O Corinthians vive um final de ano de pequenas alegrias e uma busca incessante por uma vaga na Copa Libertadores da América, tratada pelo próprio elenco como um alento após os altos e baixos durante a temporada. Outro fator que impulsiona o clube nesta briga, porém, está bem longe das quatro linhas: em termos de receita, uma ida ao torneio continental pode significar quase R$ 30 milhões a mais para os cofres alvinegros, combalidos desde o ano passado.

A conta é feita com base na renda bruta obtida pelo clube até hoje nos nove jogos em que foi mandante no torneio continental dentro do estádio de Itaquera (cinco pela edição de 2015 e quatro pela de 2016). Desde o duelo em que derrotou o Once Caldas por 4 a 0, na pré-Libertadores do ano passado, até o empate por 2 a 2 com o Nacional-URU, nas oitavas desta temporada, o Timão acumula uma renda média de R$ 2.957.822,77.

Sendo assim, com as mudanças da edição deste ano, que impõem duas fases de mata-mata preliminares, mais as três partidas da fase de grupos e os quatro possíveis mata-matas decisivos (oitavas, quartas, semi e final), o Alvinegro, em sua previsão mais otimista, deixaria de receber cerca de R$ 27 milhões sem a participação no torneio continental. Algo visto como ruim pela diretoria, mas nada catastrófico.

“Tem uma parte tangível, temos uma média histórica de receita na arena em jogos da Libertadores. Estamos disputando uma vaga na pré-Libertadores, então você considera um jogo pelo menos, podendo atingir mais”, explicou o superintendente de marketing do clube, Gustabo Herbetta, colocando no montanteainda os valores que não podem ser calculados de primeira, mas afetam diretamente outras partes do clube.

“Significa menos exposição de marca, significa menos ativações, mas não é o final do mundo. São grandes times disputando, não é uma catástrofe, vários times sobrevivem a um ano sem Libertadores. Mas é um retorno de marca, da atmosfera, retorno de prospectar o mercado com a Libertadores. Se você consultar, as receitas da Libertadores são muito maiores do que qualquer outro campeonato”, continuou o dirigente.

Buscando alternativas de renda em meio às incertezas dentro de campo, o Alvinegro anunciou mais um parceiro oficial na noite de terça-feira, juntando seu nome ao de uma empresa americana que vende bonés. A loja poderá estampar sua marca em placas no CT e fará ações publicitárias, em relação bastante parecida com a estabelecida há dois meses com uma marca de cervejas. O contrato é válido por três anos.

Ainda assim, já é sabido no clube que 2017 dificilmente contará com grandes contratações. Membros da cúpula alvinegra veem as constantes críticas ao mandato de Roberto de Andrade como presidente e as polêmicas envolvendo o estádio de Itaquera como empecilhos para que o clube desenvolvesse todo o seu potencial de marketing no mercado.

Até o momento, o clube acertou as chegadas do meia Wagner e dos atacantes Luidy e Jô, sendo que apenas o último foi apresentado oficialmente. As buscas agora giram em torno de um zagueiro que chegue para ser titular e um volante. A ideia é ter o grupo já totalmente montado antes da viagem para a participação no Torneio da Flórida, nos Estados Unidos, marcada para o dia 4 de janeiro.