Tite e Cuca são devotos de Nossa Senhora (Fotos: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians e AP)
Tite e Cuca apostam no trabalho duro para vencer. Não acreditam em sorte. Pensam cada detalhe de suas equipes, querem corrigir qualquer falha para se aproximarem ao máximo da perfeição. Treinam muito e duro para isso. Ambos, porém, tem um outro lado mais espiritual. É quando o técnico caxias vira devoto. Bem longe de treinos, esquemas táticos, escalações, os técnicos buscam inspiração na fé.
Cada a um a seu estilo, os treinadores entregam seus dias principalmente às mãos de Nossa Senhora Aparecida. Seja com pulseiras, camisetas, terços e imagens, os dois possuem histórias e rituais que andam lado a lado com o trabalho dentro de campo.
Abaixo você confere uma lista de curiosidades da relação dos dois treinadores com a religião. No próximo domingo, eles estarão frente a frente no Dérbi que será disputado na arena alviverde, às 16h (horário de Brasília), pela sétima rodada do Brasileirão.
CUCA E A FÉ
Cuca com a camisa de Nossa Senhora
(Foto: Vinnicius Silva/Futura Press/Agência Estado)
Camiseta de Nossa Senhora
Durante a campanha do título da Taça Libertadores da América de 2013, pelo Atlético-MG, Cuca chamou a atenção por utilizar uma camiseta de Nossa Senhora, que se tornou amuleto do técnico.
No Palmeiras, não apareceu mais vestindo a camiseta – talvez pelas cores, preto e branco, que remetem ao rival Corinthians. Porém, em sua apresentação, contou uma história interessante. Quando estava na China, um dos jogadores do Shandong Luneng, time que treinava no país asiático, perguntou a ele quem era “aquela mulher bonita” na camiseta. Cuca explicou que se tratava da mãe de Jesus.
No jogo de volta da final da Copa da China de 2015, o mesmo atleta desviou a bola no lance que originou o gol da vitória, correu em direção ao técnico e gritou: “My mother!” (“Minha mãe”, em português). Cuca diz que a história o arrepia até hoje.
Músicas de fé
Campeão carioca pelo Flamengo em 2009, Cuca teve uma música que o embalou rumo ao título: “Faz um milagre em mim”, do cantor gospel Régis Danese. Em 2013, na final da Libertadores, Cuca cantou ajoelhado e sozinho no vestiário “Noites traiçoeiras”, do padre Marcelo Rossi. A letra era sugestiva para o momento: “Deus está aqui neste momento/Sua presença é real em meu viver/Entregue sua vida e seus problemas/Fale com Deus, Ele vai ajudar você”.
Lema de vida
“Tudo o que Deus faz é bom”. Essa é uma das frases mais repetidas por Cuca, especialmente em momentos difíceis. Quando o Palmeiras foi eliminado na primeira fase da Taça Libertadores da América, em abril deste ano, o técnico argumentou que era necessário achar um lado positivo naquilo. Lembrou que, ao mesmo tempo em que não seria mais possível conquistar o torneio continental, o Palmeiras também teria mais tempo para trabalhar na preparação para o Brasileirão.
Amuletos e orações
No primeiro dia em que pisou pela primeira vez o gramado da Academia de Futebol como técnico do Palmeiras, Cuca levou o pé direito à frente, se ajoelhou, tocou no gramado e fez o sinal da cruz antes de iniciar seu trabalho. O ritual é levado muito a sério pelo treinador, que costuma carregar consigo imagens de Nossa Senhora Aparecida e Santa Terezinha, das quais é devoto. Reza antes, durante e depois das partidas e assegura: é muito mais religioso do que supersticioso, como ficou conhecido ao longo da carreira.
TITE E A FÉ
Tite reza no vestiário antes de jogo contra Chapecoense (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
Devoção
Tite é um fervoroso devoto de Nossa Senhora Aparecida. O treinador faz diariamente suas orações no altar montado no CT Joaquim Grava antes do início das atividades. A rotina segue nas partidas. Os roupeiros do clube se encarregam de levar a imagem da santa aos vestiários para que o comandante ore antes e depois dos jogos.
Pulseiras
Tite carrega também nos braços seus símbolos religiosos. O treinador usa pulseiras que representam vários santos e, claro, Nossa Senhora Aparecida. Funciona para ele como uma proteção extra para o trabalho do dia a dia. O técnico chegou a presentear jogadores em momentos complicados com o adereço. Renato Augusto foi um deles, logo depois de fraturar a face, em 2014. Coincidência ou não, o meia deslanchou na temporada passada e foi eleito o melhor jogador do Brasileiro. Quem vai duvidar do poder das pulseiras?
Visita a igrejas
Tite tem um ritual em cada viagem que o Corinthians faz dentro ou fora do Brasil. Mesmo sem muito tempo, o treinador faz questão de conhecer alguma igreja da cidade que visita. E viagens não faltaram nos últimos anos. Isso aconteceu até mesmo no Japão. Na companhia do ex-presidente Mário Gobbi Filho, o treinador visitou o Centro Católico Internacional Mikokoro, em Nagoya, e recebeu a benção do padre Keith Humphries. Dias depois, o Timão levantou a taça. Quando está em casa, vai semanalmente à missa. Ele gosta de frequentar as cerimônias celebradas pelo padre Marcelo Rossi, em São Paulo.
O pagador de promessas
Perto do Natal do ano passado, logo depois da conquista do título brasileiro, Tite aproveitou o período de férias para visitar o Santuário de Caravaggio, no Rio Grande do Sul. O detalhe é que o técnico dispensou o carro e fez todo o percurso a pé. Ele, o irmão Miro e dois amigos caminharam 22km de Caxias do Sul até a igreja para fazer orações e agradecer pelo trabalho na temporada.
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