, sem nunca convencer. Com indicações ruins da comissão técnica, a diretoria investiu cerca de 50 milhões em contratações que não deram certo. Nomes como Giovanni Augusto, André, Balbuena, Alan Mineiro, Willians, Vilson, Marlone, Marquinhos Gabriel, Guilherme, Bruno Paulo, Gustavo, Jean e Camacho não conseguiram se encaixar, deixando impressão ruim. Poucos se salvaram.

Em clara contenção de gastos, a diretoria priorizou as vendas e o equilíbrio financeiro, um objetivo nobre do presidente Roberto de Andrade, mas que diminuiu as ambições dentro de campo. Situação que se refletiu nas arquibancadas: durante o Brasileirão, a torcida diminuiu a frequência na Arena Corinthians, registrando recordes negativos. No fim, a média de 28.764 pagantes por jogo ainda acabou sendo bem alta, só abaixo do Palmeiras.



Oswaldo de Oliveira terá uma dura missão para o próximo ano (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)


Desfalcado na virada do ano, o Corinthians teve o seu maior golpe em junho, na ida de Tite para a seleção brasileira. Felipe, um dos poucos destaques do time, também foi embora, o que ajudou a desequilibrar os números do Timão. Foram 42 gols sofridos em 38 jogos no Brasileirão.

Cristóvão Borges, sem títulos no currículo, assumiu o time com bom início, mas depois acumulou péssimos resultados, inclusive dentro casa, o que aumentou sua rejeição com a torcida. E a debandada seguiu: Bruno Henrique e Elias, titulares do time, foram para a Europa, assim como André e Luciano, atacantes que já vinham em péssimo momento. Quando Cristóvão caiu e Fábio Carille assumiu o time de forma interina, a torcida criou expectativa de que a proximidade dos métodos dele com os de Tite fossem ajudar na evolução da equipe. Nem deu tempo.

Após seis jogos de Carille, Roberto de Andrade optou por apostar no velho conhecido Oswaldo de Oliveira, campeão mundial em 2000, mesmo diante dos trabalhos recentes muito ruins por Sport e Flamengo. Assim, aumentou a crise política no clube, diante das discordâncias.

Em nove jogos com Oswaldo, o Timão acumulou duas vitórias, quatro empates e três derrotas, uma delas por 4 a 0 para o arquirrival São Paulo. Desempenho ruim de um time que, em 12 meses, saiu de referência técnica do país para uma equipe sem grandes perspectivas.

Para 2017, será preciso mudar muita coisa.