Fábio Carille fez sua estreia como técnico do Corinthians com vitória (Foto: Marcos Ribolli)
O Corinthians venceu o Fluminense por 1 a 0 nesta última quarta-feira e avançou na Copa do Brasil, depois do empate por 1 a 1 no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Mas, na avaliação do apresentador André Rizek, no Redação SporTV, o estreante técnico Fábio Carille passou sustos no fim da partida em Itaquera ao tirar Camacho e apostar em volantes de mais marcação, como Willians e Cristian. Para ele, os técnicos brasileiros ainda se preocupam muito com a marcação em detrimento a uma opção mais ousada (assista ao vídeo).
- O Corinthians podia ser um pouco melhor se os técnicos ali acreditassem mais neles mesmos. Vou explicar. O Cristóvão fez uma invenção, para mim, muito interessante quando ele escalou o Camacho de primeiro volante. O Corinthians melhora, ou fica menos ruim, com o Camacho de primeiro volante. Acontece que o Cristóvão, e ontem o Carille no fim do jogo, por medo, por querer proteger a defesa, abre mão desta boa ideia e recorre ao Cristian e ao Willians, que, infelizmente, não estão jogando, para o torcedor do Corinthians, absolutamente nada - avaliou.
Carlos Eduardo Mansur, jornalista de O Globo, contrapôs o argumento lembrando o pouco tempo de trabalho dos técnicos para que usar essas opções mais ousadas, como colocar um jogador mais técnico à frente da zaga para que a saída de bola tenha um passe melhor.
- O trabalho do técnico brasileiro é muito complicado. Não é só a questão do tempo, é a questão da perda de peças sem que ele possa escolher a reposição. Ele tenta trabalhar com o que lhe sobra. O caso do Corinthians é emblemático. Uma das funções em que é mais difícil resolver o Corinthians pós desmanche é essa posição do 1 na frente da zaga. O Cristian vive bom momento? Willians? Um dos recursos, que é o Camacho, é interessante, mas é um recurso em adaptação, porque o Camacho, nunca na carreira, jogou nessa função. E quando ele jogou como volante, tem outra questão: no Audax-SP tinha o Yuri, que hoje está no Santos, como jogador que jogava lado a lado com ele, dividindo a função com ele na frente da defesa. É menos campo para cobrir. É natural que na hora da pressão que o time vem a sofrer que o treinador proteja um pouco mais ali.
Rizek destacou que a medida de colocar volantes de marcação à frente da defesa chamou o Fluminense para o campo do Corinthians, o que resultou em chances do time carioca que buscava o empate para levar o duelo aos pênaltis naquele momento.
- Vou discordar. A gente aplaude muito treinador europeu quando ele puxa - não quero comparar a qualidade do Schweinsteiger com a do Camacho, pelo amor de Deus - para essa função de volante jogadores com grande qualidade na saída do passe. O Rincón também foi puxado, num ato de ousadia pelo Luxemburgo, e foi mantido pelo Oswaldo. Ontem, quando o Carille fez as alterações de colocar o Cristian e o Willians, o Corinthians tinha um homem a mais e pressionava o Fluminense. Se ele fizesse um gol ali, matava o jogo. Quando ele faz o que boa parte dos técnicos brasileiros sem muita inspiração fazem, colocando volantes para fechar, ele atrai o Fluminense, que criou várias chances para empatar o jogo. Acho que é uma questão cultural do nosso futebol que vejo bem menos na Europa, encher o time de volantes. Inclusive volantes à la Cristian e Willians estão sumindo do futebol mundial, mas ele resiste no Brasil. Nesse aspecto, ele está bem atrasado taticamente.
Rizek defendeu a permanência de Camacho na equipe como solução ousada (Foto: Marcos Ribolli)
Mansur acreditar que o contexto do futebol brasileiro não é atrativo para que os técnicos possam optar por soluções mais ousadas em campo.
- Acho que tem também (esse medo), mas tem uma realidade competitiva diferente. O técnico que puxa o Schweinsteiger para ser seu volante terá 40 e poucos dias de treinamento e um campeonato nacional em que ele é muito superior aos demais. E ele tem quase certeza de que vai atravessar a temporada inteira elaborando essa adaptação e fazendo com que ela aconteça. Todo ambiente competitivo e de instabilidade aqui não é convidativo a ousadias.
Na Copa do Brasil, os duelos das quartas de final serão conhecidos na manhã da próxima sexta-feira, em sorteio realizado na sede da CBF, quando também será definido através de sorteio a ordem do campo. As partidas estão previstas para os dias 28 de setembro e 19 de outubro.
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