Cristóvão (de óculos, ao fundo) vê o jogo em camarote com Tite, Elias (de boné) e presidente (Foto: Marcos Ribolli)

De um dos camarotes da arena, Cristóvão Borges viu uma atuação irregular do Corinthians na vitória por 3 a 1 sobre o Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro. O Timão deu espaços em demasia na defesa, teve muita dificuldade para criar e mostrou mais uma vez que ainda não conseguiu encaixar um centroavante nesse esquema tático. Tivesse o adversário um nível técnico mais alto, o resultado poderia ter sido outro.

Abaixo você confere uma análise do que o treinador assistiu a equipe produzir e o que ele poderá mudar a partir desta segunda-feira. O tempo é curto. Já na quarta-feira, ele estreia contra o Atlético-MG, no Mineirão.

QUEM VAI SER O CENTROAVANTE?

É na posição mais importante do ataque que Cristóvão talvez tenha seu maior problema no Corinthians. Nenhuma peça testada conseguiu render o esperado. Depois de André e Luciano, agora foi a vez de Romero. Fixo na área, o paraguaio não teve nenhuma chance e nada fez contra o Botafogo. Ele só melhorou no segundo tempo, quando passou a ter liberdade de movimentação. Guilherme jogou mais próximo do gol e aí...também não conseguiu aparecer. Após tantas tentativas, a solução pode ser mudar o esquema tático.

MARQUINHOS GABRIEL, O TERMÔMETRO

O Corinthians jogou no ritmo do meia-atacante. Isso ficou nítido pela disparidade de rendimento entre os tempos. No primeiro, com ele aparecendo pouco, o Timão foi apático. Já no segundo, mais ligado, Marquinhos abriu a defesa do Botafogo e fez um golaço. A equipe depende bastante do que ele cria, seja pelo meio ou pelo lado direito do ataque. Guilherme não tem a mesma capacidade. Pesou a ausência de Giovanni Augusto, vetado de última hora em virtude de uma lesão na coxa direita.

A REFERÊNCIA ESTÁ NA LATERAL

Fagner é, de longe, o principal jogador do Corinthians nesta temporada. O Timão cria suas principais chances pelo lado direito e aposta muito nas descidas dele para o ataque. Contra o Botafogo, mesmo sem ter o mesmo brilhantismo de outras partidas, o lateral deu uma assistência para Bruno Henrique marcar no primeiro tempo (veja no vídeo).

RODRIGUINHO EM BAIXA
Fabio Carille passa orientação para Rodriguinho (Foto: Marcos Ribolli)
Interino Fabio Carille passa orientação para Rodriguinho (Foto: Marcos Ribolli)
Cristóvão vai precisar encontrar uma solução para a posição de segundo volante. Sem Elias, fora por dois meses em virtude de uma fratura na costela, não há um substituto à altura. Rodriguinho passa por um mau momento técnico e, para muitos, foi o pior corintiano em campo no domingo (clique aqui e veja as notas). Mais recuado, o meio-campista cria pouco e sofre para ajudar na marcação. Fica um buraco difícil de ser fechado. Willians e o garoto Maycon podem aparecer em breve.

O NOVO LÍDER DA ZAGA

O Timão ainda tenta se adaptar à saída de mais um zagueiro. Depois de Gil ir para a China no início do ano, agora foi a vez de Felipe trocar o clube pelo Porto. E ninguém passa ileso por tantas mudanças. Balbuena é a esperança da diretoria, mas ainda precisa se adaptar melhor ao clube. O garoto Pedro Henrique vive situação semelhante. Não por acaso, a equipe deu espaços demais para o Botafogo no primeiro tempo. A trave e a má pontaria (como nesse lance bizarro de Neilton) ajudaram.

ESQUEMA TÁTICO

Tite iniciou o ano no 4-1-4-1 e passou a a montar o time com uma variação entre 4-4-2 e 4-2-3-1 após as eliminações no Paulistão e na Libertadores. Cristóvão usou sistemas parecidos em seus últimos trabalhos e, por pegar o “trem” em movimento, não deve fazer grandes alterações. Guilherme foi quem mais ganhou com as trocas, passou a jogar mais avançado e subiu de produção. Quem sabe até possa virar o centroavante que o Timão tanto procura.

Guilherme rende mais como meia ou atacante? Cristóvão é quem decidirá (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)