Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Alexandre Pato voltou ao Corinthians disposto a fazer um grande segundo semestre. Para isso, trabalha dobrado e também se esforça fora das quatro linhas. No dia a dia corintiano, já parece pronto para alcançar o primeiro desafio: conquistar a confiança do elenco e ficar distante de problemas.

Publicamente e internamente, jogadores e integrantes do estafe do Corinthians têm feito elogios à forma como Alexandre Pato se reintegrou ao grupo há exatamente 10 dias. Entre os empolgados com o reforço está até quem concorre por um lugar diretamente na equipe, como o atualmente titular Luciano.

Ele é o principal ameaçado com a volta do jogador ao Parque São Jorge, mas mesmo assim tem gostado da presença de Pato. Pessoas próximas a Luciano contam que o atacante se empolgou com a possibilidade de jogar com o novo colega.

Colegas de vestiário descrevem o atacante que defendeu Chelsea-ING e São Paulo nos últimos dois anos como uma pessoa humilde, educada, simpática, tímida e atenciosa. Mais que isso, veem dedicação desde a volta. Pato só teve folga no domingo, trabalhou quatro dias em jornada dupla e indicou que deve estar de volta no dia 23 de julho, contra o Figueirense, justamente em Itaquera.

Já a diretoria entendeu a recusa de Pato para a Lazio-ITA como um sinal importante em relação ao segundo semestre. O fato de ficar sem contrato em dezembro "obriga" o atacante a realizar um grande Campeonato Brasileiro para manter seu atual patamar salarial e atingir os objetivos que ainda tem fixos na mente: jogar regularmente em um clube top da Europa e voltar à seleção brasileira.

Colegas de equipe fazem elogios na volta

"É muito difícil conversar com o Alexandre. Ele é um cara bem introvertido, não fala muito, mas o pouco que pude conversar com ele deu para ver que está querendo", comentou Rodriguinho, que dividiu espaço no Corinthians em 2013.

"Ele é gente boa, falaram muito bem dele. Ontem também falamos um pouco, e deu para perceber que é boa gente", acrescentou o zagueiro Balbuena, que conheceu Pato na última semana.

Até o goleiro Cássio, velho conhecido de Pato e que chegou a fazer críticas públicas ao jogador, fez elogios. Nas entrelinhas, porém, deixou claro que o atacante precisa se empenhar. "Ele vem treinando em dois períodos e é um grande jogador. Se ele estiver apto para jogar nós contamos com ele. Correndo, lutando, trabalho, se dedicando. Depende muito dele, de mostrar que quer estar junto com a equipe. Nós jogadores, e não falo só por mim, vamos abraçar e estar comprometidos com ele".

Em 2013, Emerson Sheik foi o maior problema

Há testemunhos até mais antigos, que asseguram que Pato tinha convivência tranquila até ter perdido o fatídico pênalti com cavadinha, contra o Grêmio, que eliminou o Corinthians da Copa do Brasileiro 2013. O principal desafeto dele no clube foi Emerson Sheik.

"Ele sempre foi um menino sossegado, um cara", comenta o meia Giovanni, atualmente no São Bento de Sorocaba e um dos mais próximos de Pato na passagem anterior. "Falaram que ele tinha inveja dos outros, mas não...poxa, éramos campeões do mundo, mas o Pato era um excelente jogador também e podia conquistar isso. O grande problema foi a repercussão do pênalti, mas ele é um cara do bem", relembra.

Houve, a rigor, dois problemas importantes com Pato em 2013. Após perder muitos gols diante do Cruzeiro, no início do Brasileirão, ele se irritou com uma entrevista de Sheik após o jogo e ameaçou o colega no vestiário na ocasião. Depois, ficou na defensiva por conta do pênalti perdido na Copa do Brasil. Naquele mesmo duelo, por sinal, Sheik foi expulso após 12 minutos em campo no segundo tempo. Pato, porém, ficaria marcado como o vilão da eliminação e levaria uma bronca gigante de Tite ainda no vestiário da Arena do Grêmio.