18/6/2016 12:16

A sinuca de bico vivida pelo Corinthians e a escassez de treinadores no Brasil

A sinuca de bico vivida pelo Corinthians e a escassez de treinadores no Brasil
Roberto de Andrade durante coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava


A saga corintiana em busca de um treinador após perder Tite para a Seleção Brasileira nos traz dois cenários distintos: se por um lado a escassez de técnicos no Brasil fica cada vez mais nítida, por outro nos vemos um pouco mais críticos na hora de apontar nomes, seja para clubes ou seleções. Nos dá um alento de que dirigentes, torcedores e imprensa já não apontam para qualquer lado, levando em conta apenas um perfil de grife e de um passado longínquo com bons trabalhos.

Ao descartar Mano Menezes logo na coletiva de imprensa em que anunciou a saída do ex-treinador alvinegro, o presidente Roberto de Andrade se colocou em um cenário ainda mais difícil. No mercado, agora, se vê duas opções: um estrangeiro ou apostas que nos dão diferentes expectativas.

O caminho para trazer um gringo se torna mais difícil quando visualizamos Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli negociando com times europeus. O mercado sul-americano, por outro lado, mostra opções que passam longe da unanimidade. Certo é que o Corinthians, entre todos os clubes brasileiros, seria um dos preparados para viver uma experiência diferente a este nível. Com recente histórico de dar sequência a seus treinadores, a equipe de Parque São Jorge precisaria manter essa linha, principalmente com alguém vindo de outro país e de outra cultura futebolística.

Ao olharmos para o cenário nacional, Roger Machado, Fernando Diniz e Eduardo Baptista seriam apostas com mais chances de sucesso. Sylvinho, com passagem pelo próprio Timão e com um grande potencial a média e longo prazo, também esteve no radar. Mas nenhum destes deve chegar. Não seriam unanimidades como Tite, mas certamente nomes fortes desta nova geração.

Com os medalhões que não se atualizam cada vez mais longe dos holofotes, floresce no Brasil treinadores mais conceituais e que buscam um jogo mais próximo do que é disputado nas grandes ligas pelo mundo. Vemos mais organização e ideias, mas nenhum deles consegue uma grande regularidade. Normalmente iniciam com bom desempenho e resultados, mas não conseguem se manter. Sérgio Vieira e Milton Mendes, por exemplo, depois de inícios meteóricos, agora oscilam junto com suas equipes. Apesar do bom conhecimento e treinamentos mais modernos, seria a pouca experiência o motivo para serem tão instáveis?

Ao olhar para todo este cenário, o Corinthians não consegue tomar nenhuma decisão convicta. Já se vê obrigado a apostar em um terceiro pelotão. Nomes sem grandes pompas, mas que há um tempo desenvolvem bons trabalhos. Nesta linha, visualizamos Guto Ferreira, da Chapecoense, como uma das opções. Sem "marketing pessoal", o piracicabano tem feito bons trabalhos nos últimos anos. Sempre à frente de equipes sem grande poderio financeiro, mas com boas campanhas na Série A. Como o próprio presidente alvinegro disse: "Se ninguém der oportunidade a um treinador jovem, como será?".

Enquanto isso já queimamos Ricardo Gareca (ex-Palmeiras), agora treinador do Peru. Apesar de um material humano longe das grande potências mundiais, o argentino nos eliminou na Copa América com uma equipe muito organizada e um modelo de jogo muito claro. Tentamos fazer o mesmo com Juan Carlos Osório, que teve breve passagem pelo São Paulo. O colombiano, que causou um choque de realidade para a forma que vemos o futebol no Brasil, já colhebons resultados com a seleção do México. Vimos o pressionado Diego Aguirre cair no Atlético-MG após quatro meses de trabalho. Hoje, com Marcelo Oliveira, vemos o Galo com grandes dificuldades. Exemplos que nos fazem refletir melhor sobre o tipo de abordagem que temos para o assunto.

Na contramão de tudo isso, vemos uma luz no fim do túnel pela forma que temos nos posicionado. Apesar das várias especulações, não insistimos mais em nomes renomados, mas que não trazem nada de novo para o nosso futebol. Já entendemos que não há mais espaço para coletivos de duas horas e treinamentos analíticos. Vivemos um futebol cada vez mais intenso e de ocupação dos espaços. Temos de entender que o dia a dia dos treinos, se bem planejados e executados, vai refletir no jogo.

O Corinthians, por sua vez, precisa se manter sem pressa, já que se trata de uma tomada de decisão crucial para o futuro do clube. Além de ter que encontrar um nome com características que façam a equipe seguir bons caminhos, ainda terá que apontar para alguém que, de certa forma, consiga lidar com a pressão de substituir um dos maiores técnicos da história corintiana.





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3639 visitas - Fonte: ESPN

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