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Lojas da Poderoso Timão declararam guerra ao Corinthians em 2015

A empresária Regina Barcha ingressou com ação de indenização por danos materiais e morais contra o Corinthians e a SPR, que administra a rede de lojas Poderoso Timão, em ação que ultrapassa R$ 500 mil, mas pode superar a barreira de R$ 1 milhão.

Conforme apuração do ESPN.com.br, a mulher acionou as partes na semana passada, em processo que corre na 7ª Vara Cível de São Paulo e é analisado pelo juiz Antonio Carlos de Figueiredo Negreiros.

A ação tem hoje o valor exato de R$ 547.765,14.

Barcha pede a inclusão do Corinthians no polo passivo pois a marca Poderoso Timão pertence ao clube, "estando toda a operação com venda de produtos submetida às suas ordens e ingerência", conforme alega a empresária.

Regina alega que começou a prestar serviços para a SPR em agosto de 2008, início do projeto da rede de lojas do Corinthians, desde a abertura da primeira Poderoso Timão.

A empresária diz que desenvolvia junto às indústrias especalizadas os mais diversos produtos e brindes promocionais, como canecas, chaveiros e canetas, para serem vendidos aos franqueados.

A mulher aponta que, inclusive, a forma como deveriam ser desenvolvidos os produtos eram determinadas pela SPR e pelo Corinthians, com os tipos, modelos, cores, designs, letras escritas, estampas, embalagens e até a forma de entrega aos franqueados pré-determinados.

Regina Barcha alega ter trabalhado sempre com exclusividade às requeridas (Corinthians e SPR), não podendo comercializar seus produtos para outras empresas, e tinha a exigência de manutenção de estoque para pronto atendimento dos franqueados, com a reposição dos produtos feita imediatamente.

A empresária anexa ao processo mais de 3 mil páginas de provas contra a SPR e o Corinthians, que vão desde imagens de produtos até a comprovação da exclusividade do fornecimento apontada com a emissão de notas fiscais sequenciais às partes.

"Para manter os produtos em estoque e atender ao prazo determinado pelas requeridas, as requerentes (Regina e sua empresa) contraíram diversos empréstimos bancários, empenharam joias de famílias, tudo com o objetivo de poder atender a demanda de pedidos como determinado pelas requeridas, pois havia promessa de que com o crescimento da marca Poderoso Timão haveria retorno financeiro, em razão da exclusividade no fornecimento dos produtos", aponta a empresária na ação.

No entanto, a partir de 2011, tudo mudou.

Segundo Regina, houve uma queda brusca nos pedidos feitos, mesmo com o crescimento da marca, com o cancelamento de vários pedidos. A empresária disse ter apurado que SPR e Corinthians estavam negociando diretamente com empresas da China, comprando diretamente os produtos asiáticos e vendendo aos seus franqueados, ocasionando uma queda de mais de 90% do seu faturamento.

"A deslealdade contratual perpetrada causou o encerramento das atividades da requerente", diz a mulher. Segundo a empresária diz na ação, o Ministério Público abriu inquérito policial recente sobre SPR e Corinthians por prática abusiva de mercado.

Por meio de seus advogados, Regina Barcha diz que, ao procurarem fornecedores da China, SPR e Corinthians praticaram concorrência desleal e incentivaram atividade ilícita. "Ato repugnante", aponta a mulher na ação.

Para finalizar, a empresária pede a citação das partes pelos correios, a procedência do pedido de indenização em valor equivalente ao investimento realizado por danos morais, pela manutenção de estoque e mais quantia para compensar os lucros cessantes e a perda de clientela ante a concorrência desleal.

Ainda solicita ser ressarcida em R$ 345.161,60 por empréstimos contraídos e mais devolução de valores pagos indevidamente pelas requeridas entre 2008 e 2012 no total de R$ 202.603,54.

Assim, o montante total exigido pela empresária só será visto em liquidação de sentença.

Vale citar que a requerente já havia distribuído reclamação trabalhista contra a SPR em 2013, mas foi julgada improcedente por incompetência do juízo em razão da matéria, segundo diz Barcha no processo agora movido na Justiça comum.

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Rede de lojas Poderoso Timão possui cerca de 80 lojas franqueadas

OUTRO LADO

Na época, o Corinthians disse ter dado início a um processo de auditoria para verificar a administração da rede de lojas e apontou ter dado o aval para a empresa KPMG começar a levantar todos os números da SPR, que cuida das franquias.

Pouco depois, alguns donos de lojas montaram a Associação de Franqueados da Poderoso Timão e ingressaram na Justiça contra clube e empresa em agosto de 2015, mas o juiz Marcos Roberto de Souza Bernicchi extinguiu o processo depois de desconsiderar o pedido de gratuidade e exigir o depósito das custas iniciais.

Em novembro, donos de lojas ingressaram com nova ação ordinária, que corre na 33ª Vara Cível.

O Corinthians ainda não tem conhecimento do processo, uma vez que não foi citado oficialmente da ação movida por Regina Barcha.

Já a SPR, por meio de sua assessoria de imprensa, afirma desde sexta-feira passada que vai enviar uma resposta à reportagem, mas até o momento ainda não se manifestou.

BRIGA DE 2015

A polêmica envolvendo as franquias do time alvinegro começou no ano passado e foi adiantada pela ESPN em julho, quando donos de lojas tornaram públicas as suas insatisfações com o negócio.

Na época, o Corinthians disse ter dado início a um processo de auditoria para verificar a administração da rede de lojas e apontou ter dado o aval para a empresa KPMG começar a levantar todos os números da SPR, que cuida das franquias.

Pouco depois, alguns donos de lojas montaram a Associação de Franqueados da Poderoso Timão e ingressaram na Justiça contra clube e empresa em agosto de 2015, mas o juiz Marcos Roberto de Souza Bernicchi extinguiu o processo depois de desconsiderar o pedido de gratuidade e exigir o depósito das custas iniciais.

Em novembro, donos de lojas ingressaram com nova ação ordinária, que corre na 33ª Vara Cível.