Assim como fizeram os seus antecessores Tite, Cristóvão Borges e Fábio Carille, o técnico Oswaldo de Oliveira se apegou ao desmanche do elenco campeão brasileiro em 2015 para justificar o mau desempenho do Corinthians em 2016. E foi além – acha que o clube deve se dar por satisfeito por não sofrer risco de rebaixamento na competição nacional após perder os titulares Felipe, Gil, Ralf, Elias, Jadson, Renato Augusto, Malcom e Vagner Love.

“Vocês sabem por que os torcedores ficam ressabiados? Porque estão bem acostumados, sempre ganhando grandes títulos, estando no topo. Mas é normal haver uma oscilação, porque a concorrência é muito grande no Brasil. Quando existem mudanças tão grandes como as que aconteceram no Corinthians, existe uma perspectiva mais negativa, até de brigar para não cair, como está acontecendo com grandes equipes”, comparou Oswaldo.

Eliminado no Campeonato Paulista, na Copa Libertadores da América e na Copa do Brasil ao longo do ano, o Corinthians é irregular no Campeonato Brasileiro – soma 50 pontos, na sétima posição, e acumula 31% de chances (cálculo do matemático Tristão Garcia) de se classificar para o torneio continental do próximo ano somente porque o chamado G4 virou G6. Não há possibilidade, contudo, de rebaixamento.

“Dentro desse bolo, o torcedor poderia ficar até aliviado”, palpitou Oswaldo, arregalando os olhos. “E olha que não tenho tanta responsabilidade nisso, porque estou chegando agora. Deveria existir uma sensação de alívio porque, se olharmos para outras camisas de clubes campeões lá embaixo, p…, o Corinthians poderia estar pior. É a minha humilde maneira de ver a situação, que até que não é tão ruim”, disse.

Entre as “camisas de clubes campeões lá embaixo”, a mais próxima da queda é a do Internacional, à beira da zona de rebaixamento, com 38 pontos. A equipe colorada foi recentemente eliminada da Copa do Brasil pelo Atlético-MG, que, se vencer o Grêmio na decisão, abrirá outra vaga para a Libertadores via Brasileiro. “Não vou torcer para isso, mas seria conveniente”, sorriu Oswaldo.

Mais conveniente ainda, para os torcedores, seria não precisar se conformar com a permanência na Série A em 2017. Para tornar o Corinthians ambicioso na próxima temporada, o técnico conta com reforços à altura de quem foi vendido depois da conquista do Brasileiro de 2015.

“A minha maior preocupação foi com a saída de jogadores que exerciam uma liderança muito forte no grupo. Isso debilitou o elenco, foi um peso muito grande. Mas vejo atletas aqui com capacidade técnica para formarmos uma grande equipe. Os que vierem devem ser bons, ter aptidão. Depois disso, é claro que, se pudermos escolher um campeão, um líder que interfira no ânimo do time, daremos preferência a ele”, concluiu Oswaldo de Oliveira.