Em 2001, com carta branca e para salvar a pátria, Felipão assumiu a Seleção e acabou pentacampeão.

Então, além de rima pobre, foi a solução.

Não para o futebol brasileiro, mas para a CBF, que são coisas diferentes.

Tite agora é o protagonista da reedição do mesmo enredo.

Mas foi embora da sede da CBF ontem depois de quase três horas de reunião sem dizer sim ou não.

Sua missão imediata seria classificar a Seleção para a Copa do Mundo na Rússia, uma obrigação que está longe de ser complicada.

Ser ou não ser hexacampeão é uma história que fica para depois.

Uma diferença, dentro de campo, é a de que não tem os Ronaldos, nem Rivaldo, à disposição de Felipão, só Neymar, embora tenha bons jogadores para formar o time que Dunga não foi capaz.

A outra, fora dos gramados, é quase tão profunda como.

Felipão até chamava Ricardo Teixeira de doutor Ricardo, mais por respeito indevido que por ironia.

Já Tite, em dezembro do ano passado, assinou manifesto com mais de 100 personalidades da vida brasileira que exigia a renúncia de Marco Polo Del Nero e eleição democrática para a presidência da CBF.

Porque ele sabe que o problema do futebol brasileiro é estrutural e se chama CBF, muito maior que a Seleção.