Após o bom desempenho no Pan, Léo de Deus ganhou o status de Boy Magia da natação brasileira (Foto: Reprodução/ Instagram)


Fisicamente Léo de Deus pode até não se parecer com o atacante Cristiano Ronaldo, mas a vaidade do nadador do Corinthians é capaz de bater de frente com a do astro português. Assim como o campeão europeu com o Real Madrid e com a seleção de Portugal em 2016 volta e meia é flagrado se admirando dentro de campo, a principal esperança brasileira nas provas dos 200m costas e 200m borboleta do torneio de natação da Olimpíada do Rio confessa que também não pode ver um telão que quase perde o foco. Nesse caso, a saída do bloco de largada. E foi justamente numa distração como essa que o personagem dessa semana da série Selfie Olímpico quase saiu atrasado na final dos 200m borboleta do Mundial de Shangai, em 2011.

- Sou um cara muito vaidoso, é bem tipo assim o Cristiano Ronaldo da natação, e brasileiro ainda por cima, melhor ainda (risos). A gente sempre busca passar um creme, dar um corte no cabelo legal, um estilo de roupa, inovar e meio que fugir daquela coisa de engomadinho, de camiseta polo. Sempre busco colocar uma cola v, uma coisa bem estilizada porque curto moda. Vocês veem o Lewis Hamilton, que também curte. Sou a fusão de Cristiano Ronaldo com o Lewis Hamilton. Vocês sabem que ele sempre antes de bater um pênalti ou uma falta fica naquela posição olhando para o telão e vendo se está bom. Ajeita o cabelo, puxa a cueca e chuta. Foi assim que entrei na raia quatro da final dos 200m do Mundial de Shangai. Comecei a me olhar naquele telão. Estava bonito, forte, pô, meus óculos, minha touca (risos). Foi engraçado porque o árbitro não estava nem ligado que eu estava me admirando. Ele deu a partida e eu saí todo errado. Fui mal pra caramba, mas foi bom para aprender - comentou.

Mas essa é apenas uma das muitas histórias e curiosidades contadas pela figuraça Léo de Deus. Filho de pai militar, o nadador foi obrigado a pular de cidade em cidade durante sua infância e adolescência. Se o lado ruim é que as constantes mudanças deixaram algumas amizades pelo caminho, a parte boa é que as passagens por Belém, Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro foram sempre em busca da melhor estrutura e acabaram sendo primordiais na evolução do nadador que atualmente defende o Corinthians.

Outro ponto positivo nessa peregrinação pelo país foi que a família se tornou mais unida. Mesmo depois de ter ido morar sozinho numa república, Léo tem sempre os pais e a irmã por perto. Desde que se tornou um atleta de ponta, o nadador do Corinthians chamou a família para fazer parte de seu staff profissional.

Enquanto a irmã Débora trabalho como assessora de imprensa e cuida de toda a agenda do nadador, o pai Afonso é o responsável pela "parte chata" dos contratos e patrocinadores e quando dá, ainda ataca de fotógrafo. Já dona Jane, além de paparicar o filho como toda mãe coruja, tem uma missão importante como sua nutricionista, a de deixar o bicampeão pan-americano em plena forma. Mas como em toda família nem tudo são flores e, de vez em quando, o bicho pega para valer.

A cumplicidade de Leó e Débora é tão grande que os irmãos tatuaram a palavra brotherhood (Foto: Arquivo pessoal)


- Um das coisas mais legais é isso, poder estar trabalhando e ter a família do nosso lado 100% do tempo. Por um lado isso é bom, porque a gente sempre pode confiar, mas por outro, pessoal, às vezes sai umas brigas, sai uns arranca rabos. Eu sou o patrão da minha irmã e às vezes a gente briga, ela xinga, a gente quase cai na porrada e eu falo: "minha filha, vou te demitir". Mas não faço isso porque ela é mais velha, ou seja, ela meio que manda e tem autoridade sobre mim. Essa é a parte que às vezes a gente acha ruim, porque como tem muito intimidade, até demais, às vezes as brigas são um pouquinho acima do elevado, uma gritaria danada, só não rola soco, o "fight" não rola, só xingamento daqui para cima (risos). Mas isso é uma coisa boa, porque é tudo buscando o o melhor para a minha imagem, e sempre depois da brigas, das discussões, as coisas acontecem e dá tudo certo - contou Léo.

Nessa confusão toda quem se dá bem mesmo é a noiva Bianca. Até pedido de casamento com direito a uma música especial para o futuro marido a ex-nadadora ganhou.

- Eu sempre gostei de música romântica, de um sertanejo legal para conquistar a galera e uma das músicas que eu mais gosto é do Ivo Mozart, "Anjos de Plantão". Foi uma das músicas que marcaram a minha vida porque foi com ela que pedi a minha namorada em casamento, ou seja, o meu noivado foi ouvindo essa música e ela me marca bastante.

Se na hora do batente Débora é quem mais sofre, quando a natação e os jornalistas dão uma trégua na puxada rotina de trabalho dos irmãos, é ela também a responsável por arrancar o sorriso mais genuíno no especialista nos 200m costas e 200m borboleta. Tudo por culpa de Oto, futuro sobrinho e o xodó do momento do nadador. A adoração de Léo por crianças é tão transparente que, durante a entrevista, o chefe mudou de função e atacou de irmão para mimar sua grávida preferida.
- Eu quero ser pai novo, mas antes de ser pai eu vou ser titio, mostra a barrigona aí, Débora. É isso aí, já vou ter toda a prática, vou aprender com ele, já gastei uma grana com esse menino. Oto, você já está famoso antes mesmo de nascer. Tomara que ele não bata meus recordes - brincou Léo antes de beijar a barriga de cinco meses da irmã mais velha.
Intitulado como "Boy Magia" da natação brasileira pelo famoso e influente blogueiro Hugo Gloss após o ouro nos Jogos de Toronto, em 2015, Léo de Deus adorou a homenagem. Vaidoso confesso, o nadador esbanja personalidade e surfa na fama conquistada entre uma braçada e outra. Mas antes de conhecer a noiva Bianca, o galã das piscinas reconhece que usava seu violão e a paixão pela música para atacar de muso em outra superfície.

- Uma coisa que eu curto para caramba e acho que todo mundo já reparou é cantar. Canto mal, mas gosto de cantar, de dublar e de várias músicas que estão aí nos hits do sucesso. Não tenho nenhuma playlist, mas escuto de tudo. Por que eu aprendi a tocar violão? Olha a desculpa amor, mas aprendi a tocar violão porque na época que estava solteiro eu tocava uma música e ficava facinho para conquistar as mulherzinhas. Eu sempre gostei de tudo que é música, tudo que é ritmo. Não gostava muito de funk não, mas agora esses funks estão ficando bem legais e estou curtindo. Sou um cara muito eclético e escuto de tudo que vocês imaginarem, de funk até ópera. Andrea Bocelli até "Bumbum Granada", ou seja, sou um cara 8 ou 80 - revela o nadador.

Léo de Deus nada pelo Corinthians (Foto: Satiro Sodré / SSPress)


Mas o antigo conquistador não se contenta apenas com um o microfone e um violão. Rei das mídias sociais, Léo está sempre postando vídeos com momentos do seu dia ao vivo graças a uma parceria com o Facebook. Desde sua paixão por Belinha, uma Yorkshire que cabe na palma da sua mão, até sua fissura por super-heróis e séries de TV. Determinado, ele também já sabe o que quer fazer quando pendurar a touca.

- Primeiro que eu queria ter sido filho de pai rico, que aí não ia fazer nada, só viajar, curtir minha vida e gastar o dinheiro do meu pai. Mas como isso não aconteceu, estamos aqui ralando, batalhando na piscina e eu acho que está dando certo. Eu penso bastante no que eu vou fazer depois que parar de nadar. Faculdade? Se eu for fazer uma faculdade vou querer fazer jornalismo porque adoro isso, adoro filmar, adoro a câmera, adoro a televisão, isso é uma das coisas que mais gosto. Desde pequenininho sempre gostei de filmagem, meu pai sempre filmou tudo que eu fiz, sempre fui um cara muito comunicativo, falo para caramba, falo muito mesmo, às vezes até canso, mas acho que isso é uma coisa que eu evolui bastante no decorrer da minha carreira e foi muito bom para mim. Quando eu sair da piscina vou estar na telinha com vocês, apresentando ou fazendo alguma coisa na televisão, não sei aonde, em que canal vou estar, mas vou estar e vocês podem escrever. Vai Léo de Deus na telinha! - prevê o futuro comunicador.