5/6/2016 10:11

Em alta no Betis, Petros pode render milhões ao Corinthians

Em alta no Betis, Petros pode render milhões ao Corinthians
Volante na marcação sobre Neymar; ele comparou o brasileiro com Messi e CR7

Fora do Corinthians há quase um ano, Petros pode garantir uma injeção de R$ 10 milhões nos esvaziados cofres do clube. Titular absoluto do Betis em sua primeira temporada na Espanha, o volante tem ofertas de Celta, Valencia e um clube do mundo árabe — o Timão manteve 25% dos direitos econômicos quando o vendeu, por R$ 5,6 milhões.

Mas a série de propostas que tem recebido foi apenas um dos temas da entrevista que Petros concedeu ao Blog diretamente de Juazeiro, na Bahia, onde passa férias. O volante revelou que ainda tem dinheiro a receber do Corinthians, lamentou não ter recebido a medalha de campeão brasileiro de 2015, contou passar madrugadas acordado para ver o antigo time, falou sobre como é marcar os três melhores jogadores do mundo…

BLOG_ Você só foi reserva em três partidas do Betis na temporada. Como avalia o primeiro ano na Espanha?
PETROS_
Foi muito gratificante, bem acima do esperado, até porque o primeiro mês foi complicado. Mas terminei como um dos jogadores mais regulares do campeonato, com 30 jogos. O técnico (Juan Merino) chegou a mudar a formação nas rodadas finais e me sacou, mas o time perdeu duas das três partidas e eu voltei com tudo, para não sair mais.

Rendeu polêmica quando você questionou o fato de ter virado reserva?
Eu fui mal interpretado. O repórter havia perguntando se eu não me sentia mais importante para o treinador e eu disse que me achava importante para o time, já que tinha participado de 31 dos 34 pontos conquistados. Aí, saiu algo diferente, mas faz parte. Os números provam que fui bastante eficiente.

O que mais surpreendeu em relação ao futebol espanhol?
A grande diferença é que tem grandes jogadores em todos os times. E, exceto o Atlético de Madrid, todo mundo quer ter a posse de bola. Contra a equipe do Simeone, não. O Atlético atua contra os pequenos da mesma forma que joga diante dos grandes: por uma bola, com uma defesa muito forte.

O Leicester venceu o Campeonato Inglês neste ano. Qual a chance de um pequeno faturar o Campeonato Espanhol?
É impossível competir com Barcelona e Real Madrid. Para se ter uma ideia, a maioria das equipes aqui investe R$ 160 milhões com reforços por temporada. Algumas chegam a gastar R$ 320 milhões, outras R$ 400 milhões. Mas o Barcelona e o Real contratam quem querem… desembolsam mais de R$ 2 bilhões sem problema.

O Betis, que chegou a correr risco de rebaixamento, investiu quanto no último ano?
Mais ou menos R$ 160 milhões. Como terminamos em décimo, vamos ter direito a uma cota bem melhor para a próxima temporada e deveremos dobrar o investimento. Por isso, é tão importante acabar bem posicionado no campeonato.

Dá para cravar que você continua no Betis, levando em conta as propostas de Valencia, Celta e dos Emirados Árabes?
Eu estava há praticamente dois anos sem férias, então, assim que a temporada acabou, vim para o Brasil. Mas retorno a Sevilha no dia 4 de julho para resolver essa questão. Ainda tenho mais três anos de contrato com o Betis e sei que mais uma temporada do mesmo nível seria importante para o futuro da minha carreira.

Mas o Celta vai disputar a Liga Europa.
Tem essa. O Celta ficou em sexto lugar no Campeonato Espanhol e estará numa competição internacional, então deve investir forte. Preciso sentar e analisar direito. Não imagino que o Betis me liberaria por menos de R$ 40 milhões.

Valeria a pena ir para o mundo árabe neste momento?
Profissionalmente, não muito. Mas, com o absurdo de dinheiro que está em jogo, preciso pensar bem.

O Corinthians tem direito à participação em uma futura venda sua, certo?
Sim. O Corinthians tem 25%, o Fernando Garcia também, enquanto o Betis é dono dos outros 50%. Dá para imaginar que o Corinthians ainda vai ganhar dinheiro comigo (o Betis desembolsou R$ 5,6 milhões por metade dos direitos econômicos, em julho passado).

Ainda acompanha alguma coisa do Corinthians?
Sou apaixonado por futebol e, quando vou assistir a algum jogo do Brasil, sempre vejo o do Corinthians. Minha mãe fica louca comigo, porque Sevilha está cinco horas à frente no fuso-horário e vou dormir às 5h da manhã por causa do Corinthians. Aí, às 8h tem treino.

Pensa em voltar ao Brasil em um futuro próximo?
Não tenho pretensão de voltar agora, mas no futuro, se puder escolher, irei para o Corinthians. Só não vou ser hipócrita de dizer que não jogo em outro clube, porque, se o Corinthians não me quiser, serei profissional. Não posso ficar parado.

Ficou algum sentimento pelo Corinthians?
O Corinthians é um clube especial na minha vida e tenho amigos que mantenho até hoje. Mesmo tendo ido para a Espanha, a torcida continua me tratando com muito carinho. Nesta semana, mesmo, os corintianos aqui do Nordeste fizeram uma homenagem bem legal, pintando a minha imagem com a camisa do Corinthians.

Você jogou oito partidas do Brasileirão na campanha do título do ano passado. Sente-se campeão brasileiro?
Claro que sim. Joguei quase metade de um turno. Pena que não me deram a medalha de campeão. O mais importante foi que ganhamos o título e entramos para a história.

Ainda tem vontade de ganhar uma medalha?
A essa altura, acho quase impossível. Pelo que entendi, teria de mandar fazer uma outra medalha.

O Corinthians ainda lhe deve dinheiro?
Tem alguma coisa, sim, que deve ser resolvida em duas ou três semanas. O Corinthians me deve parte das luvas, da época em que fui comprado da Penapolense, além dos bichos de 2014 e de 2015.

Você enfrentou Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo. Qual deles é melhor?
Eles são completamente diferentes. O Messi é o melhor do mundo e fiquei impressionado em como ele é concentrado no que faz. Até tentei dar uma chegada nele, para tirá-lo do sério. Também o encarei, mas ele desviou o olhar. Sem contar que, se você marcar individualmente, ele te leva para uma zona sem perigo e abre espaço para os outros.

E o Neymar?
O Neymar é o jogador mais participativo que já enfrentei. Ele quer a bola o tempo todo, não se esconde, enfrenta o adversário, nunca foge de uma entrada mais forte. Ele me chama muito a atenção e ratifica por que é o melhor do país.

Faltou falar do Cristiano Ronaldo…
Ele é o mais completo do mundo na finalização, tanto com os dois pés quanto de cabeça. Também alcança uma velocidade muito alta, mas não é de dar dribles incisivos, como o Neymar e o Messi. O Cristiano tem uma força explosiva.

Já conseguiu ficar rico?
Felizmente, minha família já tinha uma condição financeira boa antes do futebol. Meu pai é dono de um cartório, enquanto minha mãe é diretora da principal escola da nossa cidade (Juazeiro, na Bahia). Estou muito feliz com tudo o que consegui, mas agradeço a Deus mesmo por ter nascido em uma família que se ama.

Como tem investido o dinheiro que ganha?
Tenho uma sociedade com meu irmão e uma outra pessoa em São Paulo. Entramos no setor imobiliário, de compra e venda de imóveis. É um ramo que permite fazer bastante coisa, mesmo em época de crise.

O que a vida na Espanha agregou culturalmente?
Eu me tornei um ser humano melhor, porque passei a respeitar ainda mais o próximo. E a ser mais pé no chão. Ficou muito claro para mim que não é preciso muita coisa para se viver bem. Eu, como todo mundo, tinha a impressão de que na Europa todo mundo é rico, e isso é a mais absoluta mentira. Existem poucos pobres e poucos ricos. Como cultura, serviços, educação e saúde funcionam, se vive muito bem.

Com quem você mora em Sevilha?
Moro só, embora a casa quase nunca fique vazia. Minha mãe foi três vezes para lá, meu pai, duas, minha namorada Erica também aparecia sempre. Ela é advogada e estava fazendo um curso nos Estados Unidos, então, ficamos um pouco mais distantes neste ano.

Adaptou-se à culinária espanhola?
Muito. Como muito polvo e peixe, que é a especialidade. Só sinto um pouco de falta da carne de boi e do feijão. Em Sevilha, as pessoas adoram jamón, que é uma espécie de presunto. Come-se o jamón com tudo: no café, no almoço, na janta… E eu gosto bastante.

É correto dizer que existe mais liberdade para os jogadores na Europa do que no Brasil em relação às obrigações com o clube?
Com certeza. A gente nunca se concentra, por exemplo. Quando jogamos às 18h do domingo, dormimos em casa, fazemos um treino pela manhã e só aparecemos no hotel para almoçar a partir das 13h30. Nunca vi ninguém se atrasar ou chegar bêbado. É outra cultura, até porque a exigência é enorme, então todos se cuidam. Se não, você fica sem jogar.

Como tem se virado com o idioma espanhol?
Os primeiros dias foram mais complicados. Logo que cheguei, o técnico veio me pedir para marcar o “extremo” e para ficar “fora da banda”. Não havia brasileiro no time e eu não entendia direito. Então, tive de dar meu jeito: pus meu celular todo em espanhol, passei a ver só a TV local, tive aulas…

O que já conseguiu conhecer da Europa, na pele de turista?
Conheci a Espanha quase inteira, até porque é um país de dimensões muito menores do que o Brasil. Em Sevilha, estou há 50 minutos de voo de Lisboa e do Marrocos, a duas horas de Madri, a uma hora de Barcelona, da França… Estou planejando ir a Ibiza antes do fim das férias. Lá virou o point dos jogadores de futebol.

Muitos brasileiros vão disputar a Eurocopa por outras seleções. Você toparia se naturalizar para jogar em um rival da seleção brasileira?
Com certeza, desde que eu tivesse vínculo com o país. Como aqui na Espanha. Ainda tenho na cabeça a vontade de jogar pelo Brasil, mas quem sabe o dia de amanhã? Até hoje, ninguém me procurou.


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94554 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

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